quinta-feira, 22 de março de 2012

Cartas Extraviadas e Outros Poemas...

" Saudade eu tenho do que não nos coube
Lamento apenas o desconhecimento
Daquilo que não deu tempo de repartir
Você não saboreou meu suor,
eu não lhe provei as lágrimas
É no líquido que somos desvendados
No gosto das coisas o amor se reconhece
O meu pior e o meu melhor, e os seus
ficaram sem ser apresentados."


“Nunca mais é a expressão que durará pra sempre
Entre nós a ausência, a surdez, a cegueira, nada, silêncio, nem um eco ou assovio
Mata-se o amor no frio.”


“A partir de amanhã não corro mais para atender o telefone
a caixa de fotos vou colocar na última prateleira do armário
onde só alcançarei com muito esforço e escada
a partir de amanhã não abro mais o correio eletrônico
nem vôo até a sua letra no alfabeto, não haverá encontro
não passarei mais pela sua rua a partir de amanhã
nem na vizinhança, atalharei por outro bairro
não há necessidade e meu coração não é de confiança
a partir de amanhã interrompo o surto e esqueço a placa do seu carro
não há perigo de eu sonhar com você, a partir de amanhã
não durmo mais, e as músicas que eu escutava, evitarei
já não te velarei, a partir de amanhã saio do luto”

(Martha Medeiros – Cartas Extraviadas e outros poemas)

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