quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

...

"No ano novo, quero me encantar mais vezes. 
Admirar mais vezes. 
Compartilhar mais amor. 
Dançar com a vida com mais leveza, sem medo de pisarmos nos pés uma da outra. 
Quero fazer o meu coração arrepiar mais frequentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada. 
Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa. 
Brincar com ela mais amiúde. 
Fazer arte. 
Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. 
Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor. 
Devolver um brilho maior aos olhos, aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que, apesar do tempo, souberam conservar o seu viço. 
Quero sintonizar a minha frequência com a música da delicadeza. 
Do entusiasmo. 
Da fé. 
Da generosidade. 
Das trocas afetivas. 
Das alegrias que começam a florir dentro da gente".

Ana Jácomo

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Simply The Best ♥


Então é hoje... Dia da Dra. mais amada do planeta! 
"Simply the best", da Tina deveria ser sua trilha sonora.
Mestre na arte de alegrar os corações. 
Minha melhor amiga, minha "razão", meu ombro, meu eterno presente. 

Dada amada, não preciso nem dizer o quanto és especial e importante em minha vida, né? 
No quanto tua amizade e carinho me enchem de felicidade e amor. 
Amor de alma, da irmã que a vida me abrilhantou anos atrás. 
Parceira de cantorias de videokê, de viagens ao RJ com muita história engraçada pra recordar. 

Cúmplice na sintonia dos carinhos, da entrega, do cuidado. Imagina se a "manteiga" aqui não ia chorar ao te ligar, né? rsrs 
Meu "fiozinho desencapado" mais lindo, mais intenso e mais generoso, de quem sinto uma imensa falta. Meu orgulho de amiga, de profissional. 
"Cabeção" master quando o assunto é odontologia. Meu exemplo de pessoa humana, de caráter, de competência e determinação. 

É um "Ás" em tudo que faz, porque se dedica, se compromete, se entrega. Um "Ás de copas", do sorriso que abraça a gente por inteiro, que acolhe e afaga. 
Não é à toa que é a melhor amiga dos seus amigos. 

Meu tesouro, aproveite teu dia. 
Que ele seja tão maravilhoso e delicado quanto tua presença na vida dos que te cercam. 
Que os anjos sempre te guiem e protejam. 
És para sempre meu "Porto seguro", "Meus pés no chão"... e vamos tratar de criar vergonha na cara e nos vermos muito mais em 2016, hein?


Felicidades, minha linda!
"Carpe Diem" ;-) 
Amo-te absurdamente! (Até quando não percebo rsrs)




quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Sobre a coragem

Coragem não é ser forte,veja bem. Coragem é uma forma de desprender o sonho da vida. Não deixa de ser uma estratégia para andar com mais leveza. Equilibrio. Dia por dia, ano por ano, a gente cai e levanta, limpa a poeira da roupa, limpa o choro do rosto. Solta o coração na rua e prende o suspiro no peito. Vai apurando a fé pra tornar-se uma pessoa mais generosa consigo mesma. Toda queda ou salto vale como experiência pra grande oportunidade de estarmos aqui. Tempo é ouro, aprendi, não dá pra desperdiçar assim, de qualquer jeito.

Coragem no final das contas é envolver-se. ‘Coragem às vezes é desapego’.

Coragem é olhar pro espeho no fim do dia e perguntar: – Será que a gente tomou a decisão certa?
E a resposta vir com o um sorriso, da mesma pessoa, essa de frente pro espelho. E lembrar-se do momento que espantou o tédio com um sorriso e desculpou-se com um abraço. Que disse coisas interessantes com o olhar, porque aprendeu que silêncios falam mais alto. Que chegou em um lugar que sempre foi o ‘lá’ que queria estar, e gostar muito disso. Responder que foi um dia rico, que você tornou-se uma pessoa mais rica, mais rica de amor. Tenha coragem de se olhar no espelho e conseguir agradecer pelo que vê. Todo dia.

Vanessa Leonardi

*em itálico e grifado, frase de Ana Jácomo

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Tudo numa coisa só


Já escrevi sobre a magia e todo encantamento que transborda em nossa alma a cada show deles. Em como nos sentimos mais leves e cheios de luz e, porque não dizer, de sorrisos ainda mais bonitos, contagiando toda nossa essência. No quanto é hipnotizante esta sintonia de sentimentos por todos que se dispõe a participar deste lindo espetáculo de música, arte e poesia. 

Uns vão pintados, outros tantos vestem uma camisa da trupe, como forma de homenagem. 
Este ano, resolvi participar de um grupo no whats, chamado “Gaúchos Raros” e, para minha surpresa e encantamento maior, tudo gente boa e apaixonada igualmente pelo OTM. 

E sabe no que resultou esta “junção” tão especial? Uma galera linda, se encontrando pela primeira vez no Opinião. Assim mesmo, na cara e na coragem. Na ousadia boa de mostrar, de dar a cara à tapa. Na inocência de um bando de “raros” que curtem letras que carregam muito sentimento exposto. Todos na mesma batida, na sintonia de se deixar levar pelo magnetismo e leveza de uma entrega que toma conta de cada um de nós. 
E acho que é bem essa a palavra que define toda essa sutil embriaguez que nos encharca a alma de repente: ENTREGA.

Feito carinho, sensação de aconchego, de abraço de amigo ou a doçura de um colo de mãe. 
E que de tão doce esse colo, nos permite sonhar, e acreditar, entre suspiros que alimentam nossas fadas e gnomos, num mundo melhor. Entre as palavras e melodias que matam a fome de ternura do nosso coração, vamos nos levando num mundo à parte. Um mundo só nosso, onde a inveja, intolerância e todos outros males não tem permissão de entrar. 
Só há espaço para o amor, a paz e a alegria envolvidas na música suave e cativante desta trupe mágica. Por um mundo com mais bandas com todo esse carisma envolvente, com essa troca e entrega com o público. Com a simplicidade e sintonia que cativam. A sinergia que se entrelaça.

Anitelli e seu Teatro Mágico nos transportam a uma forma mais amorosa com nós mesmos e com os outros. Tudo numa coisa só, como a própria turnê deles se apresenta neste ano de 2015, onde completam 12 anos de estrada. Saímos do show inebriados de amor e com o aprendizado de buscar nossa afetividade no presente, no hoje, no agora. E entendemos que a vida pode sim ser bem mais leve e com muito mais significado para o nosso coração.



*** Créditos da belíssima imagem acima (Ana e o Mar) ao "Raro" Alexandre Paim ;-)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Pingos... de Caio


“Era uma vez o País das Fadas. 
Ninguém sabia direito onde ficava, e muita gente (a maioria) até duvidava que ficasse em algum lugar. 
Mesmo quem não duvidava (e eram poucos) também não tinha a menor idéia de como fazer para chegar lá. 
Mas, entre esses poucos, corria a certeza que, se quisesse mesmo chegar lá, você dava um jeito e acabava chegando. 
Só uma coisa era fundamental (e dificílima): ACREDITAR.”

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Aprender a Ver

Aprender a ver - habituar os olhos à calma, à paciência, ao deixar-que-as-coisas-se-aproximem-de-nós;
aprender a adiar o juízo, a rodear e a abarcar o caso particular a partir de todos os lados. 
Este é o primeiro ensino preliminar para o espírito: não reagir imediatamente a um estímulo, mas sim controlar os instintos que põem obstáculos, que isolam. 

Aprender a ver, tal como eu o entendo, é já quase o que o modo afilosófico de falar denomina vontade forte: o essencial nisto é, precisamente, o poder não «querer», o poder diferir a decisão. 

Toda a não-espiritualidade, toda a vulgaridade descansa na incapacidade de opor resistência a um estímulo — tem que se reagir, seguem-se todos os impulsos. 
Em muitos casos esse ter que é já doença, decadência, sintoma de esgotamento, — quase tudo o que a rudeza afilosófica designa com o nome de «vício» é apenas essa incapacidade fisiológica de não reagir. 

— Uma aplicação prática do ter-aprendido-a-ver: enquanto discente em geral, chegar-se-á a ser lento, desconfiado, teimoso. Ao estranho, ao novo de qualquer espécie deixar-se-o-á aproximar-se com uma tranquilidade hostil, — afasta-se dele a mão. 
O ter abertas todas as portas, o servil abrir a boca perante todo o facto pequeno, o estar sempre disposto a meter-se, a lançar-se de um salto para dentro de outros homens e outras coisas, em suma, a famosa «objectividade» moderna é mau gosto, é algo não-aristocrático par excellence.

(Friedrich Nietzsche, in "Crepúsculo dos Ídolos")

sábado, 21 de novembro de 2015

Hoje é Tempo de Ser Feliz!

A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver. 
Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas formas de sementes. 

Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe... 
Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!" 

Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura. 

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos! 

Infelicidade, talvez seja o contrário. 

O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã! 

Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas. 

Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores... 

Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa. 

Cuidado com os amores passageiros... eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam... 

Cuidado com os invasores do seu corpo... eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem... 

Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar... eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena... 

Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade... 

Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos... elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo. 

Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara safada que você tem, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo. 
Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz. 
Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida. 

Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito... 

A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem..." 
Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões. 

Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma. 
Isso prova que Ele ainda acredita em você. E se Ele ainda acredita, quem sou eu para duvidar... (?)

(Pe. Fábio de Melo)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A música de cada um

Há no coração de cada um de nós, por essência, uma música que é somente nossa, inigualável, intransferível. Por várias razões, conhecidas ou não, às vezes aprendemos desde muito cedo a diminuir, gradativamente, o seu volume e inventar ruídos que nada tem a ver com ela para nos relacionarmos com nós mesmos e com os outros. 

Até que chega um tempo em que desaprendemos a entrar no nosso próprio coração para ouvi-la e, porque não passeamos mais nele, porque não a ouvimos mais, não é raro esquecermos completamente que ela existe. Mas, como toda ignorância, toda indiferença, toda confusão, não são capazes de apagar a beleza original dessa partitura impressa na alma, ela continua tocando, ainda que de forma imperceptível. 

Continua tocando, à espera do dia em que, de novo ou pela primeira vez, possamos aumentar o seu volume, trazê-la à tona, compartilhá-la. Continua tocando, e alguns são capazes de escutá-la mesmo quando não conseguimos.

Todo encontro genuíno de amor é também o encontro de duas pessoas que conseguem ouvir a música uma da outra e sentir alegria e descanso com aquilo que ouvem. Conseguem ouvir, não importa quantos ruídos tenham inventado pelo caminho para se proteger da dor afastando a vida.

Ana Jácomo

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Mami ♥

Um brinde à mãe mais generosa do mundo, que hoje completa 72 anos. 
Àquela que transborda amor, ainda que nos seus dias mais nublados. 
Amor nas palavras, nos sorrisos, até mesmo nas reclamações de pequenas coisas. 

Às vezes eu retruco, brigo com ela. Mas depois meu lugar torna o seu, e percebo que não faz sentido colocar ainda mais rugas em quem já percorreu um caminho tão longo (tanto de flores como de pedras) e ainda sim, sempre acordou com os ombros fortalecidos, com o olhar doce e acolhedor. 

Quem me ensinou a ser uma pessoa melhor e mais afetuosa. 
Me fez entender que ser amável e cuidadosa é regra principal de quem sabe amar.
Me ensinou a amar direito, em pensamentos e gestos. De peito aberto, feito asas de anjos coloridos. Amor que liberta, que impulsiona e comove. Do tipo que se joga, sem medos. 
Que afaga a alma e encanta meus dias. 

Meu amor, minha vida, minha "mami", parabéns!
Que hoje e sempre, os anjos te guiem e protejam! "Carpe Diem" ;-)

Amo-te, desmedidamente!



"Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo".
(Ana Jácomo)



segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Assim que sou


Sou Canceriana, com Lua em Touro, ascendente em Sagitário, Vênus em Leão e Mercúrio em Gêmeos. O que tudo isso significa? Não faço idéia.
Tudo que sei é que tenho poucos amigos, porém ótimos. Tenho caráter. Sou sincera.
Hoje eu sou todas minhas interrogações, infinitas tentativas e expectativas também. Ainda não consegui me despir delas. 

Assim que sou, assim que sei ser. Aprendi a amar de peito aberto, colocar amor e coração em tudo. E muito mais que isso: aprendi a conviver (o que, em se tratando de pessoas, nem sempre é uma tarefa muito fácil). Às vezes erro um bocado, é verdade. Mas, faz parte da vida. E a gente aprende com os erros. Melhor ainda, a gente cresce através deles e também da gente mesmo.

Procuro, na medida do possível, retribuir meu carinho. Demonstrar o jeito todo meu de transbordar amor. Sei que um abraço ou um olhar dizem muito mais que uma porção de palavras bonitinhas e bem arrumadinhas. Mas também gosto da escrita, além do gesto. Não sou boa com as palavras, porque elas por vezes me traem (risos).
A voz embarga e me embaralho (coisas de cancerianos!).

Tive a felicidade de encontrar por aqui algumas pessoas bem importantes. De alma doce e coração leve. Pessoas simples e sinceras que me comovem. Sem rodeios. Se gostam, gostam. Se não gostam, não fazem melindres também. E aprendi muito com eles. E, sem eles talvez as coisas fossem mais pesadas e a sorte menor. Entendi que cada sentimento tem seu devido lugar e certo tempo para permanecer ou não. Que a gente não se impõe no coração e pensamento das pessoas. Que algumas pessoas têm o dom de transmitir paz e ternura a nós, mesmo sem se dar conta, mesmo sem nem saber. Tá escrito.

Sem querer, escolhemos a dedo também as pessoas que continuam em nosso caminho. Por intuição, afinidade ou um simples “clic”. E tudo pode ser eterno ou efêmero, depende da ocasião. E, principalmente, da gente. São nossas escolhas, afinal. Sejam elas de forma consciente ou inconsciente. Escolhas felizes e um bocado mais claras também.

Estar aqui, cercada de um pessoal bem especial, me fez recordar certas histórias, rever alguns passados. Coisas de sentimento, com rótulo e tudo o mais. Do tipo que aproxima e aquece, sabe? Trouxe-me de volta, de certo modo. Andava meio distante. Dispersa. Questionando uma infinidade de valores. Desacreditada bastante na humanidade em si. Me reaproximei de uns, me afastei de uns tantos outros também. Aqueci meu coração e hoje o mantenho aberto e tranquilo. Entendi que o que vale é aquilo que a gente planta, sempre.

E vou admirando cada vez mais quem, assim como eu, segue o coração. Que não tem medo de arriscar, de tentar. Que cai, levanta e vai de novo. Que erra e aprende. Que pede desculpas, que sabe perdoar. Que está sempre com pequenas alegrias ao alcance das mãos. Pessoas comuns que sabem sentir e, da mesma forma, me fazem sentir. Essa sou eu. ;-)

domingo, 15 de novembro de 2015

A porção intacta

Há um livro que gosto muito que se chama "O ano do pensamento mágico". Ele é o primeiro de uma série de dois livros (o segundo se intitula "Noites azuis"), e conta a história real da autora, Joan Didion, do momento em que subitamente perde o marido _ tomando vinho durante o jantar _ até o ponto em que tem que reorganizar e refazer toda a sua vida sem ele. Paralelo a isso, uma nova etapa tem que ser vencida quando a única filha do casal vem a falecer de uma doença rara e desconhecida.

O livro é uma pancada de realidade nua e crua, e nos leva a refletir sobre o sentido de continuar vivendo e buscando alternativas quando todo o norte de nossas vidas se vai. Logo no início do livro, as frases iniciais dão o tom exato dessa narrativa: "A vida se transforma rapidamente. A vida muda num instante. Você se senta para jantar e a vida que você conhecia acaba de repente".

A vida se transforma a todo momento. Nossos dias são bagunçados continuamente, e temos que resistir de alguma maneira. Temos que atravessar nossas bagunças diárias para alcançarmos a porção de nós que ainda conserva a calmaria e a paz. A porção de nós que é um rio de águas mansas, apesar de todo barulho do lado de fora.

Todos nós, com raras exceções, já passamos por sustos _ pequenos ou grandiosos_ assim. Viradas bruscas no curso de nossas existências que nos abalaram por completo no início, mas que depois nos permitiram reavaliar o chão em que estávamos pisando.

Alguns lutos são maiores que outros. Mas ainda assim, existe uma semente, enterrada bem no fundo de nosso cerne, que pode florescer novamente. Essa semente tem voz, e nos fala que somos capazes de encontrar algum resquício de sentido no meio de tantas perdas, dificuldades e falhas.

Talvez você goste de cantar, talvez prefira pedalar. Pode ser que goste de escrever, ou de alguma forma escolha ler. Talvez você se encontre ajudando alguém, talvez perceba a sorte que tem.

Descobrir a porção intacta de nós mesmos leva tempo e algum auto conhecimento. Mas ela está lá, esperando ser explorada, como um estepe para momentos vazios.

A porção intacta representa o combustível na hora de virar o jogo. A força por trás de toda dor, capaz de nos levantar de novo. A esperança, nos bastidores da tristeza, capaz de nos impulsionar para outros voos. O desafio de nos tornarmos o melhor que podemos ser com o pouco que restou.

Enquanto escrevo este texto, penso nas alternativas que tenho depois que minha página no Facebook foi roubada. Entendo que é pouco perante tantos lutos grandiosos, mas a minha porção intacta mantém-se firme, confiante de que não podem me roubar de mim. Ainda que minha propriedade tenha sido roubada, a capacidade de me expressar através da palavra escrita continua comigo. Não há apenas uma porção intacta em mim. Há muitas porções intactas, e é com elas que pretendo seguir em frente, lutando para recuperar o que foi roubado ou começando novamente. Como cantou lindamente Renato Russo: "Podem até maltratar meu coração, que meu espírito ninguém vai conseguir quebrar..."

Que a gente descubra que é maior que aquilo que nos faz mal. 

Que a gente tenha esperança mesmo quando a vida toma um rumo diferente daquele que a gente pensou que pudesse ser o nosso final. Que a gente aprenda que todos temos uma porção intacta, e é através dessa porção que podemos recomeçar de que jeito for. Que a gente não perca a fé, mesmo quando tudo não conspira a nosso favor. Que a gente encontre o cerne de toda alegria e o centro de toda poesia. Que a gente esteja aprendendo continuamente, e resistindo bravamente. E que a gente consiga voar, mesmo quando o mundo parece desabar...

(Fabíola Simões)

sábado, 14 de novembro de 2015

Meu jeito

Esse meu jeito de sentir me angustia, pois há um querer desesperado dentro de mim. 

E vivo assim, numa inconstância que é uma constante. 
No fundo, é a constante da minha vida.

Apesar de ser intensa e sentir tudo muito mais do que o resto dos mortais, não vou me dar por inteiro. Não quero ser demais, o muito enjoa, perde a graça, faz o encanto ficar despedaçado. O pouco é necessário, dá vontade de mais e mais, dá aquela sede bandida que te seca a garganta e te faz passar a língua na volta dos lábios, na tentativa de aliviar a secura. Do pouco surge o desejo, desejo que te enlouquece, te faz brigar com o travesseiro, dá uma tontura que vem sabe-se lá de que lugar e te faz colocar a mão no bolso e, alucinadamente, dizer: eu pago pelo muito.

Não me pague com dinheiro, me pague com amor. E pode ser muito, por favor, me deixe enjoada.

Clarissa corrêa

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

É Preciso Aprender a Amar

Que se passa para nós no domínio musical? 
Devemos em primeiro lugar aprender a ouvir um motivo, uma ária, de uma maneira geral, a percebê-lo, a distingui-lo, a limitá-lo e isolá-lo na sua vida própria; devemos em seguida fazer um esforço de boa vontade — para o suportar, mau-grado a sua novidade — para admitir o seu aspecto, a sua expressão fisionómica — e de caridade — para tolerar a sua estranheza; chega enfim o momento em que já estamos afeitos, em que o esperamos, em que pressentimos que nos faltaria se não viesse; a partir de então continua sem cessar a exercer sobre nós a sua pressão e o seu encanto e, entretanto, tornamo-nos os seus humildes adoradores, os seus fiéis encantados que não pedem mais nada ao mundo, senão ele, ainda ele, sempre ele.

Não sucede assim só com a música: foi da mesma maneira que aprendemos a amar tudo o que amamos. A nossa boa vontade, a nossa paciência, a nossa equanimidade, a nossa suavidade com as coisas que nos são novas acabam sempre por ser pagas, porque as coisas, pouco a pouco, se despojam para nós do seu véu e apresentam-se a nossos olhos como indizíveis belezas: é o agradecimento da nossa hospitalidade. 
Quem se ama a si próprio aprende a fazê-lo seguindo um caminho idêntico: existe apenas esse. O amor também deve ser aprendido. 

(Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência")

domingo, 8 de novembro de 2015

Gux ♥


Gux, meu lindo! 
Meu mano carioca, meu siamês, meu grande amigo, meu ombro, meu tudo!
Parceiro de cantorias de videokê, de noitada em Pelotas (rsrs), de papo cabeça até de manhã.
Que sabe das minhas vontades, entende o que vai bem dentro da alma, me reconhece ímpar.
Me empresta o colo pra eu chorar as mágoas, me devolve a calma e a doçura. 
Sabe dos meus medos e dúvidas, entende de ternura e cuidado. 
Mas também sabe colocar a palavra não.
Me recobre a razão, calça meus pés no chão. 
Me acolhe, converte toda dor em amor. Me reflete melhor do que sou. É meu espelho. 
Tem o raio-X da minha alma. 

Parabéns, meu amor! 
Que continue a abrilhantar a vida daqueles que te cercam, com teu sorriso amoroso, teu talento e encanto. Mesmo longe é meu irmão de carinho, de escolha, de vida, de cumplicidade. 
De quem sinto muitas saudades... saudades mais que apertadas. 
"Carpe Diem" Amo-te! 
Vários deles beijos 
p.s. Bjks também pra Marina, que sei que cuida aí de ti pra mim 




Gustavo Klein: Obrigado Mana Linda! Q lindo isso q vc escreveu! Te amo! Beijo enorme no coração!! Aí Marina Tourinho sobrou pra ti! Hehehe!!
às 02:23 

Marina Tourinho: Hahahaha! Mas cuido mesmo, Nádia. Bju grande!
às 02:30

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Qualquer semelhança não é mera coincidência...

Mais um excelente texto de Fernanda Mello. 
Não fosse o fato de mencionar ser uma geminiana, diria que estava descrevendo a mim, esta legítima canceriana. (risos)
Qualquer semelhança não é mera coincidência... Muito eu! ;-)
.....

É aquela velha história. Amor, pra mim, só dura em liberdade. 
Nasci pra ser livre e – quem quiser- que me deixe assim. Tenho dois pares de asas, um desejo infinito no peito e um lado druida que não se cala. Sou guerreira. Sou geminiana. Sou filha da lua. 

Quero sempre o vôo mais alto, a vista mais bonita, o beijo mais doce. Tenho um coração que quase me engole, uma força que nunca me deixa e uma rebeldia que ás vezes me cega. Tenho um jeito de viver selvagem, mas sou mansa com quem merecer. Não gosto de café morno, de conversa mole, nem de noite sem estrela. 

Sou bem mais feliz que triste, mas ás vezes fico distante. E me perco em mim como se não houvesse começo nem fim nessa coisa de pensar e achar explicação pra vida. Explicação mesmo, eu sei: não há. E me agarro no meu sentir porque, no fundo, só meu coração sabe. E esse mesmo coração que me guia e não quer grades nem cobranças, ás vezes me deixa sem rumo, com uma interrogação bem no meio da frase : O que eu quero mesmo? 

Por isso, eu te peço (de um jeito meio sem-vergonha, que é assim q eu costumo ser): seu eu gostar de você, tenha a gentileza de não me deixar tão solta. Não me pergunte aonde eu vou, mas me peça pra voltar. 

Sou fácil de ler, mas não tente descobrir porque o mesmo refrão insiste em tocar tanto. Se eu gostar de você, tenha a delicadeza de também gostar de mim. E me deixe ser, assim, exatamente como eu sou. Meio gato, meio gente. Desconfiada. E independente. E adoradora de todos os luxos e lixos do mundo. 

(Luxos e lixos - Fernanda Mello)

domingo, 18 de outubro de 2015

Maravilhosa! ♥

Hoje é o aniversário dela.
Aquela que me remete ao cheirinho de infância, que tem em mim um tanto de filha e me dá um bocado de mãe. Do sorriso largo e delicado, onde a tristeza não faz morada.

Sempre carinhosa. Generosa ao extremo, mesmo sem obrigação alguma.
E aí não tem como ser diferente, as coisas retornam do mesmo modo que partiram:
Com açúcar e muito afeto.

Aquela que é de fato maravilhosa, como Fran e Duda tanto se referem.
E eu compreendo a verdadeira razão: Sempre foi de colocar amor em tudo.
E falo de A-M-O-R, assim maiúsculo, sincero e tatuado nos olhos.

Nas lembranças mais felizes de infância me veem seus olhos compreensivos, sua voz doce e atenciosa trazendo muita paz e ternura. Vontade de não sair mais de lá, de me aconchegar e por ali ficar, me abastecendo de sonhos. Que delícia poder carregar eternamente esse gostinho bom do ser humano, essa leveza que acolhe, de quem respira alegria e poesia. Aquela que sabe armazenar sorrisos para os dias cinzentos, que abraça e me comove na melodia suave de um pianinho de brinquedo.

A quem dedico meu carinho imenso de prima, meu amor gigante de filha.
Coisas que a gente não consegue explicar, tão pouco a distância apaga. Apenas temos a percepção pela delicadeza das saudades bonitas, na dimensão do sentimento através dos olhos que se encharcam de amor. E, como boa canceriana que sou, é o que de melhor sei fazer: sentir.

Meu doce, minha também "MARAVILHOSA", parabéns pelo teu dia.
Que tua vida seja sempre repleta de coisas boas, de muito amor e paz, porque merece tudo de melhor que existe neste mundo.

Que um monte de anjos de asas coloridas te protejam das palavras de má fé e desesperança. E nada seja capaz de tirar teu eixo de equilíbrio.

Desfrute deste teu dia, minha linda! Enfeite teus pensamentos de palavras gentis. Sorria e receba infinitos buquês de carinhos.
"Carpe Diem”

Daqui mando meu abraço mais apertado e também, meu melhor sorriso.
Amo-te desmedidamente! ♡♡
Beijo enorme em seu coração!
Saudades máster de vocês três, eternas preciosidades de minha vida.
(Eis aqui a principal razão de eu estar de volta ao face) ;-)

“Como não era de curtir tristezas, pescou uma estrelinha no céu, botou na testa e acendeu a alegria"


Duda, Lia e Fran
♥Minhas preciosidades

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Sobre a Perversidade

O perigo da perversidade é que ela é muito sutil. 
Um ser perverso jamais te atacará diretamente. 
Ele vai saborear cada silêncio calculado para despertar sua agonia. Ele vai tentar tolher seus lugares íntimos até que não reste qualquer espaço para manobras. Ele vai te seduzir da maneira mais irresistível e depois te tratar com um descaso inexplicável, como se algo de errado tivesse acontecido, mas sem te dar quaisquer indícios do que possa ter acontecido. 

Ele será carismático com os outros, prestativo, mas demonstrará impaciência em responder à sua mais simples pergunta. Ele vai oscilar entre o tesão e a indiferença. Você se sentirá desejada quando o sufoco tiver tomado toda a sua alma e, totalmente desamparada quando o desejo demonstrado parecer esvaído nos primeiros suspiros da manhã. 

E o dia seguinte se tornará um longo e agonizante ano. Ele parecerá espirituoso, depois irônico, mas estará sendo absurdamente crítico e sarcástico. E te deixará tão confusa que você, por momentos, não saberá identificar a crueldade que há neste tipo de comportamento. 

Os perversos são viciados em jogos de poder e controle. Não sabem o porquê. Simplesmente precisam tentar te destituir da sua autoconfiança e autoestima até que você se torne refém, dependente, à beira do desespero.

É muito difícil identificar um ser perverso e, depois se livrar dele. Ele te tratará com uma bipolaridade emocional absoluta. E quando tudo parecer perdido, quando você tiver decidido de maneira explícita sua escolha por um afastamento ou desligamento da relação, ele te rondará da maneira mais amorosa possível tentando te convencer que a falta de sintonia anterior era um problema seu. 

O perigo da perversidade é porque ela é muito sutil. E o único antídoto para se curar de uma relação doentia como esta é reunir toda a coragem que você jamais imaginou ter e partir com toda a convicção de que você não precisa continuar neste campo minado. Você pode escolher um lugar de paz. Você pode não ser presa de um predador voraz. Você não precisa se vestir de sangue para alimentar estes vampiros. 

Esteja atenta. O perverso sempre parecerá um ser inofensivo e carismático. Com os outros. Apenas com os outros. E isto te deixará com uma imensa vontade de conquistar aquilo que ele fará questão de demonstrar que não está disponível para você. 

Marla de Queiroz

sexta-feira, 2 de outubro de 2015


Quando acordo de manhã
Beija-flor no meu jardim
E sinto o sol dourar a minha pele
E é tão bom
Sempre acordo de manhã
Beija-flor no meu jardim
Que bom ficar na sombra das mangueiras
Lembro muito bem de um tempo feliz
O mundo pertencia a gente
E era tudo demais
Sem você aqui, fica tudo assim
Tão diferente a solidão, vem
Leva meu sossego e minha paz
Esse amor que não sai
Esse amor que não vem
Que saudade louca de você, meu bem

Se o tempo voltasse


Existe um ditado que diz: "O que não tem remédio, remediado está". Essa frase serve tanto pra gente se conformar com a realidade (que nem sempre é a que desejamos) quanto para entendermos que o tempo não volta, que o que aconteceu não deixará de acontecer, e que arrependimentos ajudam a construir uma existência mais certeira daqui pra frente.

Alguns acontecimentos nos colocam em xeque mate, e enquanto puxamos o freio de mão da vida que corre acelerada, é possível que questionemos o destino final com o descuido próprio dos viajantes sem direção. 

De vez em quando revemos nossas vidas e paramos para pensar nas escolhas que fizemos até o momento. Fica sempre a pergunta: Se o tempo voltasse, eu faria outras escolhas? Teria tomado outro caminho? Ou será que ""não somos donos, mas simples convidados""? _ Como disse Mia Couto? 

Será que os desfechos de nossas histórias almejam um destino pré traçado, ou são escritos conforme 
a caligrafia das escolhas que fazemos e que poderíamos não ter feito? 

O que sei é que só podemos nos arrepender do amor que não demos, de que forma for. E mesmo lamentando uma situação presente, ela também é fruto da imperfeição dos dias, e não somente de escolhas mal feitas. 

De vez em quando somos tentados a achar que se o tempo voltasse estaríamos mais felizes e realizados. Mas será que teríamos adquirido a sabedoria que temos hoje sem errar? Sem tropeçar nesse terreno arenoso e improvável que é a vida? 

Fabíola Simões




Tá faltando eu em mim
Pergunto, mas não sei quem sou
Não sei se é bom ou se é ruim
Quero ficar, não sei se vou

Sou doce e amargo ao mesmo tempo
Me policio sem razão
Razão é o tipo que invento
Pra não cair na palma da mão
Tá faltando mais ação
Pra encarar e não fugir
A lava que já foi vulcão
É um iceberg dentro de mim

Pegadas que se tornam areia
Castelo de areia sempre cai
Se olham pra mim de cara feia
Meu coração desaba num ai

Preciso me curtir bem mais
É pena que só olho pros lados
Se a alma quer um banho de sais
O corpo quer me ver apaixonado

O medo aguça a atração
A solidão na pele arde
Espero que quando eu me ver
E acordar não seja tarde


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Será que amar é mesmo tudo?

Eu só queria saber quando é que vai ficar menos difícil. Ou mais fácil, se assim soar positivo. 
Mas, aqui, dentro de mim, a palavra machuca, o silêncio fere e uma frase antiga (que eu mesma escrevi) ecoa na minha cabeça, feito disco arranhado:

SERÁ QUE AMAR É MESMO TUDO?

E não falo só de amor romântico, fraternal ou familiar. Estou falando - na verdade - DOS AMORES QUE NOS MANTÊM VIVOS.

O amor pela arte. Por um objetivo. Por um sonho. Por uma causa. Pela literatura. Ou - no meu caso - pelas palavras. (E por tudo o que isso envolve).

Escrevendo esse texto, às 18:23, horário de Brasília, já encontro, sem querer minha resposta. Que é clara. Dura. E danada de filha da puta: AMAR, MINHA AMIGA, É TUDO, SIM. MAS TER PAZ TAMBÉM.

Por isso, sigo sangrando. E sentindo tantas dores (que não são só minhas, mas também de outros). Esse, talvez, seja o maior desafio que me encara: amar a vida de todo coração. E ainda viver em pura - e completa - paz.

Fernanda Mello

Mais AMOR, por favor! :)

Certa vez, ao final de uma reportagem, bastante triste por sinal, ouvi que o mundo é UM SÓ. Que as fronteiras e as guerras são INVENÇÕES do homem. Isso ficou pontuando meus pensamentos durante dias. Claro que, desde então, com esta frase, me vêm imediatamente lembranças da história em si, mas isso me remete a situações mais amplas e, porque não dizer, mais profundas e variadas também.

Dia desses alguém me relatou "inbox" numa rede social, sua surpresa ou descontentamento por perceber-se então, restrito a determinadas postagens minhas. Fora o fato de que em uma frase ele pergunta "aconteceu alguma coisa?", de resto achei tudo muito absurdo e invasivo. 
Como assim, cara pálida? 

Desde quando eu tenho de notificar qualquer pessoa ou solicitar permissão para que eu mude ou não alguma configuração de uma rede social MINHA? É isso mesmo? Estamos fadados a nos justificar ou explicar nossas ações a todos que se sentirem ofendidos ou preteridos por nós? 

Ou seja, é algo pessoal eu determinar quem eu quero que tenha acesso ou não a determinadas postagens minhas, certo? E por que então as pessoas se acham no direito de cobrar por isso? 

A "justificativa", neste caso, foi dele mencionar que eu tinha toda a "liberdade" para lhe dizer qualquer coisa. Inclusive, sugere um café ou ir à minha casa, se eu preferir, para que ele pudesse "entender". 

E eu pensei... Oi? É sério isso? Estou recebendo uma reclamação por uma atitude minha que alguém não gostou e, em vez de me ligar (com toda liberdade que me sugere e poderia, da mesma forma, se utilizar), opta por fazer um comentário desastroso e sem fundamento? 

Estou sendo intimada a dar explicação? 
A que tipo de liberdade exatamente ele se refere? 

Porque penso que sou livre também para adicionar, excluir, bloquear ou restringir pessoas ou o acesso delas à uma rede social que é MINHA. 
Ou esta liberdade está condicionada à permissão das pessoas envolvidas, no caso, pertencentes ao meu grupo de amigos na rede? 

Mas isto ainda foi além, o que me deixou muito preocupada. Ou melhor, intrigada com o nível de obsessão e envolvimento emocional das pessoas com o mundo virtual. 
Me refiro, é claro, às redes sociais como facebook e instagram e demais aplicativos, como Whats App. 

Não satisfeito em apenas enviar mensagem inbox, resolveu então deixar um comentário sobre o assunto em uma postagem antiga que fiz em sua linha do tempo (lá de 2002) e, como não bastasse, sem retorno meu às duas mensagens enviadas, envia whats app sobre. Isso tudo num período inferior a 48h.

Sinceramente, não aceito este tipo de cobrança. Não tenho mais idade e nem paciência para coisas deste nível. É desgastante, cansativo e me dá preguiça. Por estas e outras que "desativei" minha conta das redes sociais em novembro do ano passado, retornando somente em final de agosto deste ano. E já estou quase arrependida desse retorno.

Não fosse o fato de ser o único meio de contato com algumas pessoas que amo, a desativação teria sido definitiva. 

O mundo é realmente um só. Tudo o que de bom ou ruim acontece nele é obra de Deus, mas principalmente, do ser humano. As pessoas são diferentes, em todos aspectos. O que é normal ou estranho pra mim, pode significar tudo ou absolutamente nada para outra pessoa. O que difere na verdade são os princípios e caráter de cada um.

Não, não sou uma pessoa tão insensível ou uma ogra que se recusa a perceber um pedido de ajuda de alguém, não é isso. Apenas acho que essa reação é demasiada. É algo condizente com alguém muito mimado ou que está com seu amor-próprio tão reduzido a ponto de só se importar em falar de suas carências e frustrações. 

E digo mais: Se expor e lamentar em redes sociais a ponto de buscar de todas as maneiras algum tipo de atenção é, na minha opinião, algo muito surreal nos dias de hoje.
No mínimo, alarmante.

A receita é bem simples: eu tenho um descontentamento, pego meu telefone e toda liberdade que me convém e ligo para esta pessoa, esclarecendo então minhas dúvidas ou marcando uma conversa olho no olho para colocar os tais "pingos nos iis" ou aquilo que incomoda a ambos, se acharmos necessário. 
Simples e prático. 
Sem mimimi, pressão sentimental, tão pouco lamentos de infinitos ais expostos em redes sociais.

Bom, o que penso verdadeiramente sobre isso é de que há um desespero assustador hoje em dia em termos de retorno. 

Todo mundo posta, curte, quer contato imediato, exige uma interação instantânea de conexão, de respostas às suas ansiedades. 

É preciso urgentemente diminuir o volume, o foco sobre si mesmo. 
Não pensar no seu umbigo como sendo o centro do mundo. Parar para refletir e respirar um pouco, tomar um café, desligar o celular, notebook, iphone, iphed, itudo e se desintoxicar. 

Exercício bem básico, quase como curar-se de um vício. Didático feito
reaprender a "engolir o choro", tal qual quando ainda crianças, ouvíamos de nossos pais a cada manha de algum pedido negado ou castigo imposto por alguma indisciplina.

Para atitudes infantis ou insanas, acredito que a melhor solução é tratar feito tal. Tem gente tão mergulhada nisso que não sabe mais respirar sem celular ou seu laptop conectado, não almoça sem o olho no seu "tamagochi" ao lado do prato. 

Já escrevi sobre isso há algum tempo e insisto como uma forma de alerta em geral. 

Estamos desaprendendo a sentir de verdade, esquecendo de captar a beleza das coisas simples, de usar o verbo "curtir" no sentido real de sua existência, que é de aproveitar e viver, sem "clicar" em nada. 

Por muito menos "selfies" e mais olho no olho. 
Por muito menos "emotions" e bem mais sorriso no rosto, mais conversa, papo franco, voz no ouvido. 
Menos curtidas e compartilhamentos virtuais e mais "Carpe Diem" na vida real. 
Mais alegria, bom humor e presença celebrada.
Mais risadas e abraços...
Mais AMOR, por favor! :-)

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...