terça-feira, 13 de novembro de 2018

Meu Tom 🐈💙



A parte mais difícil realmente é voltar pra casa com a caixinha vazia. Afirmo, por experiência própria.  É quando de fato a ficha cai. É o dar-se conta de que aquele pedacinho teu se foi pra sempre.  

Estive na clínica ontem pra buscar as coisinhas do meu Tom Cruise que partiu no último dia 07.  Até então ainda estava meio anestesiada, tentando entender, aceitar.

O “cara” desta vez não voltou pra casa. Se despediu sem o meu consentimento, às vésperas de completar 14 aninhos (15/11). Lembro como se fosse hoje o dia em que o adotei. Estava numa gaiolinha na Águia veterinária, do Bom Fim. Avistei aquele bebezinho tão lindo e magricelinha e o levei para casa. É uma vida, uma história de anos de convivência, carinhos, cumplicidade. Sabendo de cada gosto, entendendo suas manias, alegrando meus dias, me enchendo de amor. Do jeito todo especial dele de demonstrar, carregava um amor gigante. Um amor imenso, sem pedir nada em troca. Aquele  amor que não enruga, que não entende nada de egoísmos.

Já me perguntei inúmeras vezes se não poderia ter feito mais, se não errei em alguma coisa. Tanto estresse em função de clínica, soro, medicação, exames. Lutamos muito, mas não deu. Tanto desgaste físico e emocional e agora tudo parece demasiadamente injusto.

Nunca é “apenas um gato” e só quem tem um animalzinho de estimação pode ter a dimensão do que falo. A dor de perdê-lo é enorme. 
Parecia que eu ainda iria buscá-lo ontem na clínica, vivo, como havia feito por várias vezes quando o levava para a fluidoterapia. Mas não. E perceber isto foi devastador.

Jamais soube viver na epiderme das emoções e nestes últimos meses não haveria de ser diferente. Reconheço a tristeza que sinto. O vazio da perda é imenso e meu coração sangra. Eu transbordo. Eu choro, feito uma criança.

Difícil entrar e sair do apartamento.
Sensação de que ele ainda virá na porta, me pedindo para abrir a torneira da pia ou do tanque pra beber água. Passando por entre as minhas pernas pedindo pra trocar a ração do pratinho, ronronando carinhosamente, apesar da carinha de bravo. Tá sobrando mais espaço no tapetinho de vocês. Sobra tanta falta no pratinho que ficou.

A verdade é que nunca nos preparamos de fato para a morte. E, até nisso eles nos ensinam o quanto são infinitamente tão melhores e mais preparados para as perdas do que nós.

Aos poucos irá passar, eu sei. Mas preciso desencharcar o peito. Sua ausência será eterna, ficarão as lembranças, saudades e a imensa gratidão pelos momentos vividos ao lado deste “cara” tão especial. Meu primogênito, companheirão de abraços, carinhos mordidinhas na panturrilha e brincadeiras comigo e com a Pitty.

Tão lindo, tão bem desenhado e, literalmente,  fazendo jus ao nome que carregou. Era o legítimo gato, na beleza e no jeito de ser. Carinhoso quando queria, brincalhão quando se permitia. 
Mas, descansou. Sofremos muito desde final de setembro até então. Nada mais justo que partisse sem mais sofrimento, sem mais dor. 

”Mas sabemos que ele está melhor, não ficou sofrendo, passando trabalho. Foi bem recebido pelo mano”, alguém doce me escreveu ontem. E é verdade. Agora ele está em paz ao lado do Brad. Passados 18 meses e eles se reencontraram. Estão novamente juntos. E isso me acalma e conforta um pouco.

Meu Tom amou e foi muito amado. Não há tradução em palavras que expliquem este  afago na alma. É o sentir da gente. E eu sinto. Muito.

A todos que nos ajudaram de alguma maneira, torceram, fizeram preces e mandaram todas as energias positivas possíveis, meu mais sincero muito obrigada. Saibam que foi muito importante tamanho carinho.
🐈💙



♪Tudo no seu tempo, tão veloz por dentro
Em mim passa devagar
A me acertar ♪

Tom Cruise  🐈
15/11/2004 - 07/11/2018

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...