quarta-feira, 29 de junho de 2016

Sorrir e agradecer


A gente vai se transformando de tempos em tempos e, aprendemos a carregar bem menos bagagem na nossa “mochila”. Esta talvez seja a razão de eu buscar sempre abrir meu coração e captar nas pequenas coisas grandes motivos para me deixar amável e doce. Porque tudo passa tão rápido nesta vida e, na verdade sei também que no caminho de volta irei encontrar um ambiente diferente, um pouco pesado e cinza. 

Digo isso, pois diariamente fico em um local não muito agradável. Na verdade não me sinto nada bem lá. Não sei explicar. Simplesmente não flui. De todas as salas, justo a que tenho de ficar é onde não sinto paz. Nada confortável. Razão pela qual faço circular e deixar fluir todo sentimento que envolve minha alma. Vou trocando as belezas diárias entre os andares, pelos diversos setores. Recarregando o coração com alegria, emanando boas energias. Abstraindo aquilo que me faz mal. 

A sala é dividida com duas pessoas de áreas distintas da minha. Temos pensamentos totalmente diferentes na maneira de trabalho diário. Preciso de um pouco de silêncio, ainda que com uma música de fundo, mas principalmente, de concentração. Lido com cálculos e elas não. São de muita conversa e raríssima agenda. Dá para se tomar chimarrão na tranquilidade e ainda se atualizar das noticias nos sites de jornais diários. Sem maiores problemas ou compromissos, pois não há prazo em suas rotinas. 

Mas nem está aí a razão do meu desconforto e sim, na nossa troca diária mesmo. Não são pessoas que meu instinto ou sexto sentido identifique como boas. Não que sejam más, mas estão bem longe de enxergar além do seu próprio umbigo. Há um olhar denso e, por vezes o sorriso demasiado camuflado que me fazem não nutrir simpatia. Convivo, respeito e ponto. Simplesmente não confio. Certas atitudes também me decepcionam, chegam a causar mal estar. Definitivamente a energia predominante não é mesma que emito. 

Exceto a lamentação acima, no geral lido com pessoas maravilhosas. Acho que é por isto que, invariavelmente sinto a necessidade de parar por alguns segundos e respirar bem fundo. Pra poder elevar meu pensamento em coisas boas, na lembrança dos sorrisos gentis que cruzam meu caminho todos os dias. É quando a calmaria se instala. Assim me permito observar tudo na volta, cada detalhe, por menor que seja. As coisas simples que me cativam imensamente. Porque são coisas mágicas. E são mágicas porque são guardadas com emoção e muito carinho no coração da pessoa aqui. E conseguem mudar muito o meu dia. 

Coisas que encontro na forma de um abraço sincero, um sorriso largo ou numa mensagem carinhosa em cima da mesa. É a minha alma sendo atendida ao pedido de um pouco mais de calma e leveza, bem do jeitinho que Lenine canta. Afinal, a vida não para. 

 
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...
Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Estas coisas lindas que trazem conforto, independente da dança dos meus dias. Entendo hoje esta minha sensibilidade como um presente. Como algo raro e que me proporciona poder captar determinado sentimento apenas olhando para uma pessoa. Já sei se toca ou não toca. 

É bem verdade que, por vezes esta mesma sensibilidade me cega também. Meus olhos vão muito além da casca, enxergo o interior. Mas, dentro do possível, busco incansavelmente sentir de perto a beleza, a importância do ar carregado de ternura. 

Sei que, por sentir tudo tão ao extremo, de forma tão intensa e visceral, por vezes sofro um bocado mais. Em contrapartida ganho muito mais em sentimentos de amor, me abro bem mais para a vida e para tudo o que ela pode me proporcionar de bom. 

Ainda que algumas escolhas afetivas acabem por me trazer certas doses de tristeza mais lá na frente, não lamento. Aproveito o instante. Vivo o agora, o presente. Me jogo, me transbordo. Sou intensa e não sei viver na epiderme das emoções. Sou fratura exposta e coração na vitrine. Já escrevi tempos atrás sobre isto e repito aqui: não sei amar pela metade. Carrego um amor tão grande que preciso distribuir. Sinto esta necessidade de dividir aquilo que pulsa gigantescamente em meu peito. 

Assim que prefiro ser, assim que sigo agindo. Agradecendo pelo sorriso de todos os dias, por poder contribuir e também criar pontes entre nós, por semear mais encantamento na vida, apesar dos pesares todos de cada um. Fazer brotar o sentimento de leveza, contrariando estas coisas todas negativas ou as energias ruins do dia a dia. Sorrir e agradecer, eis o segredo! ;-)

segunda-feira, 20 de junho de 2016

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Allehop Tour

E o Araújo Vianna será pequeno pra nós! Tudo o que abrilhanta a vida e deixa nossos olhos mais risonhos há que se repetir infinitamente dentro da gente. Emoções sem freio uma vez mais tomarão de assalto nossos corações, restaurando a alma com muita música, encantamento e doçura. 
E serão duas semanas de magiaaaa... (Caxias e Poa ♥)  
E mais uns quinze dias até dissipar todo efeito da overdose de amor \o/ \o/

Só quem vai pode de fato captar este efeito apaixonante e permitir-se contagiar neste mundo de Anitelli e sua trupe carregada de arte e muita poesia.

Que chegue logo o mês de agosto! Vai ser lindoooo! ♥ ♥ ♥


♪ Emanemo-nos AMOR ♪

#AllehopTour
#APoesiaPrevalece
#TudoNumaCoisaSó
#AGenteSeMerece
#GaúchosRaros

quarta-feira, 15 de junho de 2016

O tempo e as jabuticabas


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. 
As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos a limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer à pena.

Rubem Alves

domingo, 12 de junho de 2016

Esquecer é não sentir mais nada. Nem mesmo saudade...


A gente apaga o número do celular, apaga todas as fotos, apaga mensagens antigas, bloqueia no Facebook, Instagram e Whatsapp. A gente joga todos os presentes que ganhamos durante o tempo juntos fora e se liberta daquele perfume que só remete a tal pessoa.

Evitamos tocar no nome. Começamos a sair para as baladas da vida e levantamos o copo de bebida para fazer um brinde a nova fase e ao esquecimento da pessoa que ate há alguns dias era o amor da nossa vida. Juramos de pé junto que mal nos lembramos do timbre da voz dela.

Mas basta chegar em casa, tomar um belo banho e descansar a cabeça no travesseiro para vir à tona o que parecia estar morto e enterrado. Basta o silêncio de uma noite fria para as lembranças e a saudade aquecerem o coração e deixa-lo ardendo em dor. E é aí que nos damos conta que esquecer vai muito além do que o que imaginamos.

Quem esquece não precisa evitar encontros casuais, não se sente mal em falar a respeito e não precisa “entupir-se” de bebida para dizer que esqueceu. Não. Quem esquece cria indiferença. Quem esquece vive e somente. Quem esquece sabe que existem e sempre irão existir lembranças da pessoa que um dia foi de uma importância imensurável em nossa vida, mas tais lembranças não precisam ser apagadas, porque é algo que fez parte de algum momento bom, mas que, por obra do destino (ou não), ficou para trás.

Quem esquece não precisa provar nada para ninguém, apenas deita a cabeça no travesseiro e dorme com tranquilidade. E quem não esqueceu, meu amigo, precisa viver a dor e deixar doer. Deixar a ferida sangrar mesmo. E saber que não é preciso pressa, uma hora as coisas se estabilizam e será perceptível que esquecer é lembrar e não sentir mais nada. Nem mesmo saudade.

Ana Luiza Santana

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Esperançar




É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; 
porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. 
E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. 
Esperançar é se levantar,
esperançar é ir atrás, 
esperançar é construir, 
esperançar é não desistir! 
Esperançar é levar adiante.
Esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo...

Paulo Freire

terça-feira, 7 de junho de 2016

Para ti


Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti
criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que falhei
o sabor do sempre

Para ti
dei voz, às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo
estava em nós

Nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos,
simplesmente porque
era noite
e não dormíamos.

Eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos,
vivendo de um só olhar
amando de uma só vida.

Mia Couto - (poeta moçambicano)

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...