terça-feira, 17 de maio de 2011

INTER CAMPEÃO GAÚCHO 2011


Contrariando todas as expectativas e, principalmente, entristecendo a metade azul do Estado, o Internacional sagrou-se o legítimo Campeão Gaúcho no domingo que passou.
De repente tudo mais deixou de ser e aquela taça escapou-nos por entre os dedos.

Parabéns a toda nação colorada pelo merecido título e pela vitória conquistada dentro de um Olímpico lotado.
Hoje tudo arde em azul.

Enquanto escrevo (debaixo das cobertas), ainda me recupero de uma segunda-feira de muita febre e dor de garganta oriunda de um domingo atípico em Porto Alegre.
São Pedro nesse dia resolveu brincar e testar a saúde de todos os presentes ao estádio e, durante a partida, fomos brindados com inúmeros banhos de chuva.

Se, de um lado, cantávamos com o vento empurrando o tricolor, do outro a voz da chuva se encarregava de chorar sobre nossas cabeças.
Talvez fosse um sinal.
Assim como a presença daquela coruja no inicio do jogo indicando que tudo poderia mudar de repente.

Hoje não tenho voz e nem pranto, somente um coração cortado ainda se recuperando de tudo.
Definitivamente nossa existência é muito mais frágil do que podemos imaginar.

Após o jogo, no caminho de volta para casa, passei algumas horas com “papi” até tudo se acalmar e não ter de me incomodar com vizinhos inconvenientes.
Apesar da transparência dos meus olhos derrotados, consegui ainda sorrir naquela noite, vendo diante de mim, meu pai feliz pelo seu Inter campeão.

Durante todo o tempo em que fiquei com ele não havia comigo nenhum tipo de dano e tão pouco as feridas da derrota se fizeram evidentes.
Eu estava em paz.

Futebol para mim é paixão sim, mas a dor escondida dentro do peito naquele momento não era culpa dele e não seria justo apagar toda a sua alegria estampada.
Estava ali simplesmente para acalmar meu coração.

Por volta das 21h fui então de volta pra casa, caminhando em silêncio, lentamente em passos amargos de um dia que havia me consumido a alma por completo.
De um dia que queria muito esquecer.

Em 2008 quando o então técnico, Celso Roth, conseguiu a façanha de eliminar o Tricolor de duas competições em uma única semana, prometi não mais chorar por derrotas do Grêmio, não mais sofrer por títulos perdidos.

Ao chegar em casa, me deparei com a entrevista de Renato Portaluppi dada após o jogo.
E assistindo a ela, não consegui manter minha promessa até então inabalável desde 2008.

Seu olhar carregava tanta tristeza e sua voz rouca trazia tanta emoção embargada que não consegui conter minhas lagrimas.
E desabei.
Chorei de soluçar, tal qual uma criança.

E não era pela derrota do GRENAL ou pela perda do título do campeonato que estava em nossas mãos.
Meu pranto era por Renato (O cara!).
Por perceber não somente um ídolo abatido e triste pela derrota, mas um profissional deixando transparecer diante dos repórteres e das câmeras de televisão seu lado apaixonadamente gremista, expondo sem medo ou vergonha para quem quisesse ver toda a sua dor, todo seu choro sofrido de um torcedor.

Aquilo sim me abalou profundamente e senti todo o sofrimento estampado naquele que tem de fato um verdadeiro e profundo amor pelo Grêmio e que naquela noite tinha nos olhos o reflexo de uma imensa família de dores.

Tive então uma noite de longos soluços e meus olhos verteram incansavelmente como verdadeiras cachoeiras até o momento de adormecer.

Pudéssemos escalar Renato entre os 11 jogadores, não perderíamos mais GRENAIS, mas, infelizmente isto não é possível e futebol nem sempre é justo.
Faltou-nos um pouco de sorte, talvez.

Mas a vida continua.
A vida segue sem nos dar tempo de recuperação e junto dela vem a composição de um novo dia.
Talvez o “carinha” lá de cima esteja reservando algo melhor ou maior para todos nós, torcedores gremistas.

De qualquer forma, mais uma vez, parabéns aos colorados que hoje pintaram o Estado de vermelho.

Em especial ao meu pai e à Dada que sempre souberam separar muito bem as coisas e, desta forma nossas diferenças futebolísticas foram cercadas constantemente de muito carinho e respeito mútuos.


Eu sou borracho sim senhor,
E bebo todas que vier.
Canto pro meu tricolor,
Meu único amor
E dá-lhe,dá-lhe tricoloôoôoôor
E dá-lhe,dá-lhe tricoloôoôoôor,
Eu sou borracho sim senhor
E bebo todas que vier
Canto pro meu tricolor,
Meu único amor!!!
E dá-lhe,dá-lhe tricoloôoôoôor
E dá-lhe,dá-lhe tricolôoôoôoôr
Eu sou borracho sim senhor...

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