segunda-feira, 12 de março de 2018

Quando você encontra a pessoa certa

Muita gente não acredita em almas gêmeas. Na pessoa certa, na “the one”. Assim como Ted Mosby, o romântico e às vezes inocente protagonista de How I Met Your Mother, eu acredito. Eu acredito que alguém possa ser a “the one” para alguém, a pessoa certa, aquela que vai fazer você ouvir Madeleine Peyroux cantando Dance me to the end of love. A que vai fazer você pensar: “Deus, se existia esse cafuné no mundo, por que eu passei anos tomando remédio para ansiedade?”. A The one. Mesmo com o artigo repetido em português e em inglês, só para feito dramático.
Mas ela não é a The One no sentido metafísico, divino de que duas pessoas estão destinadas a ficarem juntas. E encontrar essa pessoa é como quebrar um osso: se você tem dúvidas é porque não quebrou, ou não encontrou. E pode ser na primeira vez que você a vê andando na sua direção, guardando o guarda-chuvas, balançando os cabelos e, sentando na mesa e perguntando: “tá esperando há muito tempo?”, e você tem vontade de responder: “estou te esperando a minha vida inteira”. Ou pode ser um estalo no meio de uma conversa trivial em um restaurantes sem vela na mesa, com uma gaveta que nunca fecha, que faça você pensar: “Por que diabos, depois de tanto tempo, eu estou com essa vontade idiota e incontrolável de beijar essa pessoa?”. Na mesa ou na chuva, a resposta é: porque ela é a sua The One.
É a pessoa que demonstra prazer em estar com você sem esperar nada em troca, e sem que haja uma razão aparente para isso. É a pessoa que entende que ninguém é um amontoado de defeitos e qualidades, e sim uma pessoa que não pode ser representada nem somente pelos defeitos nem pelas qualidades. É a pessoa que, depois do beijo, fica com a testa encostada na sua, tocando o nariz no seu, de olhos fechados, e você não consegue sentir nada a não ser uma imensa paz interior. E quando você se lembrar do beijo, a parte dos olhos fechados com o rosto próximo ao seu vai te fazer sorrir sozinho. Essa pessoa é a sua The One, não tenha dúvidas.
A The One não te abraça somente com vontade. Ela te abraça de maneira que, se um precipício se abrir debaixo dos seus pés, ela conseguiria te segurar em seus braços, e, ao mesmo tempo em que com uma mão ela te faz carinhos nos cabelos, com a outra ela te acaricia as costas. Não é qualquer pessoa, não é qualquer paixão. É a pessoa que, quando encosta a cabeça no seu ombro, esquece o mundo lá fora, esquece os problemas e faz você agradecer aos céus por não ter desistido. E você não precisa acreditar nisso, nem a outra pessoa. Porque quando vocês sentirem isso, vocês vão saber.
Um beijo calmo e urgente. Um abraço apertado como se vocês não se vissem há vinte anos, desde que você foi para a guerra. A The One não é a pessoa que você acha que precisa dela. Ela é a pessoa com quem você quer estar o tempo todo, mesmo não precisando, porque é prazeroso estar com ela, e, se você precisasse dela, você não teria escolha. E ela é a The One exatamente porque vocês escolhem estar um com o outro, não porque precisam.

Léo Luz

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