domingo, 16 de janeiro de 2011

Quinta-feira iluminada


Então, depois de tanto tempo, vocês se viram novamente. De forma um tanto “relâmpago”, mas se viram.
Horas antes ao encontro (casual?) sua cabeça estava numa enorme confusão, tentando entender se o que falaram minutos antes havia algum sentido, se foram apenas banalidades ou se, na realidade eram dicas sutis para que você fosse ao seu encontro. Em sua timidez habitual e na busca por uma opinião de alguém de fora, mas que sabia sobre a situação, tentou em vão, o auxilio de uma amiga. Sem resposta, resolveu por arriscar.


Decidiu que iria, passaria em frente ao tal bar e caso o carro dela estivesse em frente, entraria.

E foi o que você fez.
Estava com o cansaço da noite anterior estampado em seu rosto, mas precisava seguir os impulsos do seu coração. Tinha de tentar vê-la, nem que não trocassem uma única palavra, nem que fosse pela última vez, mas tinha de saber o que realmente estava sentindo por ela.

Não fazia a menor idéia de onde ficava exatamente o local, mas o endereço que ela lhe tinha passado facilitava as coisas, afinal este tinha sido o “sinal” que você havia entendido de que ela estaria lá naquela noite. Certeza zero, mas apostava 100% na sua intuição.

Enfim achou o local, um Pub escondido, bastante escuro para quem olha pelo lado de fora. Completamente diferente de todos locais que já havia ido para cantar um videokê e, para sua surpresa, não avistava nem um sinal do carro dela.

Tinha perdido seu tempo, entendido de forma equivocada o tal “sinal”.

Resolveu sair dali, ir embora, e seguiu. Dobrou a primeira rua à esquerda e seus planos mudaram completamente, pois, próximo à esquina desta rua você avistaria o carro dela.

Tudo mudara em sua cabeça naquele instante em que teve a certeza de que ela estava lá.

Um misto de nervosismo e ansiedade tomou conta daquele coração tão apertado de vontade de revê-la.

Então deu o retorno e descobriu também (ao passar em frente) que este tal bar era bastante próximo a outro que costumava freqüentar com amigos e cujo “escondidinho de camarão” era uma delicia.

De volta em frente ao tal Pub, no instante em que chegava, outro carro saía dando a vaga bem em frente para você.

Melhor impossível. Outro sinal?

Àquelas alturas mesmo que tivesse de deixar o carro com o pisca - alerta ligado, você entraria no bar só para vê-la, isto era fato!

Nada mudaria naquele instante a decisão de entrar no Pub.

Então você entrou naquele lugar que nunca havia ido, repleto de gente que também nunca vira antes e, num primeiro momento, sem a menor perspectiva de avistar aquela que ultimamente dominava seus pensamentos.

Muito pelo contrário, ao entrar deu de cara com a sua companhia habitual e um balde de água fria caiu naquele instante sobre sua cabeça.

E pensou: “que diabos estou fazendo aqui?”.


Mas a tal pessoa tratou de ir para o andar de cima do bar e rapidamente subiu as escadas, de onde só saiu no momento de ir embora.

Então você escolheu uma música para cantar. Aquela mesma que cantara na noite anterior com sua melhor amiga lembrando os velhos tempos de amizades e cantorias.

Não deu nem tempo de pedir algo para beber e ter a coragem necessária para enfrentar um microfone e já estava ali a sua música.


Era a sua vez e você cantou especialmente para ela, para aquela que hoje tem colorido seus dias, tem feito de seu coração uma eterna poesia.

Até então no Pub não haviam se visto, mas arriscaria cantar ainda que ela nem descesse as escadas.


Coincidência ou não, após você cantar, não deu cinco minutos e ela desceu as escadas e muito melhor que isso, ela lhe viu.

Estava então ali, inacreditavelmente, diante de você, sorrindo.

Deu-lhe um beijo carinhoso no rosto e um abraço apertado.

Estava diferente, com um olhar radiante e especialmente, lindo.

Ela estava linda, mil vezes linda.

Talvez nunca a tivesse visto tão iluminada, tão encantadora, com um imenso sorriso nos lábios.


E suas pernas ficaram trêmulas, como no sonho, seu coração disparou de tal forma que se fosse a sua vez de cantar, naquele momento você gaguejaria.
Estava com o coração apertado, mas enormemente feliz.

Fora o cumprimento vocês não conversaram, ela logo retornou ao andar de cima, mas para você tinha sido uma eternidade de tão bom. Já havia valido à pena.

Não deu muito tempo também para ela ir embora juntamente com sua “companhia habitual” e então aquele encontro relâmpago de “oi e tchau” estava se desfazendo.

Antes tivesse sido um encontro numa linda e fascinante tempestade, mas de toda forma, havia sido bom. Muito bom.


Não existia mais cansaço àquela altura. Tudo se dissipou. Você estava com o seu coração tranqüilo e feliz.

E acordou muito feliz e desejando a todos uma linda sexta-feira.

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