terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pauta da Semana

Hoje não vou falar só por falar, tão pouco ouvir só por ouvir.
Hoje escrevo a pauta da nossa reunião semanal mais especial e importante até então. Assim, feita no improviso, sem seguir roteiro algum, apenas deixando a conversa acontecer naturalmente. Sem pressa, sem antecipar minhas palavras.



O meu tempo de dizer é outro. Mas ele vem.

Errei meses atrás, ferindo com palavras duras e inapropriadas a pessoa mais generosa e de gestos mais doces que conheci este ano.
E, por razões óbvias de hierarquia e respeito, falhei. Absurda e inadmissivelmente, falhei. Não passei a limpo algumas lições de casa e permiti que o tempo nublado em meu rosto me impedisse de sintonizar a freqüência do que realmente importava. Justamente com quem mais acreditou e apostou em mim.

Mas a vida nos abrilhanta com situações de aprendizado, sempre. E, afinal de contas, o que realmente nos move e emociona de fato? Eis a pergunta que martelou meu peito durante dias, meses. E doía tantas vezes mais ela se fazia presente. Porque tinha a resposta imediata aqui dentro: meu trabalho. Eis a verdadeira razão de minha felicidade. Minha prioridade, meu foco principal.



E a dor vinha com a força dos olhos de inverno. Tristes, solitários, amiúdes. Mas carregando junto de si toda a sinceridade do mundo e também a certeza de que era preciso tentar CONSERTAR.
Verbo cruel este, o de “consertar”, voltar atrás, rever, reavaliar, me ajoelhar, se preciso fosse, mas trazer a linha de volta. A linha do equilíbrio, de se fazer o certo, feito um passeio que se faz junto, perto, na mesma sintonia.



Buscar retomar a confiança e carinho que a gente recebe, mesmo nas temporadas mais difíceis, de quem se recusa a desistir da gente. Era preciso fazer algo. E então, fiz.
Hoje, 11 de dezembro de 2012, curvei meu coração em reverência. Respeitei meu tempo de admitir e assimilar o erro e, com toda calma e cuidado do mundo, pude fazer o mais sincero pedido de desculpas de minha vida.



Era o que faltava para me devolver a paz, para tentar corrigir a injustiça feita e que, durante certo tempo, camuflou de tristeza e arrependimento o meu riso mais gostoso. Aqui, por dentro também havia me deixado ferir imensamente.
A gente sabe que não há como mudar ninguém, que as mudanças que esperamos, só podemos promover exclusivamente na nossa própria vida.
Que isso é o que traz o verdadeiro crescimento. E meu desejo sempre foi ir de encontro ao amadurecimento. Rumo à vontade bonita, toda minha, de aprender mais, de evoluir.



Mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar. Este ano, em especial, dei um salto e tanto na minha maneira de ver a vida, nas minhas escolhas e reorganização de minhas prioridades. Sei que há muito ainda a aprender, a corrigir, melhorar, mas a vida é um constante aprendizado e, devagarzinho, vamos indo.
Aprendi a ser mais maleável, mais tolerante, mais flexível, bem mais paciente também. E aprendi isso no trabalho, com as pessoas que hoje me cercam.

Em todas aquelas dificuldades surgidas e que, juntos modificamos. Pela leveza reinventada e transformada ao longo do caminho, por poder contar em qualquer tempo com quem tem o dom de ouvir além dos olhos. Algo que jamais presenciei por todos os lugares que passei.


Aquele cuidado espontâneo com os outros, tão raro de se encontrar por aí. De quem, sem muito esforço, capta com exatidão toda a textura do sentimento alheio. E se importa muito com isso.

A tal sensibilidade que tanto me define e me caracteriza me fez perceber a tempo algumas sutilezas dos pequenos gestos, sorrisos e atitudes.
Tudo aquilo que me torna mais singular dentre todos os meus “infinitos e rotineiros plurais” e que, por vezes, me deixa tão previsível, por incrível que pareça, foi exatamente o me trouxe de volta, junto ao espelho da minha alma. O que me fez enxergar nitidamente tudo o que até então me incomodava, que precisava ser revisto com mais carinho, mais atenção.

A tempo de poder me desculpar diante de quem sempre teve um jeito de ouvir muito além dos olhos, de ver além dos ouvidos. De quem tem a espontaneidade do “sorriso no olhar”, que nos inspira e nos estimula a vestirmos a camiseta, pegar junto, abraçar a idéia, de sorrir sempre, de se estar feliz fazendo aquilo que se ama, de ir de encontro ao nosso objetivo principal, de se fazer sempre o melhor, de não desistir, de acreditar na qualidade ideal, na possibilidade dos 100%.



Fiz o que precisava ser feito. Fiz de todo o coração.
Por toda inocência que existe nesse seu coração bonito, pelo brilho bom que seus olhos dizem e que eu tanto admiro: Meu mais sincero agradecimento.




Responsável pela pauta: Nádia Baldi

Se não ele, quem?

Sábado, 8 de dezembro de 2012. Não, não fui à inauguração da Arena. Minha grande amiga Beta vinha de Caxias e, como de costume, organizou o futebol da mulherada com o tradicional churrasco ao final do nosso jogo.

Enquanto jantávamos, assistíamos a toda festa vinda da Arena. Algo maravilhoso, de arrepiar mesmo. Toda organização, iluminação, simplesmente grandiosa, digno de algo de primeiro mundo. Mas aí, somado ao espetáculo que contagiava a todos, haveria também o amistoso contra o Hamburgo, da Alemanha.


Aquele mesmo time que, no ano de 1983, havia sido nosso adversário na conquista do Mundial. Jogo festivo exatamente uma semana do último Grenal do Olímpico e também o mais frustrante empate de todos os demais. Justamente naquele da despedida do Monumental não foi possível comemorar um gol sequer. O favorecimento do mau futebol, do zero a zero, lembrando um jogo típico de gauchão fez nosso grito ficar preso na garganta. E, diante das circunstâncias deste domingo, não tivemos competência e nem sorte na despedida do nosso casarão. Mas, ainda assim, a torcida do Grêmio deu um show com sua avalanche sem gols. Avalanche de um estádio inteiro. Emocionante.


Uma semana depois e já estávamos lá, de novo, em outro importante dia, em outro momento mágico e, de igual ou superior emoção. Mas o local agora era outro. Saíamos então da nossa casa própria para outra. Maior, bem mais moderna, mas alugada por longos 20 anos. Eis a “nossa” Arena.
A escalação do time do Grêmio para esta partida diante do Hamburgo contrariava a obviedade das últimas e, em vez de Marcelo Moreno, o titular seria André Lima.

Ah... André Lima... Centroavante tão contestado por grande parte da torcida. Mas não pela pessoa aqui.
Desde que se autodenominou “Guerreiro Imortal”, assumindo a camisa 99 do clube, passei a acompanhar mais de perto seu desempenho e seu comprometimento com o manto sagrado do Grêmio. E vi surgir um cara digno de uma entrega comovente. De uma vontade absurda de corresponder às expectativas da torcida, de receber o carinho, a acolhida, o mérito por todo empenho, por tamanha dedicação e amor ao clube.


Sim, amor.


Coisa que não víamos há tempos pelas bandas do Olímpico.
Arrisco afirmar que, desde os tempos de um cara chamado Renato no comando do time gremista, não havia então surgido igual “torcedor” vestindo com orgulho o manto tricolor.


Não, não estou comparando André Lima a Renato. Jamais cometeria este absurdo. Afinal de contas não pertencem à mesma geração, tão pouco a mesma posição. E, mesmo que assim fosse, há que se reconhecer o abismo gigante existente entre eles na qualidade técnica e também no coração da torcida. Ninguém se equipara ao grande e eterno ídolo, Renato Portaluppi.
Mas há a imensa semelhança do carinho, respeito, admiração e amor por um clube. Algo muito raro nestes tempos onde a influência dos cifrões é tamanha.

André Lima já foi "moeda de troca" na gestão de Odone um ano atrás. E, fosse outro jogador, sem a mínima identificação com o clube que paga seu salário e, principalmente com a torcida, teria ido embora para o Palmeiras sem o menor remorso.
Mas não. André Lima quis muito ficar no tricolor. E mais que isso. Ficou no Monumental da Azenha, recusando uma suposta transferência ao clube paulista. Mesmo renegado pela atual diretoria, com os “pés feridos”, foi valente sem perder a coragem de buscar a confiança do torcedor.


Não fez corpo mole feito alguns jogadores da dupla Grenal (Gabriel, no Grêmio ou Kleber, no Inter). Descalçou todos os sentimentos negativos da alma e provou no decorrer do ano, ser um cara indispensável ao time tricolor.


Tal qual “carta na manga”, aguardando momento certo de se utilizar feito um curinga, e vencer o jogo.
André Lima está longe de ser uma estrela no nosso Tricolor, mas também está muito além de ser apenas uma aposta.
Um cara que, mesmo sendo reserva do time do Grêmio, se empenha sempre. Aceitou se doer por inteiro até conseguir, com muito esforço, florir novamente. Porque teve fé, acreditou, se dedicou incansavelmente. É o típico jogador que se entrega a cada partida com igual ou superior intensidade daquele quem tem a titularidade absoluta. Este profissional merece, no mínimo, um olhar mais atento.


Há que se saber fazer um balanço de tudo o que aconteceu neste ano no Grêmio, diagnosticar os erros e tentar repará-los, mas, também, insistir naquilo que vem dando resultado.
E André Lima, de uns meses para cá provou estar nesta sintonia com o manto sagrado. É emocionante ver este jogador em campo. E não foi apenas neste jogo, não foi o de ontem. Há tempos percebe-se um profissional dedicado, qualificado e cada vez mais identificado com o Grêmio, com sua torcida.


Mesmo sendo banco, mesmo entrando em poucos minutos, estava lá fazendo a sua parte. E mais do que isso, fazendo gols. Então, quem mais merecia fazer o gol de estréia da Arena, se não ele?


Uns dirão: ora bolas, Zé Roberto que é o craque do time.
Confesso, não ficaria triste se o atual camisa “dez” fosse o autor do primeiro gol na Arena ou qualquer outro jogador do Grêmio. Mas minha torcida maior foi sim para que o mérito ficasse por conta da dedicação e empenho deste cara chamado André Lima.


E que prova maior de sintonia com a torcida do que a sua comemoração após o gol na Arena? Que outro jogador ousaria igual atitude? Se não ele, quem?


Chega a ser engraçado como a grande maioria das pessoas se surpreende muito mais com uma dose extra de afeto e admiração do que com a indelicadeza propriamente dita e que tanto nos embaça a visão.
Muitos lembraram da pessoa aqui e desta idolatria pelo camisa 99 do Grêmio tão logo ele marcou o primeiro gol da história da Arena.


Mas raros foram os que se emocionaram e se importaram de fato com esta façanha. Com o jogo em si que, por ironia do destino, encerrou com uma vitória do tricolor e no mesmo placar do ano de 1983.


Ao meu “queridinho”, meu desejo de que permaneça ainda por muito tempo vestindo a camisa do Guerreiro Imortal. O importante é saber criar espaço, não se importando com o tamanho dos apertos.

E a pessoa aqui, ao seu lado, mesmo que você não saiba, mesmo que você não veja.

Saudações tricolores...


terça-feira, 20 de novembro de 2012

A casa de cada um

"Nesta época, gosto de tratar da vida. Dou a roupa que não uso mais.

Livros que não pretendo reler. Envio caixas para bibliotecas. Ou abandono um volume em um shopping ou café, com uma mensagem: "Leia e passe para frente!".
Tento avaliar meus atos através de uma perspectiva maior.

Penso na história dos Três Porquinhos. Cada um construiu sua casa. Duas, o Lobo derrubou facilmente. Mas a terceira resistiu porque era sólida. Em minha opinião, contos infantis possuem grande sabedoria, além da história propriamente dita. Gosto desse especialmente.

Imagino que a vida de cada um seja semelhante a uma casa. Frágil ou sólida, depende de como é construída. Muita gente se aproxima de mim e diz: Eu tenho um sonho, quero torná-lo realidade! Estremeço.

Freqüentemente, o sonho é bonito, tanto como uma casa bem pintada. Mas sem alicerces. As paredes racham, a casa cai repentinamente, e a pessoa fica só com entulho. Lamenta-se.

Na minha área profissional, isso é muito comum. Diariamente sou procurado por alguém que sonha em ser ator ou atriz sem nunca ter estudado ou feito teatro.

Como é possível jogar todas as fichas em uma profissão que nem se conhece?

Há quem largue tudo por uma paixão. Um amigo abandonou mulher e filho recém-nascido. A nova paixão durou até a noite na qual, no apartamento do 10º andar, a moça afirmou que podia voar.
Deixa de brincadeira, ele respondeu.
Eu sei voar, sim! Rebateu ela.
Abriu os braços, pronta para saltar da janela.
Ele a segurou. Gritou por socorro. Quase despencaram.
Foi viver sozinho com um gato, lembrando-se dos bons tempos da vida doméstica, do filho, da harmonia perdida!

Algumas pessoas se preocupam só com os alicerces.
Dedicam-se à vida material.
Quando venta, não têm paredes para se proteger.
Outras não colocam portas.
Qualquer um entra na vida delas.

Tenho um amigo que não sabe dizer não (a palavra não é tão mágica quanto uma porta blindada). Empresta seu dinheiro e nunca recebe. Namora mulheres problemáticas. Vive cercado de pessoas que sugam suas energias como autênticos vampiros emocionais.

Outro dia lhe perguntei: Por que deixa tanta gente ruim se aproximar de você? Garante que no próximo ano será diferente.

Nada mudará enquanto não consertar a casa de sua vida.
São comuns as pessoas que não pensam no telhado. Vivem como se os dias de tempestade jamais chegassem.

Quando chove, a casa delas se alaga. Ao contrário das que só cuidam dos alicerces, não se preocupam com o dia de amanhã.

Certa vez uma amiga conseguiu vender um terreno valioso recebido em herança. Comentei: Agora você pode comprar um apartamento para morar. Preferiu alugar uma mansão. Mobiliou. Durante meses morou como uma rainha. Quase um ano depois, já não tinha dinheiro para botar um bife na mesa!

Aproveito as festas de fim de ano para examinar a casa que construí.

Alguma parede rachou porque tomei uma atitude contra meus princípios?
Deixei alguma telha quebrada?

Há um assunto pendente me incomodando como uma goteira?
Minha porta tem uma chave para ser bem fechada quando preciso, mas também para ser aberta quando vierem as pessoas que amo?
É um bom momento para decidir o que consertar. Para mudar alguma coisa e tornar a casa mais agradável.

Sou envolvido por um sentimento muito especial.
Ao longo dos anos, cada pessoa constrói sua casa.
O bom é que sempre se pode reformar, arrumar, decorar!

E na eterna oportunidade de recomeçar reside a grande beleza de ser o arquiteto da própria vida."

Walcyr Carrasco

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Saudades Apertadas



das tuas mãos;
do teu carinho;
da tua amizade;
do teu riso;
das tuas confusões;
do nossa cumplicidade;
da nossa amizade;
do nosso carinho;
do nosso amor;
das nossas mensagens;
dos nossos e-mails;
do nosso "bom dia";
das nossas bobagens;
das nossas teorias;
das nossas gargalhadas;
do nosso tempo;
do nosso "saber da gente";
da gente junto;
da gente perto;

da nossa saudade...

... eu e esse meu jeito "torto" e "estúpido" de amar ...
;-)





segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eu sou (serei) mais forte do que eu...



"...não choro porque não há perda, há apenas a interrogação, o "como seria se"...

... portanto, estou triste, mas sou alegre e nada mais a reclamar..."

"...do meu jeito atrapalhado e sem conteúdo, sou assim na alegria e na tristeza, no amor e na doença, um traste que não sabe dizer coisas profundas mas que te abraça e beija, kisses!..."


(Martha Medeiros - Tudo que eu queria te dizer)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Calma aí, coração

"... Coração surdo não tem juízo
Não ouve nunca a voz da razão
E razão você sabe, é preciso
Pra curar a sua loucura, coração

Bandido cansado de enganos
Heróis de capa e espada na mão
Esquece metas, retas e planos
Veleja no mar escuro da ilusão"

(Calma Aí, Coração - Zeca Baleiro)


Quem além de você?

"Por trás das palavras, da raiva de tudo

Sorri pra tentar chegar em você

Foi como fugir pra nos proteger

Enquanto eu sorrir ainda posso esquecer

Porque..."





domingo, 23 de setembro de 2012

Quem Foi

Quem foi que me deixou
No limite do amor
Entre o lar e a morada
Eu estou entre o adeus
E a contrapartida

No meio do fio
Na corda bamba, é o amor
Entre risos nervosos
Tenho os olhos meus
Sobre os sonhos teus

Deixa o coração
Ter a mania de insistir em ser feliz
Se o amor é o corte e a cicatriz
Pra quê tanto medo
Se esse é o nosso jeito de culpar o desejo

(Marisa Monte)

domingo, 16 de setembro de 2012

Confissões

Admitir qualquer coisa que seja nunca é fácil.
Custei a perceber algumas mudanças nas atitudes minhas, nas reações demasiadas e, quando me dei conta, já estava dentro, envolvida naquilo que não suspeitava.
Não tinha a menor idéia do quanto isso refletiria mais tarde, tão pouco se seria bom ou ruim. E me assustei um pouco.

Errei ao acreditar 100% em uma situação que não dependia de mim, mas errei ainda mais por fazer dela meu escudo protetor para arriscar, para abrir a guarda novamente.
Não devia. Não podia. Era preciso ter me protegido, ter lutado contra, ter resistido mais, ter tentado mudar o foco, as coisas.

E quem domina os impulsos do nosso coração? Para os movidos pela emoção, feito eu, esta tentativa de controlar a vida é algo impossível.

Mas, durante certo tempo fiquei dividida entre fugir e aceitar.
Acabei aceitando, admitindo pra mim mesma, diante do espelho e guardando, cuidando com carinho, porque acima de tudo, não queria que nada se perdesse. Procurei não pensar lá na frente, no que aconteceria. Apenas aproveitar o momento.
Só que não querer pensar também é uma forma de fuga, dizem uns. E pode ser que tenham razão.

No fundo sabemos bem o que se passa com a gente, ainda que se leve um tempo para admitir ou aceitar. Certos sentimentos nos acolhem, nos carregam pela mão para um lugar de paz tão diferente, tão singular e faz com que aquele sorriso de verdade aconteça de novo no nosso rosto. É aí que nos damos conta de certas mudanças no nosso mundinho.


Passei a sentir esse carinho maior e uma vontade absurda de estar sempre junto.
De repente aquele alguém tão perto ficou ainda mais perto, o tempo cada vez mais arrastado quando longe e o entusiasmo sempre florindo nos nossos encontros. Tudo mais divertido e colorido. O coração querendo sair de casa pra sorrir e convidando tantas outras vidas pra sorrir junto.
Era a paz infinita da minha alma naqueles instantes perto.

Pode ser que tenhamos nos perdido um pouco nessas brincadeiras, mas desde antes já tinha aqui o desejo de que algo acontecesse.
Apenas o “carinha lá de cima” deu um empurrãozinho.

As coisas são como devem ser e não cabe a nós tentarmos entender ou explicar. Elas acontecem (ou não) e pronto.
Às vezes é preciso apenas aceitar para que não percamos algo infinitamente maior. Para que os "nossos sorrisos felizes" não fiquem parecendo apenas uma doce saudade. 

Como diz a musiquinha delícia aí do vídeo:

“Eu quero amor, alegria, bom humor. Não é o dinheiro que me trará felicidade, eu quero morrer com a mão no coração”.




Donnez moi une suite au Ritz, je n'en veux pas!
Des bijoux de chez CHANEL, je n'en veux pas!
Donnez moi une limousine, j'en ferais quoi?
papalapapapala
Offrez moi du personnel, j'en ferais quoi?
Un manoir a Neufchâtel, ce n'est pas pour moi.
Offrez moi la Tour Eiffel, j'en ferais quoi?
papalapapapala

Je Veux d'l'amour, d'la joie, de la bonne humeur
c' n'est pas votre argent qui f'ra mon bonheur,
moi j'veux crever la main sur le coeur
papalapapapala
allons ensemble, découvrir ma liberté,
oubliez donc, tous vos clichés,
bienvenue dans ma réalité !

J'en ai marre d'vos bonnes manières, c'est trop pour moi!
Moi je mange avec les mains et j'suis comme ça!
J'parle fort et je suis franche, excusez moi!
Finie l'hypocrisie moi, j'me casse de là!
J'en ai marre des langues de bois! Regardez moi,
toute manière j'vous en veux pas, et j'suis comme ça
j'suis comme ça
papalapapapala

(Zaz - Je Veux)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pingos de Magia

Já sonhei nossa roda gigante esconde-esconde em você
Já avisei todo ser da noite que eu vou cuidar de você
Vou contar histórias dos dias depois de amanhã
Vou guardar tuas cores, tua primeira blusa de lã

Menina vou te guardar comigo
Menina vou te guardar comigo

Teu sorriso eu vou deixar na estante para eu ter um dia melhor
Tua água eu vou buscar na fonte teu passo eu já sei de cor
Sei nosso primeiro abraço, sei nossa primeira dor
Sei tua manhã mais bonita, nossa casinha de cobertor

Menina vou te casar comigo
Menina vou te casar comigo...Vou te guardar comigo

Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo

Ô menina guardo você comigo
Menina guardo você comigo

Nosso canto será o mais bonito Mi Fá Sol Lápis de cor
Nossa pausa será o nosso grito que a natureza mostrou
A gente é tão pequeno, gigante no coração
Quando a noite traz sereno a gente dorme num só colchão

Menina vou te sonhar comigo
Menina vou te sonhar comigo

Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo

Ô Menina guardo você comigo
Menina guardo você comigo

(Menina - O Teatro Mágico)  

Mudar dói, Não mudar dói muito


Não pense que o mundo acaba
Ali onde a vista alcança
Quem não ouve a melodia
Acha maluco quem dança
Se você já me explicou
Agora muda de assunto
Hoje eu sei que mudar dói
Mas não mudar dói muito

Dizia Erasmo de Rotterdan
Que o pai da loucura é Platão
A mãe dela é a juventude
E dizem que teve um irmão
Que batizou enstusiasmo
E mora no Maracanã
Passeia em casais abraçados
E dorme no colo de Yansã
A natureza não precisa de arte
O amor não precisa do poeta
Às vezes, é o porto que parte
E é o alvo que procura a seta
Talvez seja filosofia
Talvez seja falta de assunto
Mas não há quem dirá (quem diria)
A verdade só, só junto
Que junto a verdade aparece
E ser só metade é ser só
E só quem amou sabe disso
Gigante olha a pedra e vê pó

(Oswaldo Montenegro)

sábado, 8 de setembro de 2012

Sandy Leah

Entre uma pausa e outra de “devorar” o livro “Tudo que eu queria te dizer” de minha musa, Martha Medeiros, assisti ao vídeo da gravação de DVD de Sandy (ex dupla Sandy & Júnior, agora em carreira solo). Eis que, para minha feliz surpresa, me deparo com algo bem bom.

Acho que o fato da gente não criar muitas expectativas ajuda e muito para que certas coisas nos surpreendam positivamente. E este vídeo é uma prova disso. São 21 músicas cuidadosamente escolhidas e encaixadas perfeitamente no repertório.

Fui assistindo, sem culpa ou qualquer obrigação, simplesmente fui, sem hora, nem tempo.

O DVD inicia com a ótima “Pés Cansados” que fala sobre o retorno a uma relação sem medo, isso após lutar muito contra, buscar outras coisas para fugir das idas e vindas tão comuns, até admitir, neste caso, não ser um “retrocesso” voltar àquilo que se ama de fato e tentar outra vez.

“Eu lutei contra tudo/Eu fugi porque era seguro/Descobri que é possível viver só/Mas num mundo sem verdade/Depois de tanto caminhar/Depois de quase desistir/Os mesmos pés cansados voltam pra você/Pra você/Sem medo de te pertencer/Volto pra você”

“Dedilhada” é a segunda escolhida no show e, em minha opinião, aquela que talvez reflita exatamente o momento de Sandy nesta nova etapa de seguir em carreira solo. Posso estar enganada, mas a letra me passa essa idéia.

“Meus passos vão firmes no caminho/Em direção ao que não foi escrito/Intuição sopra em meu ouvido/Escuto e vou/Eu só sei que não quero viver uma vida dedilhada/Cansei de pensar demais os erros meus não são iguais aos erros que deixei pra trás/E aqueles velhos medos não assustam mais”

“Ela/Ele” não curti. Talvez até seja a música tema de Sandy e Lucas da vida real, mas não gostei da melodia, lenta demais, sei lá. Não gostei.

“Perdida e Salva” é, sem dúvida, a melhor música do show! Linda!! A voz suave e doce de Sandy deixa a música ainda mais leve, feito uma musiquinha de filme infantil que nos embala e alivia o coração.

“Tentativas vãs de descrever/O que me calou/Me roubou palavras/E chão e ar/Me roubou de mim/E a dor some no vazio/Que o seu beijo preencheu/Da flor somem os espinhos/É assim o mundo que você me deu”

Depois ela se arrisca em cantar “Beija Eu”, de Marisa Monte. E não é que deu certo? Ficou bem bonitinha na voz dela, mesmo considerando que, possivelmente por não querer ousar tanto, não mudou praticamente em nada de ritmo ou melodia da música, apenas uma “aceleradinha” básica que ficou legal.

“Put your records On”, assim como “Wonderwall” e “Black horse and the cherry tree” encaixadas no repertório ingles do show, ficaram ótimas. Mais suaves que a versão original, um toque Sandy de ser, eu diria. Muito bom.

“Tão comum” é uma música bem bacana, com swing, gostosa de ouvir, mas perdi a paciência de assistir quando me deparei com um “Seu Jorge” cafona por demais. Uns chamariam isso de “estilo” do cara, mas em minha opinião, é mau gosto mesmo. Todo de terno e gravata e com um “gorrinho de lã” na cabeça feito um favelado? Por favor! Os óculos escuros sim, considero um estilo do cara. Do resto, algo brega e péssimo.

“Hoje eu quero sair só”, do Lenine não ficou muito diferente do estilo Patrícia Coelho de cantar esta mesma canção. E é uma música que é boa desde sempre, então, ser Sandy ou qualquer outra pessoa a interpretá-la não muda muita coisa.

“Sem jeito” – com Lenine o nome já diz, é uma música sem jeito rsrsrs... Parece que falta ou faltou algo. Não sei. Ritmo diferente da melodia, letra em descompasso com tudo, inclusive com a dupla, não se encaixam. Não gostei, apesar de achar a letra, e tão somente ela pura e simplesmente, interessante.

“O que faltou ser” outra belíssima canção do DVD. Suave, delicada e extremamente doce na voz da sempre doce, Sandy.

"Não me escondo do medo de não me reerguer/Do silêncio de uma vida sem você/De tudo o que faltou ser/Não me escondo do medo de não me reerguer/Do silêncio de uma vida sem você/De tudo o que faltou ser”

“Duras pedras” é uma música mais pesada, dura mesmo, como o nome já diz. Mas com uma interessante letra, apesar de triste.

“Dias iguais” ficou perfeita na parceria com Nerina Pallot. A voz que lembra um pouco a “aveludada” de Norah Jones. Linda canção, linda parceria.

“Por Enquanto” da Legião Urbana, assim como “Casa” de Lulu santos, Sandy com seu jeito suave de cantar, deu um toque de leveza e alegria especial a elas. Ficaram belíssimas.

A sempre ótima “Quando você passa”, ganhou uma “aceleradinha delícia” e uma batida delicada deixando ainda mais doce a canção.

“Estranho jeito de amar” é uma canção bonita, agradável aos ouvidos e um pouco triste, eu diria, mas com uma letra tão comum aos dias de hoje, às relações, enfim.

“Quanto talento pra discutir em vão/Será tão frágil nossa ligação/Não tem que ser assim/Tanto desencontro, mágoa e dor /Pra que a gente tem que se arriscar”

“Quem eu sou” quase fecha com chave de ouro o DVD. Ótima canção. Delicada, suave, letra e melodia que se encaixam perfeitamente. Deveria ser a que encerra o show, na minha opinião.

“A vida é assim/Não vem com manual/E só perde quem não corre atrás/Quem não joga o jogo/Por ter medo de errar/Mas quem se sente pronto pra viver/Deixo o sol guiar o meu olhar/E assim eu vou/Procurando/Nos meus sonhos/Descobrindo quem/Realmente eu sou/Inventando um caminho/Libertando quem/Realmente eu sou/Quem realmente eu sou/E o meu caminho vai/Sem medo de chegar/Só vou olhar pra trás/Pra ver o sol se pôr”

“Esconderijo” é uma música simples, direta e que na voz de Sandy, aliado ao toque delicado do piano, vira quase a declamação de um poema. Lindo, emocionante.

E ela fecha o show com “Tempo”, outra canção leve, lenta e, que por mim, poderia ter sido encaixada no meio do show e não para encerramento. Mas é uma canção bela e suave.

A direção do show é de Júnior, irmão e maior parceiro dos últimos anos de Sandy. E quem assina a direção musical do espetáculo é seu marido Lucas Lima.
Em resumo, um belíssimo espetáculo. Um DVD gostoso de assistir, de ouvir. Com canções escolhidas com carinho e cuidado que transformaram em um lindo e emocionante show. Vale à pena dar uma conferida com atenção nesta nova fase de Sandy.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pingos de Caio


Vai menina, fecha os olhos
Solta os cabelos
Joga a vida
Como quem não tem o que perder
Como quem não aposta
Como quem brinca somente
Vai, esquece do mundo
Molha os pés na poça
Mergulha no que te dá vontade
Que a vida não espera por você 
Abraça o que te faz sorrir
Sonha que é de graça
Não espere
Promessas vão e vem
Planos, se desfazem
Regras, você as dita
Palavras, o vento leva
Distância, só existe pra quem quer
Sonhos se realizam, ou não
Os olhos se fecham um dia, pra sempre
E o que importa você sabe, menina
É o quão isso te faz sorrir
E só

C.F.A.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Pato Fu

Sempre por trás de um show espetacular existe, inevitavelmente, um período longo de muito trabalho, estudo e dedicação. Com esta banda não seria diferente. Foram praticamente DOZE MESES ensaiando e aprendendo a tocar em instrumentos de brinquedo. Mais que isso, transformar tudo isso num espetáculo maravilhoso, alegre, cativante e de encher os olhos tanto de adultos, quanto de crianças.

Muito Obrigada, Pato Fu por ser a banda mais criativa e divertida do planeta e, com isso, adoçar ainda mais meu domingo com este lindo e encantador show! Parabéns ao excelente projeto "Música de Brinquedo"!!!

AMOOOOOO MUITOOOOO TUDO ISSOOOOOOO!! ;-) 



domingo, 2 de setembro de 2012

domingo, 26 de agosto de 2012

Palavras...






Acho que ninguém...por vezes, nem eu mesma. 
Isso talvez explique os momentos em que silencio, que é o que de melhor sei fazer quando as palavras tornam-se inúteis...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Lento

Certa vez escrevi num e-mail sobre eu não ser alguém de certezas estáticas, de procurar aquilo que é politicamente correto. Sempre agi no impulso, diante daquilo que me move e emociona ou, como mesma citei, me guiando tão somente por "este imbecil e ingênuo que me rende sempre às avessas de tudo o que seria mais fácil e óbvio". E é verdade.

Entretanto, há momentos em que necessito parar, olhar para dentro, me procurar entre tantos desencontros surgidos pelo caminho e que me fizeram perder um pouco o foco, o tino, a paz. Não ajusto nada, apenas observo as transformações dos sentimentos. Uns perdendo-se totalmente com o passar do tempo, outros resistindo bravamente. Uns evoluindo de patamar, se ajustando, outros tantos desaparecendo e desvalorizando por completo. Assim é o efeito do tempo.

Nestas horas a conversa é outra. É da gente. Somente nós e mais ninguém. Eu e a imagem que se reflete no espelho. E a gente acaba se entendendo. Te conto coisas absurdas para o momento e você me acena com algumas possibilidades bastante atrativas. Te digo do meu foco atual no trabalho e tão somente nele e você me abre os braços para mostrar que a alegria e encantamento podem surgir também de outras fontes. De onde a gente até então não enxergava ou não queria ver com estes mesmos olhos.

Quem sabe você esteja com a razão e a pessoa aqui deva esquecer um pouco esse mundinho perfeito de conto de fadas, essa ânsia por segurança, por manter o freio de mão sempre junto de si e deva chutar o balde de vez, arriscar novamente, se jogar e ver no que vai dar. Será? 

Mas aí a gente se desentende. Sem meu consentimento você conta aquilo que nem sei direito, que mal revelei a mim mesma. E com toda empáfia do mundo diz que apenas deu um empurrãozinho naquilo que já estava por acontecer, que contribuiu para trazer aquele sorriso de volta aqui pra dentro por inteiro. E a tríade da felicidade (segundo a musa Martha Medeiros) parece estar querendo dar o ar da graça pra você novamente: Saúde, trabalho e alguma relação afetiva (não necessariamente nesta mesma ordem).

Ótimo se tudo fosse assim, tão automático e instantâneo. Se a imagem refletida naquele espelho de sempre não tivesse mudado em nada nos últimos tempos, possivelmente apostaria que aquele mesmo coração, por vezes tão descompassado, pudesse agir como sempre agiu: no ímpeto e na vontade de estar diante daquilo que desperta interesse e faz um barulhinho bom sem se importar em se jogar de olhos fechados. Mas não. Por mais desejo que se tenha de arriscar e tentar, ver onde tudo vai dar, há em contra partida o medo de algo maior se perder nisso tudo. De se atropelar etapas, de se perder entre imagens desfocadas, de não haver a mesma sintonia, de não corresponder, assim como de não ser correspondida, enfim.

Algo ficou blindado pelas bandas de cá. E aquilo que hoje parece andar lentamente é tão somente cautela de alguém que não quer errar novamente e se confundir uma vez mais. Tudo tem seu tempo e cada um tem o seu.

Como também escrevi tempos atrás, ando buscando encontrar maneiras para cuidar novamente do meu coração, com todo o carinho que ele merece. E isso demanda tempo e paciência. Uns possuem, outros não. Uns querem, outros não. Uns podem, outros não.



(Lento - Julieta Venegas)

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...