Costumo sempre pensar na vida e em tudo que acontece durante nossa -breve- passagem por esse plano. É uma mania. Uma terapia. Uma loucura. Mas, sem dúvida, é a forma que encontro para refletir, tentar achar respostas, encontrar novas perguntas e buscar evoluir, tanto emocionalmente quanto espiritualmente. Tudo, absolutamente tudo que acontece em nossa vida traz uma grande carga de lições e não podemos tapar os olhos para esse fato.
Desde
nova me dei conta disso, pois, fui ensinada cedo, pelos acontecimentos em minha
trajetória, a ser atenta a tais questões. A entender que é preciso ter um olhar
mais profundo sobre tudo que passamos e vivemos, e a estender esse olhar à vida
do próximo. Não, não com curiosidade ou intuito de fazer fofoca, jamais. Mas
com empatia e para saber que nossa evolução também se encontra no outro.
A
perda de uma amiga próxima me fez, mais uma vez, refletir sobre tudo. Uma
morte, literalmente, inesperada. Pegou a todos de surpresa. Despedidas são
sempre tristes. Acho que por mais evoluído que o ser humano seja, a dor da
partida de uma pessoa amada sempre irá doer. Sempre ficaremos com uma sensação
de impotência. Mãos atadas. Coração sangrando. É difícil acreditar que uma alma
boa, de aura leve, coração transbordante de amor e energia positiva nos foi
tirada, assim, de uma hora para outra. Mas é assim, de repente mesmo que
acontece. Sem aviso prévio. Sem dar tempo para algum preparo. Acontece de um
jeito que foge do nosso entendimento. E é aí que a gente precisa se propor a
refletir. Estamos doando quais tipos de sentimentos? Estamos transmitindo quais
tipos de coisas? Estamos perdendo/ganhando tempo com o que? É preciso parar e
pensar.
Deixamos
de falar o que sentimos as pessoas que amamos porque nos disseram que é
sinal de fraqueza. Porque bonito é ser “casca grossa” e correr atrás é coisa de
gente idiota. Demonstrar por atitudes é pior. É pedir para ser “trouxa”.
Perdemos tempo com orgulho, medo, falta de tempo ou por acharmos que o temos demais.
Deixamos para amanhã. E quando chega o amanhã a gente adia de novo. Guardamos
mágoas. Sentimentos que em NADA, eu digo NADA de bom, nos acrescentam. Deixamos
de perdoar porque achamos que isso é querer tapar o sol com a peneira, afinal é
impossível esquecer o que o outro fez, quando na verdade, perdoar é soltar o
pescoço do outro e ver que quem consegue ficar aliviado e respirando melhor
somos nós mesmos. Evitamos pedir desculpas e/ou perdão porque nos disseram que
é humilhante. Alimentamos ressentimentos. Tem gente se achando melhor do que os
outros. Gente puxando o tapete do “amigo” na primeira oportunidade e sem pensar
duas vezes. Gente que sofre ao ver o outro feliz.
Mágoa,
inveja, rancor, orgulho, prepotência, arrogância, julgamentos… e assim acumulam-se
toneladas de lixo emocional. Mas por quê? Não consigo encontrar uma lógica
coerente que explique por que perdemos tempo com tanta coisa que só devastam e
regressam nossa alma. Procuro a cada dia aprender e tenho a consciência
tranquila que não me limito aos meus textos. Sou melhor escrevendo e todos que
me conhecem sabem disso. Quando falo, sou desastrada, desajeitada, mas
ainda assim procuro através dos gestos e atitudes demonstrar aos que amo o amor
que trago comigo. Com os conhecidos e desconhecidos busco ter pudor com o que
digo e faço. Erro. E como eu erro. Sei que tenho muito que aprender e mudar.
Mas estou em paz porque estou de braços e coração aberto para isso. Para a
vida. E que todos estejamos.
Que
a gente não se limite a frases lindas e reflexivas de redes sociais. São
importantes, claro. Os textos e as palavras em si possuem um poder enorme sobre
nós e por isso sou tão apaixonada pela escrita e encontro nela a chave para
abrir a janela de minha alma e coração. Mas precisamos levar tudo conosco.
Precisamos que nossas atitudes sejam condizentes com nossos dizeres. Que a
gente sorria de verdade e com verdade, que nossos abraços sejam apertados, que
nosso orgulho seja deixado de lado, que o amor seja a maior arma que a gente
carregue.
Que
a gente valorize os que nos amam e deixemos de lado os que não se agradam com
nossa presença. E que, dia após dia, a gente aprenda. Evolua. Nossa passagem é
breve, mas os sentimentos que plantamos as almas que tocamos os corações
que entramos as pessoas que convivemos e vivemos não são. Uma hora eu vou, você
vai, nós vamos. Mas o que fizemos e passamos aos outros a gente deixa aqui.
Propõe-se a pensar também no que você deixará quando for.
Ana
Luiza Santana
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