"Não sei de mim. Sei que tenho uma alegria nos olhos e que a tristeza por vezes faz eclipse, e que minha vontade é de mergulhar no que me aconchega: a palavra, a caneta... lambuzar-me na tinta preta, até me reescrever inteira" (Nanquim - Débora Tavares)
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Xeque-Mate
Nunca temi me afogar. Frase "etilicamente" inspirada dita por minha vizinha em uma madrugada dessas de muito “tchai” em seu apartamento.
E o afogamento em questão que ela se referia era o AMOR. Que coisa, não? O amor, este sentimento por vezes tão complicado.
Terminara a cerca de vinte dias um namoro de pouco mais de três anos por ter se dado conta de que não “mergulhava” mais. E que não o fazia mais por puro medo: medo de não conseguir chegar à superfície a tempo de buscar mais ar. Faltava-lhe o fôlego.
O amor havia virado novamente apenas “puro verbo” e o seu coração já não pulsava como antes.
Sendo assim, optou por se antecipar ao tempo, que inevitavelmente se encarregaria de dar fim de uma maneira mais desgastante e dolorosa.
E geralmente é assim, vamos levando até onde dá, até onde uma das duas pessoas envolvidas resolve tomar a iniciativa de romper os laços. Seja pelo fato de se dar conta de que as coisas já não são como antes ou que não sente mais o que sentia, ou por ter se interessado por uma terceira pessoa ou por simplesmente ter decidido ficar sozinha. Seja qual for a alternativa escolhida, é o pontapé inicial. Alguém tem de fazer. E ela o fez. Não entrei no mérito da questão ou os detalhes de fato que a levaram a tomar tal atitude, apenas ouvi com atenção. Mas pude perceber que estava feliz, mais leve e ainda mais iluminada. Havia optado pela sua felicidade em primeiro lugar. Soube perceber o momento exato de dar o "Xeque-Mate".
Por uns instantes olhei o que queria ver em mim lembrando o quão difícil é ter de tomar uma decisão, o quanto é complicado encontrar a coragem necessária para se fazer uma opção na vida, qualquer que seja esta opção.
Muitas vezes não arriscamos, não ousamos exatamente por pensar demais e, consequentemente o tempo passa e não nos entregamos como deveríamos, impedimos que algumas mudanças aconteçam. E talvez elas fossem necessárias.
A gente tem sempre o costume de se acomodar demais já que todo e qualquer tipo de alteração em nossas vidas implica necessariamente que as pessoas à nossa volta sofram algum tipo de conseqüência com as nossas escolhas e, inevitavelmente também, alguém sentirá bem mais por tudo isso. Então muitas vezes colocamos o pé no freio, pensando demais, projetando um sofrimento nosso por vezes desnecessário. Tudo porque não tentamos fazer diferente, não paramos para pensar na gente e sim nos outros.
Mas em se tratando de amor, melhor ser mais egoísta. Melhor que usemos nosso tempo para pensar no “nós que somos” em primeiro lugar. Apostar, investir e se dedicar sempre. Viver para merecer o amor. Viver sem medo de se afogar, certo?
Ou como diria Fabrício Carpinejar “merece de fato o amor quem trabalha por ele, quem sofre por ele, quem não quis ser mais inteligente do que sensível”.
Em tempo: Apesar de terem me tirado a alegria das sextas e mesmo triste e decepcionada diante das notícias vindas de Canoas esta semana, saibam que estarei SEMPRE presente, ainda que a quilômetros de distância. Drika, Karine, Chai, Jéssiquinha, Daia, Débora, Léo, Robinho e Xuxu: AMO MUITO VOCÊS!!!
Vários deles beijos!
"Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
Só não desonre o meu nome!
Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome"
(Me Adora - Pitty)
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