quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Plurais e afins


Ah, os plurais! Gosto muito.
Nos enfrentam a ponto de roubar-nos de nós mesmos
Dialogam com o silêncio mais profundo que nos habita
E nos levam de encontro às lacunas até então inacessíveis ou imperceptíveis
Visíveis apenas aos conhecedores do nosso verdadeiro raio-X emocional
Os raros, mas que sempre nos reconhecem ímpares, a olho nu.
Com a alma exposta, em branco e preto, nada mais.
Plurais que captam nossa singularidade mais particular

E as músicas? Definitivamente, as amo.
Algumas de versos tristes, outras repletas de ilusões: as necessárias.
Muitas dão nó nos sentimentos, desenterram sonhos.
Tantas mais alimentam o nosso invadir dos contos de fadas
Libertam-nos para o instante, tais quais testamentos, confissões em noites de lua.
Feito longas tardes de domingo ou invernos rigorosos que custam a passar
E nos deparamos tolerantes até mesmo com aquilo que não enxergamos.
Mas, que por vezes, nos acompanham bem mais com sua ausência consentida,
Do que qualquer presença indiferente, distante.
Aos olhos das estrelas, envolvem-nos em seus poemas, suas letras e rimas.
Músicas que nos embriagam de poesia, magia, som e encantamento.

As palavras... Adoro-as.
Que nos cativam em textos recheados de vírgulas, reticências,
Crases e pontos – Finais ou não.
Com letras e frases em linhas tortas
Presentes na medida do possível, por vezes em tempo indefinido,
Ou tão somente nas páginas em branco de nossas vidas
Deixando-nos mais à vontade entre desconhecidos ou aos que apenas nos lêem.
Muitas vezes tornam-se desencontradas entre interpretações equivocadas
Mas, sempre prontas para serem decifradas, escritas uma vez mais, à mão.
Revelando em poucos traços tudo aquilo que nossa voz silencia
E nosso peito abafa nas entrelinhas das tantas coisas não ditas
Ou bem ditas, feito letras de Zeca Baleiro:

“Palavras e silêncios que jamais se encontrarão”

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