terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pauta da Semana

Hoje não vou falar só por falar, tão pouco ouvir só por ouvir.
Hoje escrevo a pauta da nossa reunião semanal mais especial e importante até então. Assim, feita no improviso, sem seguir roteiro algum, apenas deixando a conversa acontecer naturalmente. Sem pressa, sem antecipar minhas palavras.



O meu tempo de dizer é outro. Mas ele vem.

Errei meses atrás, ferindo com palavras duras e inapropriadas a pessoa mais generosa e de gestos mais doces que conheci este ano.
E, por razões óbvias de hierarquia e respeito, falhei. Absurda e inadmissivelmente, falhei. Não passei a limpo algumas lições de casa e permiti que o tempo nublado em meu rosto me impedisse de sintonizar a freqüência do que realmente importava. Justamente com quem mais acreditou e apostou em mim.

Mas a vida nos abrilhanta com situações de aprendizado, sempre. E, afinal de contas, o que realmente nos move e emociona de fato? Eis a pergunta que martelou meu peito durante dias, meses. E doía tantas vezes mais ela se fazia presente. Porque tinha a resposta imediata aqui dentro: meu trabalho. Eis a verdadeira razão de minha felicidade. Minha prioridade, meu foco principal.



E a dor vinha com a força dos olhos de inverno. Tristes, solitários, amiúdes. Mas carregando junto de si toda a sinceridade do mundo e também a certeza de que era preciso tentar CONSERTAR.
Verbo cruel este, o de “consertar”, voltar atrás, rever, reavaliar, me ajoelhar, se preciso fosse, mas trazer a linha de volta. A linha do equilíbrio, de se fazer o certo, feito um passeio que se faz junto, perto, na mesma sintonia.



Buscar retomar a confiança e carinho que a gente recebe, mesmo nas temporadas mais difíceis, de quem se recusa a desistir da gente. Era preciso fazer algo. E então, fiz.
Hoje, 11 de dezembro de 2012, curvei meu coração em reverência. Respeitei meu tempo de admitir e assimilar o erro e, com toda calma e cuidado do mundo, pude fazer o mais sincero pedido de desculpas de minha vida.



Era o que faltava para me devolver a paz, para tentar corrigir a injustiça feita e que, durante certo tempo, camuflou de tristeza e arrependimento o meu riso mais gostoso. Aqui, por dentro também havia me deixado ferir imensamente.
A gente sabe que não há como mudar ninguém, que as mudanças que esperamos, só podemos promover exclusivamente na nossa própria vida.
Que isso é o que traz o verdadeiro crescimento. E meu desejo sempre foi ir de encontro ao amadurecimento. Rumo à vontade bonita, toda minha, de aprender mais, de evoluir.



Mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar. Este ano, em especial, dei um salto e tanto na minha maneira de ver a vida, nas minhas escolhas e reorganização de minhas prioridades. Sei que há muito ainda a aprender, a corrigir, melhorar, mas a vida é um constante aprendizado e, devagarzinho, vamos indo.
Aprendi a ser mais maleável, mais tolerante, mais flexível, bem mais paciente também. E aprendi isso no trabalho, com as pessoas que hoje me cercam.

Em todas aquelas dificuldades surgidas e que, juntos modificamos. Pela leveza reinventada e transformada ao longo do caminho, por poder contar em qualquer tempo com quem tem o dom de ouvir além dos olhos. Algo que jamais presenciei por todos os lugares que passei.


Aquele cuidado espontâneo com os outros, tão raro de se encontrar por aí. De quem, sem muito esforço, capta com exatidão toda a textura do sentimento alheio. E se importa muito com isso.

A tal sensibilidade que tanto me define e me caracteriza me fez perceber a tempo algumas sutilezas dos pequenos gestos, sorrisos e atitudes.
Tudo aquilo que me torna mais singular dentre todos os meus “infinitos e rotineiros plurais” e que, por vezes, me deixa tão previsível, por incrível que pareça, foi exatamente o me trouxe de volta, junto ao espelho da minha alma. O que me fez enxergar nitidamente tudo o que até então me incomodava, que precisava ser revisto com mais carinho, mais atenção.

A tempo de poder me desculpar diante de quem sempre teve um jeito de ouvir muito além dos olhos, de ver além dos ouvidos. De quem tem a espontaneidade do “sorriso no olhar”, que nos inspira e nos estimula a vestirmos a camiseta, pegar junto, abraçar a idéia, de sorrir sempre, de se estar feliz fazendo aquilo que se ama, de ir de encontro ao nosso objetivo principal, de se fazer sempre o melhor, de não desistir, de acreditar na qualidade ideal, na possibilidade dos 100%.



Fiz o que precisava ser feito. Fiz de todo o coração.
Por toda inocência que existe nesse seu coração bonito, pelo brilho bom que seus olhos dizem e que eu tanto admiro: Meu mais sincero agradecimento.




Responsável pela pauta: Nádia Baldi

Um comentário:

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...