sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sonhos que aprisionam


Havia na minha casa, até uns dias atrás, uma travessa cheia de pedras. Elas eram de cores, tamanhos e formatos diferentes. Tinham em comum o fato de haverem sido coletadas em viagens. Se eu estivesse num lugar especial, procurava uma pedra bonita e a metia no bolso. Mais tarde, de volta em casa, juntava o item novo à coleção. Haveria, talvez, umas 30 pedras na travessa.

Na semana passada, preparando a casa para uma reforma, disposto a recomeçar a vida, decidi que era hora de me livrar de coisas que eu vinha acumulando desnecessariamente há pelo menos 10 anos. Rodaram roupas, objetos, revistas, livros e, claro, as pedras. Mas não foi fácil.
Cada vez que eu punha uma coisa de lado, com a disposição de me livrar dela, algo me incomodava profundamente. Havia uma dor ali, ou várias dores diferentes.
As pedras eram parte do passado que, de alguma forma, eu tentava agarrar e materializar. Os livros, vários que eu nunca tinha lido, representavam uma inquietação pelo futuro: agora eu nunca saberia o que há dentro deles. As roupas, muitas delas sem usar há anos, ficavam me acenando do chão, empilhadas, com as situações que haveriam de vir e nas quais eu sentiria falta delas.

O nome desse sentimento inquietante é apego.

A gente se agarra às coisas, como se agarra às pessoas e às ideias. Na verdade está tudo entrelaçado. As coisas representam pessoas, que nos remetem a sentimentos e ideias. Ou representam sentimentos e ideias, que nos lembram de pessoas.
Qualquer que seja a ordem, esse sentimento é um fardo.
Tentando reformar e recomeçar, tentando reiniciar a vida, a gente percebe como é difícil deixar as coisas para trás. Inclusive os sonhos e os planos, por mais banais e genéricos que sejam.

Assim como nos apegamos a livros que nunca lemos, ou CDs que nunca ouvimos, também nos apaixonamos por coisas que nunca vivemos e gostaríamos de viver, embora não sejamos capazes de explicá-las ou defini-las. Essa forma de apego é vaga, mas tem uma força brutal sobre as nossas ações.

A esperança de viver coisas espetaculares (mas indefinidas) no futuro impede que a gente se mova no presente. Ela leva, por exemplo, algumas pessoas a protelar indefinidamente relações afetivas duradouras. Elas não conseguem renunciar ao sonho de perfeição do conto de fadas ou abrir mão das possibilidades eróticas oferecidas por um planeta com seis bilhões de pessoas. Isso equivale à dificuldade de jogar fora um DVD que nunca foi visto. É apego pelo desconhecido.
Tenho a impressão de que esse sentimento pelo futuro é o maior obstáculo à mudança na nossa vida.

O passado é uma entidade com peso e qualidade definidos. Lidamos com ele todos os dias. Desapegar não é simples, como mostra a minha coleção de pedras, mas pode ser negociado, como sabem os analistas. Memórias podem ser reavaliadas, experiências podem ser diluídas no tempo. Podemos chegar à conclusão que sobreviveremos ao grande amor e ao grande trauma – e com alguma pesar, por um e por outro, somos capazes de enterrá-los em alguma medida.

O futuro é outra história. Nele residem todas as nossas expectativas. Depositamos neles nossas aspirações práticas e subjetivas. Em direção a ele arremessamos os nossos desejos não realizados, a redenção das nossas frustrações.
No futuro encontra-se a pessoa que desejamos ser. A felicidade mora lá e nos assombra como um fantasma a cada minuto da nossa vida. Não saberíamos viver sem ela. Seria desumano.

É contra essa esperança enorme, avassaladora e perniciosa que temos de lutar todos os dias para tomar conta da nossa vida. Não basta olhar para trás e se livrar das coleções de pedras. Ou das roupas velhas. Para começar de novo, em qualquer idade, temos de jogar fora os sonhos embolorados e as ilusões. Precisamos nos livrar do futuro sem rosto que nos assombra.

É provável que a felicidade, como coisa duradoura, não exista. Mas, se ela pode ser encontrada em algum lugar, ainda que de forma fugidia, é no presente. Para enxergá-la, precisamos estar de olhos bem abertos, livres das sombras do passado e das luzes que cegam no futuro. 

Não é fácil, mas quem disse que a vida é simples?

(Ivan Martins – Editor da revista ÉPOCA



Pedaços de mim


Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

(Pedaços de mim - Martha Medeiros)





Leoni e Moska (50 Receitas)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mensagem para você



Eis um "mimo" de alguém distante e cada vez mais perto ;)
...
"Minha querida e doce amiga, (ainda que renegue e discorde muito desta sua eterna doçura), tive de recorrer ao método da escrita, uma vez que é por onde, quem sabe, possa de alguma maneira me fazer “escutar”.

Primeiramente, gostaria de dizer que muito antes de escrever estas “mal traçadas linhas” - como canta o eterno “Tremendão”, Erasmo – fiz um rascunho da maneira que sempre comentou fazer com seus textos antes de digitá-los e postá-los no blog: à caneta, de forma crua, em total intimidade com o papel. E foram muitas folhas então, prepare-se para ler um livro (risos).

Acredito que sua paciência será amplamente testada aqui, tanto por coisas que comentarei e que, possivelmente a deixarão um pouco chateada ou “de cara”, como o fato de ter de ler até o final esta longa carta. A menos que resolva optar por excluir antes mesmo de chegar ao seu desfecho, mas ainda assim, resolvi tentar.

Ora, ora, tão delicada e linda Flor! Aquela que tanto procura tornar a vida de seus amigos mais doce, mais leve. Que sempre os conforta com palavras e gestos de carinho e, principalmente quando estes se encontram em dias difíceis, precisando de um colo e atenção, como pode se permitir abater de uma forma tão dolorosa e por tanto tempo?

Perdoe-me se aqui utilizo palavras duras ou rudes para a sensibilidade da pessoa aí, mas não sei ir direto ao ponto de uma maneira mais sutil e imagino que se assim fizesse, não teria a atenção que é necessária para esta situação.

Já que não estou sempre por perto como gostaria, dou-me o direito de escrever após ler suas últimas postagens no face.
E nem vou comentar aqui sobre aquelas feitas com alguns vídeos como “Agridoce”, do seu adorado Pato Fu, “Amado” da Vanessa da Mata ou mesmo sua queridinha Paula Toller cantando “Nas curvas da estrada de Santos”. Vou me ater apenas às frases postadas.

“Saudade é algo que dá e passa. MAS, volta, bagunça, confunde...”

Ou a outra

“Definitivamente, quando trata-se deste estúpido que carrego no peito, não sei pedir ajuda...”

E, por conta tão somente destas é que peço: volte a escrever seus textos no blog, volte a postar.

Ou como dizem por aí: “Não vire a página simplesmente. Apenas não deixe de escrever”. E é exatamente isto que peço.

Tente trazer de volta aquilo que tanto incentiva nos seus amigos: a busca pela felicidade, por deixar os dias mais leves e conseguir viver tranquilamente.
E isto faz tão bem através de seus textos! Consegue nos fazer parar para pensar, nos encoraja a mudar, a tomar atitudes.

Ou simplesmente lembre do que sua amiga (que tanto adora e admira) escreveu para você tempos atrás: “tou com saudade do teu sorriso feliz”.
E se esforce para trazê-lo de volta, minha querida! Escreva, poste. Sabe muito bem que isto a faz crescer e esquecer os problemas. Isto, se me permite aqui dizer, a torna especial e diferenciada, minha querida. O dom que você tem de colocar no papel o que nós, reles mortais, gostaríamos muito de poder dizer ou fazer nas nossas vidas.

Fiquei pensando estes dias em quando foi a última vez que a vi radiante, sem precisar disfarçar a dor com um sorriso, sem ter de esconder as lágrimas que escorrem pela sua garganta. E me vieram apenas três datas: o seu aniversário ano passado, o aniversário da “fofolete”, como você carinhosamente se refere e a ÚLTIMA vez em que foi a um videokê. Onde me comentou que estava com três dos seus melhores amigos. (e olha que videokê sempre foi uma grande paixão da sua vida!).

Todos estes três dias foram no ano passado, amore!

Este ano não consegui enxergar o seu “sorriso feliz”, aquela sua alegria de menina, seu jeito moleque e divertido de ser. E, desta forma, reforço: está em falta demasiadamente com seus amigos. E já estamos na semana da Páscoa! Hehehe

Onde anda aquela que sempre foi a “melhor amiga” dos seus amigos? A pessoa que todos querem ter por perto e que admiram tanto? A amiga leal e perfeita? A namorada ideal para qualquer pessoa? Aquela que conquista a gente com seus gestos e sua doçura? Que dedica uma amizade incondicional e que se a conhecemos profundamente, corremos o grande risco de nos apaixonarmos perdidamente? Por onde anda?

Em 2012 ainda não a encontrei por aí, não a vi.
Digo isto, pois tive de ir até você e de surpresa (para não correr o risco de me despistar) para então poder vê-la, saber de você. E minha surpresa foi dar de cara com alguém que não conseguia olhar nos meus olhos quando perguntei como estava. Ouvi um “tudo bem” de cabeça baixa que não me convenceu. Sei que apareci em uma semana bem ruim em que estava mal da garganta e com bastante febre, mas me entristeceu profundamente encontrá-la tão desanimada, triste.
E não me venha com a desculpa de estar doente, ok? Aliás, porque será que, do nada, a moça aí caiu de cama, hein? Tá bom, hoje pularei esta parte e não comentarei sobre isto, certo?

Falo de alguém que não tinha mais brilho nos olhos, de alguém que parecia estar vivendo apenas de “tanto faz”, entende? E isto lhe disse naquela mesma noite! Sei que está muito feliz no seu trabalho, que está adorando tudo por lá e que nadar no tal Mauri, tem sido sua maior alegria ultimamente. Mas até aí e ponto. Até comentei que você anda muito escondida, não sai quase de casa, fica no quarto ouvindo música, lembra? E me recordo que rapidamente trouxe a história da adaptação dos seus filhotes com a nova gatinha, Monique. Que ela tem uns quatro anos, foi muito maltratada e por esta razão era bastante arisca e necessitava de mais atenção e cuidados. Tentando me convencer de ser este o motivo principal do seu atual refúgio em sua "concha".

Aposto que por diversas vezes, se pega pensando: “se pudesse dormiria ou sumiria até tudo isso passar”. Não é verdade? (Acho que já li isto em algum blog por aí... risos).
Você e eu sabemos que, infelizmente isso não é possível. Assim como sabemos também que este seu momento de reclusão até pode ser benéfico, talvez seja o ideal para chorar e, quem sabe, se reorganizar emocionalmente.
Desculpa que a pessoa aí encontrou para poupar seus amigos de vê-la tão triste e quieta e também de ter de dar explicação por isto, coisa que detesta, não é verdade?

Naquele dia a poupei de dar o meu “sermão” por conta do seu estado febril e também por perceber que necessitava muito mais de um colo e carinho do que conversas e mais conversas, não é mesmo? Mas hoje não posso deixar passar...

Na prática esta sua “solidão tão necessária” só terá algum efeito positivo se realmente você se propor a aprender com tudo isso. A tirar algo de bom. Quem tanto insiste dizendo que há somente duas coisas que precisamos saber e que, para pelo menos uma das duas, temos de ter a resposta? Aquilo que queremos e aquilo que não queremos para nossa vida, certo? Então te devolvo como brincadeira: O que você quer para a sua vida? O que você não quer mais para a sua vida? Será que hoje você é capaz de ter alguma resposta?

Não se feche desta forma, tão doce menina! Não vista uma “armadura” que não é sua e que tão pouco serve em você. Não endureça seu coração assim.

Esta não é você, Flor! E muito menos combina com seu jeito “vanilla” de ser.

Este “casco duro” que você vestiu como proteção, este forte escudo que blinda e lacra seu peito hoje, definitivamente não são para você, meu amor!

Não coloque todas as pessoas no mesmo balaio, querida! Cada um tem seu jeito, sua forma de agir e pensar, de viver a vida. Não é justo pensar que todos sejam iguais apenas por ter se decepcionado com alguém em quem apostou tanto, que tanto quis.
Não pense e tão pouco aja desta forma.

Apenas permita-se voltar a ser capaz de sentir carinho, afeto, ternura.
Voltar a pulsar um coração feliz, voltar a sentir o sangue ferver e acreditar nas pessoas, no amor e carinho que elas possam mostrar e lhe ofertar.

Deixe-se conquistar novamente, ser flechada e fisgada por algo de bom.
De uma vez por todas pare de se martirizar pensando no que a “pessoa lá” esteja fazendo, se sente ou não sua falta, se está ou não de volta à “vidinha tranqüila e feliz de sempre”.

Hoje pouco ou NADA importa isso, meu bem!
Tanto faz. Já foi, passou. Então, esqueça!

Pensar nisso em nada ajuda, em nada muda a atual circunstância: A de que houve uma escolha de afastamento (de forma unilateral e covarde, eu sei)mas que aconteceu e PONTO FINAL.
Uiiiii... Eu já colocando um “final” sem o seu consentimento.

Se torturar relendo e-mails antigos tentando buscar neles alguma explicação para o que aconteceu ou pior, acabar por achar que houve erro seu em algum momento para que isto tenha acontecido é ir na contramão dos fatos. É, principalmente, esquecer de você, amore!
É dar um valor absurdo a alguém que em nenhum momento, até onde sei, demonstrou gostar o mínimo que fosse de você.

Ah... Pausa para outro puxão de orelha: comece rasgando aquele e-mail de umas cinco folhas que encontrei IMPRESSO entre seus livros (datado de outubro de 2011, acho eu).
Corte você o vínculo. Desate o nó!
Alguns “vários deles textos" do blog percebi que se encarregou de excluir, deixá-los “ocultos” ou algo do tipo, certo? E isso já é um grande passo.

Perdoe-me aqui por julgar sem sequer conhecer, mas desde sempre me pareceu tão somente ser alguém que adora ter seu ego constantemente massageado.
Ah, e quem não gosta, afinal?
Como é bom saber que alguém é apaixonado por você e que a hora que você quiser está ali esperando por você, não é verdade? E é exatamente isto que acontece nesta história.

Tanto é verdade que conseguiu bagunçar você outra vez este ano. Quando você estava se desvencilhando, “desatando o nó” e sentiu que você poderia estar se “desencantando”, tratou de aparecer novamente. E por quê? Tão somente para lhe manter presa. E ainda a mantém. Inconscientemente, talvez você ainda alimente a esperança de um novo retorno, quem sabe desta vez em definitivo.

E sabe por quê? Por que, pelo que me confidenciou de seus envolvimentos, nunca alguém mexeu desta maneira com você, desta forma tão intensa e forte. Assim como até o momento todos seus relacionamentos foram construídos através de uma amizade inicial e, posteriormente com iniciativa e conquista da outra parte e nunca partindo de você.

Você até então sempre permitiu se deixar conquistar e, de repente, se depara com uma paixonite à primeira vista, que a pegou e a entorpeceu. E se vê diante de algo novo e que, portanto, nunca vivenciou. E o que faz? Se joga, literalmente. Pois este é o seu jeito de ser quando se envolve.

Flor é uma história linda (até onde soube) de como tudo começou e tal. Claro que me refiro à maneira como tudo aconteceu sob a tua ótica, a forma como você foi à luta e resolveu que tentaria conquistar, mesmo sabendo que havia outro alguém. Você apostou todas as suas fichas, arriscou sem muito ou quase nada saber sobre esta paixão. E foi, sem muito ter o que pensar. Achei lindos todos os textos que escreveu falando sobre isso, inclusive. Acho comovente a maneira como se entregou nesta história toda desde o inicio sem conhecer absolutamente nada da pessoa, por instinto, por um “clic”, um estalo, um coração que “bateu descompassado” (como confidenciou em um dos textos) ou tão somente por acreditar que poderia dar certo. Admirável mesmo! Corajoso por demais, se me permite opinar!

Mas e a outra parte da história? Nada, né? Não se importou com isso ou, pelo menos, não me pareceu ser alguém que tenha se sensibilizado com a forma como tudo aconteceu. Não sei se por não acreditar no seu amor ou por ter medo de trocar o certo pelo duvidoso ou por não saber lidar com o que estava sentindo, não sei mesmo. A mim parece apenas que optou simplesmente por esconder qualquer indício de sentimento debaixo do tapete ou numa gaveta, como se isso fosse possível. Sei lá. E acho que nem quero saber, na real.

O que sei é que a gente sempre procura alguém que goste de fato da gente e, de repente, aqueles que são ‘abençoados’ com algo tão especial e raro, não sabem valorizar, não tem a menor idéia do que fazer, se confundem, se assustam, se atrapalham e acabam jogando fora, quem sabe, um grande amor, uma rara oportunidade de ser feliz. O que é uma pena, pois o tempo voa e não volta!

Mas o fato é que, a “grosso modo”, e na minha modesta opinião, esta pessoa não “moveu uma palha” para que algo acontecesse, não é verdade?
Ou minto?
Ah, tá bom. Vou ter de ouvir novamente de você que desde outubro do ano passado a pessoa em questão está livre (?), sem comprometimento algum com ninguém e blá blá blá.

Por favor, meu bem! Passou-se, desde o início de tudo, até aqui, UM ANO E SEIS MESES. E sabe o que isso significa? Que você não viveu neste tempo todo, ou melhor, que você “sobreviveu de espera” este tempo todo. Não é justo, meu amor! Principalmente não é justo com alguém feito você, que merece tudo de melhor nesta vida.

Minha amiga preferida, permita-me lembrá-la de que você deixou de viver muitas outras coisas e, talvez, quem sabe, coisas bem mais interessantes nos últimos 18 meses da sua vida. E 18 meses significam muito mais do que um ano e meio, sabia? Pare e pense! É muito tempo! A vida passa depressa demais e, me desculpe outra vez, mas você deixou passar um tempo absurdo. Acorde!

E como já disse a sua preferida “lamente apenas pela parte de lá, que deixou de conhecer a pessoa maravilhosa que você é”. E ela tem toda razão, acredite! Pois chance houve de sobra. E você é muito especial, amore! Muito mais do que esta pessoa foi capaz de perceber, acredite.

Sei que posso estar aqui outra vez julgando e, quem sabe, sendo muito “cruel” e condenando alguém sem sequer conhecer absolutamente nada, não ter idéia da sua vida, sua rotina e tudo o mais, mas o que mudou no lado de lá além do estado civil?

Até onde soube por você, absolutamente nada. Continua mantendo as mesmas rotinas de sempre, permanecendo com os mesmos vínculos e fazendo as mesmas coisas. E, sabemos bem que isto não é normal e nem saudável para ninguém, né?
Principalmente para você.
Como um novo alguém pode entrar na vida de uma pessoa se o alguém anterior permanece por lá? Não tem como.
Ou vocês cogitam algum dia saírem em trio? Purfa!!! Não faça isso com você!

Então minha querida, vou citar o cara que você já comentou em algum de seus textos, e deixar aqui sob forma de conselho, ok?

“Você tem que ser mais escorpião e cortar a parte ferida”.

Isso é Caio Fernando Abreu.

O que tento dizer com isso? Para você seguir em frente. Esquecer o que machuca, arrancar fora e tocar a vida.
Sei que não é tão simples quanto parece, que é um momento bem difícil este seu, mas você pode e deve mudar isto.

E não é por mim ou qualquer outro amigo que sinta sua falta ou que não esteja curtindo nem um pouco este seu tempo de não sair “da toca”, de usufruir tão somente de sua própria companhia, sua solidão.
Falo de você.
É tão somente por você.

Por saber desde sempre que esta “fase agridoce” não combina em nada com a pessoa aí. Que esta mágoa que carrega aí dentro (e sei que carrega porque todo canceriano é assim risos) sabemos bem para onde deveria ser de fato endereçada, né? E não respingar em seus amigos, que apenas querem ver você feliz novamente. Essa “revolta com o mundo”, este seu isolamento em nada ajuda você a superar esta dor. Muito pelo contrário. Isso apenas alimenta seus “fantasminhas” e a deixa permanentemente presa, numa redoma de vidro, sem deixar que ninguém se aproxime.
E isso não é legal.

Compreendo o seu não saber como agir diante daquilo que subitamente tomou conta de seu coração. Isso angustia, atordoa, a deixa se sentindo um tanto perdida e sem rumo pela frustração que, justamente sua primeira “tomada de iniciativa” causou.
E Dói, sim.
Entendo perfeitamente e, assim sendo, arrisco aqui meu palpite de ser este o real motivo de seu isolamento e afastamento de tudo e todos: O medo do reencontro com a pessoa que causou todo esse turbilhão em sua vida.

Seja forte quando isto acontecer. Se prepare para “dar de ombros”, se necessário. Seja indiferente, ainda que ao “dar as costas”, você acabe por desabar seu pranto mais dolorido. Seus amigos estarão perto e a acolherão com todo o carinho do mundo, acredite. Mas faça.

Corte de vez os laços, amore. E, se ainda não fez, coloque você o ponto final nesta história e dê a chance que você merece. Permita-se novamente ser conquistada, receber o carinho e amor que tanto tem pra dar também.
Aceite tudo de bom de quem realmente goste de você. Não se contente com migalhas, não alimente falsas expectativas. Inverta suas prioridades e coloque você em primeiro lugar.

E não tema mais, minha adorada amiga.
Não pense nisso, tão pouco se culpe e atribua a isto como sendo um fracasso em sua primeira e única tentativa de conquista. Acontece com todo mundo. E outras tantas virão, acredite! Mas aí você já saberá como lidar.

Você, ao contrário de muitas pessoas, sempre teve o privilégio de ser o “alvo”, o “objeto de conquista” então, valorize isto. Tire proveito. Traga o holofote de volta a você.

Sei que esta pessoa é muito importante e especial em sua vida e também imagino o quanto o fato de ter sido, até o momento, a única pessoa que a fez literalmente “tremer” lhe deixa até hoje carregando um imenso carinho e paixão. E sinceramente, acredito neste seu amor. Mas saiba que esta pessoa não a merece ou (para não cometer injustiça sem conhecer), pelo menos, até então, não se mostrou nem um pouco merecedora deste seu lindo amor, minha querida!

Então guarde com todo o carinho do mundo este amor para dar a quem de fato for merecedor, quem demonstrar realmente se importar com você, quem lhe retribuir em gestos, carinhos e, principalmente em atitudes, gostar verdadeiramente de você.

E o resto o tempo se encarregará de colocar no seu devido lugar.

Mas você tem de estar disposta a dar o primeiro passo. Disposta a se proteger disso, se libertar.

Me desculpe se escrevi algo que possa tê-la magoado, não foi minha intenção. Quis apenas tentar mostrar esta história na visão de alguém totalmente distante e de fora disso tudo. Corro o risco de ter errado em muitas observações, é verdade. Mas o objetivo principal é tão somente tentar “trazer de volta” minha doce e grande amiga!

Beijo grande no coração, sua linda!

P.s.
Não espero resposta desta “carta”, ok? Que fique apenas como uma carinhosa “Mensagem para você”. Aproveite que sua amigona está chegando de Caxias e “saia da toca”, meu bem! Aceite o convite de se divertirem e vá assistir ao show dos teus queridíssimos, Jean Melgar e Valéria Houston... A sexta-feira é “santa”, afinal! (risos)"

“Quebram a cara os que resolvem dar uma olhada por trás das cortinas de suas idéias prontas” (Martha Medeiros)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cansaço...


Ando um tanto cansada ultimamente...
Não um cansaço físico, mas mental e, principalmente, sentimental.
Talvez seja a época, mudança da lua, a Páscoa, semana Santa...Quem sabe?
Talvez, tão somente saudades...
Mas a verdade é que ando cansada das mesmas "rodas", do mesmo "círculo vicioso", da mesma saudade, da mesma angústia e ânsia por notícias, do mesmo doer, do mesmo não querer saber mas na verdade sentindo tudo ao contrário do que os lábios dizem.

Cansada de ser doce e encantadora.
Cansada de ser sempre alegre e confiante.
Cansada de ter sempre uma palavra de conforto, um carinho.
Cansada de sentir o que sinto...

...


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Amigos da Páscoa


Sexta passada fiz uma "correria" para poder entregar as "guloseimas" que comprei e também arrecadei durante o mês de março. Tudo para dar tempo de até domingo estar com o pessoal encarregado da organização e montagem dos ninhos.

Deu tudo certo!



Queria muito ter participado também da Linha de produção mas, (e sempre tem um mas) infelizmente não foi possível à pessoa aqui comparecer.

Espero que tudo tenha sido lindo e, de alguma maneira, possa ter ajudado e contribuído com meu carinho às crianças que serão beneficiadas nesta linda campanha.

Aos amigos da Páscoa, todo o meu carinho!!
;)

p.s. Ana e Tati, muito obrigada pela força e carinho, sempre! E também por não questionarem os motivos da pessoa aqui...rsrsrs
Cris Schüller, obrigada pela ajuda e colaboração. :)

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...