Esse meu jeito de sentir me angustia, pois há um querer desesperado dentro de mim.
E vivo assim, numa inconstância que é uma constante.
No fundo, é a constante da minha vida.
Apesar de ser intensa e sentir tudo muito mais do que o resto dos mortais, não vou me dar por inteiro. Não quero ser demais, o muito enjoa, perde a graça, faz o encanto ficar despedaçado. O pouco é necessário, dá vontade de mais e mais, dá aquela sede bandida que te seca a garganta e te faz passar a língua na volta dos lábios, na tentativa de aliviar a secura. Do pouco surge o desejo, desejo que te enlouquece, te faz brigar com o travesseiro, dá uma tontura que vem sabe-se lá de que lugar e te faz colocar a mão no bolso e, alucinadamente, dizer: eu pago pelo muito.
Não me pague com dinheiro, me pague com amor. E pode ser muito, por favor, me deixe enjoada.
Clarissa corrêa
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