Hoje a chuva deixa inquieta a noite. Perde-se todo silêncio que havia, deixando apenas o barulho das gotas caindo sobre os carros, deslizando sobre as plantas em um pranto bem lento. Da janela sinto um leve vento me acariciando o rosto e acalmando meu coração. Neste instante a solidão me abraça.
Teve um tempo em que eu não dava valor a este momento silencioso e tão acolhedor. Houve uma época em que a solidão me perturbava de maneira que buscava na rua, na noite um afago qualquer, apenas para não me sentir só.
Hoje consigo me ouvir no escuro do quarto, me ouço em canções que tocam no rádio quando já não quero mais tanto silêncio por perto. Algumas músicas me transportam para um mundo muito particular onde percebo as coisas ao redor sem cortes, vejo e sinto a canção através dos meus olhos. Encontro-me em cada uma como se retratasse um pedacinho da minha própria vida, algum momento meu.
Entendo que nem todas as pessoas convivam bem com a solidão, nem todos sabem tirar proveito destes momentos tranqüilos. Nem todo mundo consegue entender sobre si mesmo sem barulho algum por perto, muitos não conseguem ficar sozinhos, literalmente. Há que sempre ter alguém por perto.
Mas entendo também que isso é apenas uma fase. Ninguém consegue viver 100% sozinho. Durante um tempo tudo bem, mas chega um momento em que é preciso ver gente, é preciso trocar idéias, experiências e voltar a viver normalmente. A vida não te dá esse tempo para que você melhore, para que sua tristeza passe e suas mágoas te libertem, a vida continua, segue em frente, e o tempo passa e não espera pela gente. É preciso superar o que passou, cicatrizar o que machucou, levantar e seguir seu caminho.
Há muito ainda por vir. E precisamos estar preparados para tudo.
“... mas agora eu sei o que aconteceu, quem sabe menos das coisas sabe muito mais que eu...” (Joanna – Agora eu sei)
"Não sei de mim. Sei que tenho uma alegria nos olhos e que a tristeza por vezes faz eclipse, e que minha vontade é de mergulhar no que me aconchega: a palavra, a caneta... lambuzar-me na tinta preta, até me reescrever inteira" (Nanquim - Débora Tavares)
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
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