quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Mais AMOR, por favor! :)

Certa vez, ao final de uma reportagem, bastante triste por sinal, ouvi que o mundo é UM SÓ. Que as fronteiras e as guerras são INVENÇÕES do homem. Isso ficou pontuando meus pensamentos durante dias. Claro que, desde então, com esta frase, me vêm imediatamente lembranças da história em si, mas isso me remete a situações mais amplas e, porque não dizer, mais profundas e variadas também.

Dia desses alguém me relatou "inbox" numa rede social, sua surpresa ou descontentamento por perceber-se então, restrito a determinadas postagens minhas. Fora o fato de que em uma frase ele pergunta "aconteceu alguma coisa?", de resto achei tudo muito absurdo e invasivo. 
Como assim, cara pálida? 

Desde quando eu tenho de notificar qualquer pessoa ou solicitar permissão para que eu mude ou não alguma configuração de uma rede social MINHA? É isso mesmo? Estamos fadados a nos justificar ou explicar nossas ações a todos que se sentirem ofendidos ou preteridos por nós? 

Ou seja, é algo pessoal eu determinar quem eu quero que tenha acesso ou não a determinadas postagens minhas, certo? E por que então as pessoas se acham no direito de cobrar por isso? 

A "justificativa", neste caso, foi dele mencionar que eu tinha toda a "liberdade" para lhe dizer qualquer coisa. Inclusive, sugere um café ou ir à minha casa, se eu preferir, para que ele pudesse "entender". 

E eu pensei... Oi? É sério isso? Estou recebendo uma reclamação por uma atitude minha que alguém não gostou e, em vez de me ligar (com toda liberdade que me sugere e poderia, da mesma forma, se utilizar), opta por fazer um comentário desastroso e sem fundamento? 

Estou sendo intimada a dar explicação? 
A que tipo de liberdade exatamente ele se refere? 

Porque penso que sou livre também para adicionar, excluir, bloquear ou restringir pessoas ou o acesso delas à uma rede social que é MINHA. 
Ou esta liberdade está condicionada à permissão das pessoas envolvidas, no caso, pertencentes ao meu grupo de amigos na rede? 

Mas isto ainda foi além, o que me deixou muito preocupada. Ou melhor, intrigada com o nível de obsessão e envolvimento emocional das pessoas com o mundo virtual. 
Me refiro, é claro, às redes sociais como facebook e instagram e demais aplicativos, como Whats App. 

Não satisfeito em apenas enviar mensagem inbox, resolveu então deixar um comentário sobre o assunto em uma postagem antiga que fiz em sua linha do tempo (lá de 2002) e, como não bastasse, sem retorno meu às duas mensagens enviadas, envia whats app sobre. Isso tudo num período inferior a 48h.

Sinceramente, não aceito este tipo de cobrança. Não tenho mais idade e nem paciência para coisas deste nível. É desgastante, cansativo e me dá preguiça. Por estas e outras que "desativei" minha conta das redes sociais em novembro do ano passado, retornando somente em final de agosto deste ano. E já estou quase arrependida desse retorno.

Não fosse o fato de ser o único meio de contato com algumas pessoas que amo, a desativação teria sido definitiva. 

O mundo é realmente um só. Tudo o que de bom ou ruim acontece nele é obra de Deus, mas principalmente, do ser humano. As pessoas são diferentes, em todos aspectos. O que é normal ou estranho pra mim, pode significar tudo ou absolutamente nada para outra pessoa. O que difere na verdade são os princípios e caráter de cada um.

Não, não sou uma pessoa tão insensível ou uma ogra que se recusa a perceber um pedido de ajuda de alguém, não é isso. Apenas acho que essa reação é demasiada. É algo condizente com alguém muito mimado ou que está com seu amor-próprio tão reduzido a ponto de só se importar em falar de suas carências e frustrações. 

E digo mais: Se expor e lamentar em redes sociais a ponto de buscar de todas as maneiras algum tipo de atenção é, na minha opinião, algo muito surreal nos dias de hoje.
No mínimo, alarmante.

A receita é bem simples: eu tenho um descontentamento, pego meu telefone e toda liberdade que me convém e ligo para esta pessoa, esclarecendo então minhas dúvidas ou marcando uma conversa olho no olho para colocar os tais "pingos nos iis" ou aquilo que incomoda a ambos, se acharmos necessário. 
Simples e prático. 
Sem mimimi, pressão sentimental, tão pouco lamentos de infinitos ais expostos em redes sociais.

Bom, o que penso verdadeiramente sobre isso é de que há um desespero assustador hoje em dia em termos de retorno. 

Todo mundo posta, curte, quer contato imediato, exige uma interação instantânea de conexão, de respostas às suas ansiedades. 

É preciso urgentemente diminuir o volume, o foco sobre si mesmo. 
Não pensar no seu umbigo como sendo o centro do mundo. Parar para refletir e respirar um pouco, tomar um café, desligar o celular, notebook, iphone, iphed, itudo e se desintoxicar. 

Exercício bem básico, quase como curar-se de um vício. Didático feito
reaprender a "engolir o choro", tal qual quando ainda crianças, ouvíamos de nossos pais a cada manha de algum pedido negado ou castigo imposto por alguma indisciplina.

Para atitudes infantis ou insanas, acredito que a melhor solução é tratar feito tal. Tem gente tão mergulhada nisso que não sabe mais respirar sem celular ou seu laptop conectado, não almoça sem o olho no seu "tamagochi" ao lado do prato. 

Já escrevi sobre isso há algum tempo e insisto como uma forma de alerta em geral. 

Estamos desaprendendo a sentir de verdade, esquecendo de captar a beleza das coisas simples, de usar o verbo "curtir" no sentido real de sua existência, que é de aproveitar e viver, sem "clicar" em nada. 

Por muito menos "selfies" e mais olho no olho. 
Por muito menos "emotions" e bem mais sorriso no rosto, mais conversa, papo franco, voz no ouvido. 
Menos curtidas e compartilhamentos virtuais e mais "Carpe Diem" na vida real. 
Mais alegria, bom humor e presença celebrada.
Mais risadas e abraços...
Mais AMOR, por favor! :-)

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