segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Dores de amizade



Nosso olhar fica diferente a cada desencaixe ao longo do caminho.
Por vezes iremos matar dentro da gente pessoas que um dia amamos muito. Eu venho fazendo isto de uns tempos pra cá. Brincando com uma letra do grande poeta e encantador Cazuza, “raspas e restos não me interessam”. E é verdade. A vida é tão rara e curta para que percamos tempo com quem não tem a real dimensão do valor de uma amizade, de um amor sincero, de um coração que se entrega.

A maioria dos acontecimentos importantes em nossas vidas, as brigas mais dolorosas geralmente acontecem quando, por alguma razão, defendemos dores de outros. A famosa idéia de se colocar a mão no fogo por alguém. 
Eu já fiz isso anos atrás por um cara (hoje ex amigo) que conhecia desde os tempos da faculdade. Eram dez anos de amizade que foram colocadas no lixo dele após me provar seu verdadeiro caráter. 

Também já fui alvo de desentendimento no carnaval do ano passado, onde o grande tempo de amizade da outra parte envolvida contou contra mim. Não busquei pelo beneficio da dúvida e sim a lealdade da palavra e, por falta de alternativa, optei então por me afastar. 

Amizades por conveniência definitivamente não me servem. 
Ainda que dores de amizade sejam silenciosas e discretas, tudo continua. Enfim, são coisas que acontecem. E a gente aprende. Faz parte da vida.

Nunca me importei com o tempo em que se conhece uma pessoa para ela ser digna de minha confiança. Razões óbvias me comprovaram que isso nem sempre é favorável. Amizade e lealdade de coração independem do tempo em que se conhece alguém, assim como surpresas e decepções. 

Mesmo que hoje pessoas ainda venham a maltratar o que resta da minha imensa generosidade, não dou mais a elas o direito de explorarem também minha paciência. Aprendi a caminhar com os pés rasos, sem deixar que complicações venham a aumentar de tamanho. Faço a poda antes.

Daquela “família”, agradeço à meia dúzia que não escolheu lado algum. 
Que optou por ouvir sem interferência. 
Sem vírgulas emprestadas ou pré-julgamentos. 
E daqui, dou meu melhor sorriso a estes sempre quando nos encontramos. 
Ao resto, migalhas minhas. Lamento, mas não temos o direito de maltratar esperança de ninguém, portanto, singelos cumprimentos e nada mais. 



"Foi um bofetão que levei. Um bofetão que mudou muitas coisas de lugar. 
Mudei o meu olhar sobre algumas pessoas. 
Passei a abrir a boca e o bico só pra quem tá perto (e do lado de dentro). 
Aprendi que em cada dez olhares que nos cercam, cinco (no mínimo) são de inveja, maldade, de gente trapaceira, esperando o momento pra dar o bote. E que a felicidade gera inveja. 
E que mesmo você sendo boa com as pessoas, elas nem sempre devolvem na mesma moeda. 
Mas eu nem ligo, sabe por quê? 
Pra cada dez olhares do mal, sempre vai haver um olhar que devolve a tua paz. 
Um olhar que te devolve pro teu lugar de origem. Pro teu eixo de equilíbrio. 
Simples assim.
Talvez um dia a gente perdoe e esqueça.Enquanto isso, a gente segue rindo"
Cris Carvalho

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