sábado, 11 de fevereiro de 2012

Não canse quem te quer bem


O título deste post é o mesmo de um texto de minha musa, Martha Medeiros, há cerca de dois meses (não tenho certeza) na coluna de domingo na ZH.

E é justamente sobre parte dele que irei comentar.




De cara, quando li apenas o título, pensei logo em se tratar de algo relacionado ou associado à espera.
Alguém já cansado de esperar por notícias ou por algum tipo de retorno de uma outra pessoa de quem gostava ou queria muito bem. Ou seja, de certa forma, o título vinha a ser um pedido para que, exatamente por ter este sentimento, que esta pessoa desse algum sinal de fumaça, alguma resposta antes que o cansaço da espera surgisse. Poderia ser não?

Não era. Ao ler todo o texto, percebi que se tratava de algo completamente diferente do que havia imaginado.
E o que aconteceu?
São as tais frases que lemos de forma crua, e a interpretamos da maneira que bem quisermos. No entanto, elas podem ter significados completamente diferentes de uma pessoa para outra ou até mesmo para a mesma pessoa, dependendo da maneira como se lê, do dia em que a lemos, do estado emocional em que nos encontramos naquele momento em que nos deparamos com ela ou até mesmo na quantidade de vezes que lemos a tal frase.

Não é exatamente este o caso, até porque o texto por si só já explica o significado da frase logo no seu início. Mas, se colocássemos apenas a frase, pura e simples, daríamos margem a infinitas interpretações. Certo?

Eu adorei a frase, assim como o texto todo e, confesso que a partir da leitura dele, passei a pensar muito e também agir sobre algumas questões.

Acho que é por isso que gosto tanto do que Martha Medeiros escreve. Sempre me faz parar e pensar muito sobre tudo, reler infinitas vezes a mesma crônica para tentar captar exatamente o que ela vem a dizer e onde se encaixa na minha maneira de pensar ou agir.

O texto em resumo fala sobre uma frase de Camila Morgado (atriz) em um programa do GNT chamado “Saia Justa”. Ela explica a frase como algo que temos a mania de fazer: cansar as pessoas com nossas lamúrias, nossas tristezas, nossos desabafos. E, por isto ela diz: Não canse quem te quer bem.

E concordo. Ela tem toda razão.
Na maioria das vezes encontramos nossos amigos e quando nos perguntam como estamos, mesmo que nossa resposta seja um “tudo bem”, logo em seguida já despejamos aquela nuvenzinha que ronda por nossa cabeça.

Devemos pensar sobre isso.
Se tanto gostamos de determinadas pessoas ou nossos amigos, devemos poupá-los deste tipo de coisa, e simplesmente aproveitar a companhia deles para nos divertir, rir e melhorarmos como pessoas.

Aproveitar este tempo com eles para trazer à tona aquilo que nos move e nos emociona, sem necessariamente ser algo triste, melancólico ou depressivo.

Vamos parar com essa mania que temos de “alugar” aqueles que amamos com nossas lamentações, lágrimas e tudo o que nos carrega para baixo, que nos entristece.
Chega de cansar nossos amigos, cansar quem nos quer bem.
E, principalmente, chega de cansar aos que queremos muito bem também, de quem gostamos.

Tudo bem. Sei que na teoria tudo é muito simples (parece, pelo menos) e que na prática as coisas não funcionam exatamente desta forma. Ou como diria minha musa, “é mais fácil ser bem resolvida em textos, com edição”. E é verdade. Escrever é algo tão mais simples. Não há testemunhas, nem mesmo álibi. Estamos todos bem, aos olhos de quem lê.
Ninguém sabe de verdade o que se passa com a gente enquanto escrevemos determinadas coisas e, tão pouco, podem saber se aquela é mesmo nossa opinião.
Não há o ‘olho no olho’ para se ter esta certeza, afinal.

É claro que às vezes estamos tristes, nublados e que um contato humano ajuda a relaxar e arejar as idéias. Mas isto não quer dizer que precisamos encher a paciência daquele que nos ofereceu abrigo, colo e um imenso buquê de carinhos.

Há momentos em que estamos mais quietos, mais com a gente mesmo, que precisamos chorar baixinho, ficar em silêncio.
Momentos estes que geralmente nos puxam para dentro de nós mesmos e, da mesma forma, podemos nos enxergar mais nitidamente.
Então por que ter medo desta solidão por vezes tão necessária?
Por que escolher cansar quem queremos tão bem com nossas tristezas?

É disso que to falando.
E é exatamente isto que me sacudiu neste texto e que me fez parar para pensar.

Chega de cansar quem me quer tão bem.
Quem se preocupa de fato comigo.

Dependendo da dor que a gente estiver carregando no peito, às vezes é melhor optar por nossa própria companhia, sem cansar ninguém mais.
A pessoa aqui fez esta opção.

;)

Um comentário:

  1. Mas se quem amamos (e nos ama) não pode ser o nosso ombro amigo, vamos chorar no ombro de quem não amamos?

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