quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ah, NADAR... Coisa melhor não há!

Cinco meses me afastaram do que mais gosto de fazer, que é nadar.
Adoro tudo, desde o cheiro do cloro, até a sensação de liberdade no contato com a água.
Poderia ter escrito poemas que traduzissem minha alma durante este tempo todo.
Ensaios tristes de uma longa trajetória. Dias intermináveis.
Momentos em que perdi um pouco o rumo, o foco, imaginando não mais conseguir ser igual.
Vários médicos, diversos diagnósticos e uma infinidade de medicamentos.

Eis que, através de uma ecografia, foi constatada lesão no ombro direito: tendinose do supra espinhal, para se usar o termo técnico.
A grosso modo, tendinite.

Além de muita fisioterapia, fizeram parte do tratamento exercícios para reforço muscular, reeducação da postura no trabalho e também ao dormir, gelo na região e uma boa dose de paciência também.

Contei com o apoio dos “meus” que sabem o quão importante é a natação na minha vida e também com o carinho da lua, que costumo admirar em algumas noites no céu. E senti meu coração, até então tão descrente, um pouco mais confortável.

Ainda não consigo me sentir 100%, confiante de que a dor não voltará.
Faz um mês que retornei.
Confesso que o primeiro dia foi o melhor e, ao mesmo tempo, o pior.
Dia de sol. De encontrar com borboletas, daquelas que chamam nossa atenção por tamanha beleza.
Um misto de sensações, de felicidade e muita ansiedade pelo retorno, indo diretamente de encontro ao imenso medo e receio de sentir dor, mínima que fosse.

Mas, sabia que a partir de então, seria necessário um pouco mais daquela paciência.
Para que a minha pressa em voltar ao ritmo normal não atrapalhasse todo o processo de recondicionamento ideal.
Era preciso dar tempo ao tempo, aos poucos, com muito treino aeróbico (de percurso, apenas nadado), reforçando a musculatura, “abrindo” os pulmões.
Para então passarmos à velocidade e aos testes de força e resistência.
E surgia então a sensação de ser levada a um jardim de flores (lindos lírios), num abraço único, carregado de cumplicidade: Da espera e do esforço afinados na mesma batida.

Nas primeiras duas semanas, senti desconforto no ombro, no local da lesão. Entretanto, conversando sobre isto com meu instrutor, ele me acalmou dizendo ser normal, pois passados cinco meses, estava recomeçando.
Tudo do zero nos exercícios de reestrutura muscular de todo corpo.
Mas então porque não senti um mínimo de desconforto no ombro esquerdo?
Não seria normal também?
- Não, me disse ele. Sentiria cansaço, talvez.
Mas não desconforto, dorzinha mínima que fosse, pois aquele ombro não estivera “doente” anteriormente.
Ele estava apenas sem ritmo, sem preparo.

Para que não sentisse mais desconforto, por orientação do mesmo, passei a utilizar mais tempo e cuidados nos alongamentos tanto pré, quanto pós treino.
Não em sobrecarga ao alongar, mas em segurar um pouco mais de tempo em cada exercício em relação ao ombro esquerdo.
Precisava de mais riso, mais tempero no corpo.
Esse tempero de gargalhar que nos faz tão bem.

A partir da terceira semana, não mais senti incômodo algum.
Era o corpo entrando no mesmo ritmo da mente.
Continuo rigorosamente com os alongamentos distintos e também com o gelo ao deitar.
E tem dado certo.
Já passamos aos exercícios de força e resistência e estou bem perto de chegar ao mesmo ritmo de quando parei, há seis meses.

Sei que tecnicamente, para meu instrutor, tenho um nado muito bom, tanto crawl, quanto costas. Com braçadas longas, de deslize nas águas, quase perfeito. Mas ainda não tenho segurança nas viradas, preciso reforçar estilos de peito e borboleta, assim como tenho enorme deficiência nas largadas. É preciso trabalhar bem mais.

Na velocidade das arrancadas nunca me dei bem, nunca gostei.
Gosto de percursos longos, teste dos pulmões, de fôlego.
Nunca fui fã das competições exatamente por isso. Porque tinha de correr atrás do prejuízo.
O que perdia na largada, recuperava no ritmo, no percurso.
Mas quando estes eram de “tiro” curto, acabava em desvantagem. Sem tempo de recuperação.

Competi uma única vez, aos 16 anos, onde fiquei em segundo lugar.
Depois disso, fugi de todas. Porque desde lá, percebi que não tinha muita paciência para trabalhar a minha velocidade. Meu objetivo era aprender a nadar. E nadar bem.
E sempre fui protegida pela harmonia do meu coração. Procurando a mesma freqüência e sintonia: eu e a água.

Até mesmo com colegas, independente do sexo, não entro em disputa.
Mas, internamente me esforço bem mais quando percebo alguém na raia ao lado nadando o mesmo estilo.
É um pouco de combustível ao motorzinho aqui, uma espécie de incentivo particular.
Minha maneira individual de competir.

Mas, apesar de não ser de competir, carrego comigo o espírito das disputas nas raias.
É engraçado porque tenho muita disciplina nadando. Ao mesmo tempo, me cobro muito, testo meu limite, exigindo meu melhor, sempre.
Nos treinos e em casa, onde anoto meu desempenho todos os dias.
Analiso rendimento e estabeleço meta para o próximo dia.
Dessas coisas que um dia ainda farão minha razão se enlouquecer toda para conseguir responder.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...