quarta-feira, 30 de março de 2011

Águas de Março?

Estive por dois dias doente, em casa, de cama. Tempo suficiente para descansar o corpo tão cansado ultimamente. A sensação de estar carregando o mundo inteiro nas costas parecia não ter fim.


Mas está passando. Estou de volta, aos pouquinhos, talvez não a 120 km por hora, nem 100% ainda, mas estou aqui, escrevendo, colocando para fora todos os meus fantasmas ou pelo menos parte deles. Alguns deixo escondidos já que não há como expor ainda mais certas coisas. Para tudo tem-se certo limite. Ainda que continue a escrever e falar sobre o mesmo tema, não publico mais determinados textos para me preservar. Deixo-os guardadinhos em casa. Nem sei por que comentei isso agora.


Estes dias alguém me disse que ando com uma tristeza comovente camuflada no meu sorriso. Fiquei com essa frase marletando minha cabeça durante horas. Expliquei que estava com a cara de quem ainda se recuperava de uma injeção de benzetacil que recebera na outra semana, mas acho que não foi um forte argumento de convencimento.


Talvez de fato esteja mais esquisita que o normal, em parte por ter relido meus textos antigos, ou por sentir falta da Dani no trabalho, ou por não estar conseguindo responder a alguns questionamentos internos, ou por ter me desentendido com uma amiga, ou por sentir imensa saudade de conversar com Dada e Gux sobre assuntos que não falo com mais ninguém (e eles têm o raio X da minha alma), ou por estar com saudades apertadas de uma outra pessoa, ou, ou, ou... Como diria Renato Russo “se fosse só sentir saudades, mas tem sempre algo mais.” Ah... Esse “algo mais”...


A verdade é que me sinto esquisita, com a sensação de que joguei um jogo só para poder perder, de que apostei alto todas minhas fichas e fracassei e não consigo voltar ao ponto de partida. E minhas idéias e pensamentos andam em ritmo lento, ou como postei no face estes dias, repousando com meu coração em conta-gotas. Aliás, meu coração anda em desalinho, confesso. E não é de hoje. E talvez ele seja o principal responsável por todo esse turbilhão na minha cabeça atualmente, ou a verdadeira incógnita que me fez cogitar precisar urgentemente de férias, inclusive de mim mesma. Ou talvez tudo isso seja apenas efeito das “águas de março fechando o verão.”
Talvez.



Não estou no meu “inferno astral”, tão pouco de “TPM”, mas me sinto como se estivesse, onde as coisas não andam, as cobranças só aumentam e não consigo dar conta nem de mim mesma. Não consigo entender nem mesmo este “nada” que sinto agora. Ou como comentei estes dias, ando rindo à toa, podendo chorar a qualquer instante, tamanha fragilidade da pessoinha aqui. E é verdade. Músicas me emocionam além da conta, vídeos me fazem cair em prantos, tudo fica demasiado forte ultimamente. Tudo está maior, tudo muito mais intenso.


Tenho agradecido o fato de poder toda sexta estar de volta a Canoas pelo futebol e também por saber que lá encontro um pouco de equilíbrio. É uma forma que encontrei de buscar um pouco de paz, de um pouco de carinho também. Lá me sinto enormemente bem (e já escrevi isto), me sinto em casa, desopilo a mente e me sinto acolhida. Não sei explicar o porquê, o fato é que tem muita gente “do lado de lá” que me conforta e acalma muito este meu coraçãozinho aqui.


Preciso muito entender as coisas que sinto, sempre. Sempre fui de questionar o que sinto o tempo todo, porque estou sentindo isso e se isso está sendo bom ou ruim para mim, se tenho de parar de pensar nisso ou naquilo, onde preciso pegar mais leve, onde tenho de relaxar mais. Minha vida sempre foi um constante questionamento, mas ultimamente não estou conseguindo responder a nenhum. Nada. Nenhuma linha. E fico muito preocupada com isso. Me atordoa o fato de não ter respostas e me sentir toda errada por isso.
Pronto falei!


Pausa para respirar e trocar o foco (rsrs)



Em tempo: Reli umas trinta vezes a matéria do Caderno Dona do dia 20/03 que tinha uma reportagem completíssima e agradabilíssima de minha “musa” Martha Medeiros. Devorei literalmente. Falava sobre a sua rotina, sua família, enfim, um prato cheio para aqueles que, assim como eu, admira e se inspira em seu trabalho.



Havia também uma matéria interessantíssima da bela Ângela Vieira onde ela falava da descoberta do amor aos 50 anos de idade (uiiiii ainda tenho tempo hehehehe). Ela comentava também que as férias são sempre bem vindas, mas por um tempo curto, pois estamos aqui para produzir e experimentar. Depois encerra citando uma frase (ótima) de Guilherme Leme sobre como devemos viver hoje em dia: “pula e reza para o para quedas abrir ou para que você crie asas.”
Ai adorei!
Não deixa de ser um modo interessante de viver e, principalmente de ver a vida.



Aí para fechar com chave de ouro, resolvi ler meu horóscopo daquele dia no caderno Dona e estava lá: “o coração precisa de exercício, é hora de mostrar a cara por aí e manter a forma. Às vezes a linha reta não é o menor caminho entre duas retas.” Nossa, caiu feito uma bomba em meu peito. Se tudo parecia andar na contra mão, em marcha lenta ou marcha ré, depois de ler aquilo me senti ainda pior do que estava até então.



Incrível como a gente consegue se apegar a detalhes quando tudo parece conspirar contra. É nestas horas que nos agarramos aquilo que lemos, parece que tudo está lá direcionado exclusivamente para nós. Não sou e nem nunca fui de acreditar em horóscopo, mas naquele dia fiquei com a sensação de que não devia ter lido o meu. E à noite lá estava eu tão cansada quanto um maratonista ao final de uma corrida.



Freud explica?



Bom, voltando ao ponto de partida deste texto esquisito, caí de cama. E para isto já ouvi milhões de versões. Adoeci por estar abusando sabendo da constante mudança de temperatura, por estar emocionalmente abalada, por estar triste, por estar apaixonada, por estar com o corpo debilitado de algum resfriado mal curado, enfim infinitos palpites para o mesmo tema.



Então, seja qual for o seu palpite, não me conte. E também não me cobre se ficar mais algum tempo “off” de postagens. Nem sei por que postei este texto. Este era para ficar guardadinho no fundo dos meus arquivos, como um desabafo. Mas postei mais para que entendam se eu, por acaso, “sumir” por uns dias.



Talvez fique tentando recuperar minha alma e meu coração de forma quietinha. Assim, na minha concha, apenas deixando o tempo passar e o vento soprar diferente.


Vamos esperar que passem as “águas de março” então.



"Me deixe quieta aqui no meu canto
Eu sei que não sou santa
Você também não é nem um anjo
Cada um com seus defeitos,é melhor assim
Moro aqui no meu mistério
Rindo vou levando a sério
Ninguém vive sem fantasia
Cada um com sua vida,é melhor assim
Se não fosse bom eu não pensava,esquecia e nem ligava
Somos de dois mundos diferentes
Se você quiser o meu amor me aceite como sou
Só assim a gente pode se entender "

(Renata Arruda - Mundos Diferentes)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...