quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Anavitória

Encantada com a musicalidade dessas meninas.
Timbres tão diferentes e que combinam tanto!
Que lindas! ♥♥♥


♪ Ah, eu só quero o leve da vida pra te levar
E o tempo para, ah
É a sorte de levar a hora pra passear...
Pra cá e pra lá, pra lá e pra cá
Quando aqui tu tá ♪

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Somos todos Chape

Eu que havia prometido a mim mesma tão cedo não escrever mais sobre futebol, estou aqui uma vez mais falando sobre este assunto que tanto sou apaixonada, que tanto mexe e me emociona profundamente. Há alguns dias, abrindo parênteses na minha pausa, escrevi sobre o Grêmio de Renato e a nossa final da Copa do Brasil. Hoje a embalagem não contém expectativas, tão pouco alegria alguma entre uma linha e outra deste texto. 

Está sendo muito difícil escrever qualquer coisa sobre esta semana tão absurda e cruel que tivemos. Mas é preciso. É uma válvula de escape que tenho e necessito. Feito puxar o ar bem fundo ao se respirar quando a voz embarga. Para tentar desfazer os nós que ficam presos pelas lágrimas que escorrem pela garganta.

Fui acordada bem cedo ainda da manhã do dia 29/11, através do Whats da minha sempre e eterna fiel escudeira do mundo futebolístico, Dani. Na mensagem ela me contava a triste notícia. O avião onde estava toda equipe da Chapecoense havia caído na Colômbia.
Não acreditei. Parecia que era um pesadelo. Não era possível. 

Liguei rádio e televisão, tudo ao mesmo tempo a fim de obter maiores informações sobre aquela tragédia gigantesca que acontecera. E meus olhos quase não conseguiam conceber o que viam. Fiquei em choque. E não demorou muito para que eu também me emocionasse com tudo que ouvia e assistia. Uma dor sem fim também me acometeu.

Chorei todos os dias desde então. A cada reportagem sobre o ocorrido, a cada matéria de homenagem a Chapecoense ou às vítimas que perderam a vida naquele desastre. Um torcedor da Chape, com a voz embargada ao falar que eles "perderam tudo e terão de começar do zero". E é fato: A Chapecoense recomeça literalmente do zero. Perderam 19 jogadores. 
É praticamente dois times de futebol, além de toda sua comissão técnica, do presidente ao técnico do clube. É realmente muita coisa. E enquanto escrevo aqui, meus olhos marejam constantemente também.

Difícil não se emocionar. Impossível não chorar junto diante da linda carta de Isabela Fernandez, esposa de Giovani Klein, jornalista que também morreu no avião da Chapecoense.

"A Arena do teu Grêmio tá verde... e a final da Copa do Brasil foi transferida pra dar tempo de tu te acomodar bem por aí na tua nova casa e assistir a conquista de um título tricolor como há anos tu esperavas"

A comovente Dona Alaíde, mãe do goleiro Danilo, confortando o repórter que a entrevistava quando este, desmoronou diante da pergunta surpresa dela: "Como vocês da imprensa estão se sentindo?" E num abraço cercado de bondade e cuidado com o próximo ela o acolheu em sua tristeza. Entre as vítimas, haviam também jornalistas da RBS, Fox, SPortv e Globo.

Não está sendo nada fácil. Durante toda esta semana não há cor, camisa ou clube. Somos todos Chapecoense. Na quarta, dia 30/11 (que seria a final da Copa do Brasil), entre um assunto e outro, confessei à Fernanda - minha parceira das caminhadas diárias da Osvaldo até a rótula da Carlos Gomes - que aquilo tudo havia mexido demais comigo. 

Por diversos momentos imaginei que pudesse ser o Grêmio de Renato ali, e pude me colocar no lugar daqueles torcedores, daquelas famílias todas, de jogadores, comissão técnica e também jornalistas, dos amigos de todos que estavam naquele maldito vôo - que posteriormente soubemos que foi um grande equívoco. Que deveria ter sido interrompido e jamais deveria ter acontecido daquela forma tão irresponsável. Tudo por conta da ganância do homem em não pensar além do seu próprio umbigo, em buscar levar vantagem sempre. 
Lamentável.

A mim foi um dia muito dificil. Nada substitui a perda. Nada ameniza tamanha dor. 
As dores apenas se confortam. Eu que sou tão apaixonada por futebol, ainda tô digerindo, aos pouquinhos...

Impossível também conter as lágrimas na noite do dia 30/11 - que também seria a primeira noite da final da Copa Sulamericana e a Chape era finalista diante do Atlético Nacional de Medelin -  este lindo time colombiano que nos ensinou a verdadeira grandiosidade de um clube.
Exemplo não só de solidariedade, mas principalmente, humanidade. 

No horário em que seria a partida, o momento mais emocionante daquela noite simplesmente mágica: Torcedores do Atlético Nacional, vestidos de branco foram até o estádio Atanasio Girardot. Uma torcida incrível, abrindo mão do seu tempo tão somente para homenagear um clube até então desconhecido de muitos, que seria seu adversário naquela noite e virou a partir de então, um coirmão. Virou para esta torcida e também para muitas outras torcidas do mundo inteiro, seu segundo clube do coração. 

Mais de 52 mil pessoas presentes dentro do estádio, e uma infinidade de gente ainda maior do lado de fora, com velas e flores numa atmosfera de generosidade sem tamanho, que atingiu a todos nós, sem exceção. Apaixonados por futebol ou não. Um evento de uma magnitude espetacular, capaz de nos fazer parar para repensar a vida, colocar nossos maiores valores em dúvida, questionarmos a verdadeira postura nas disputas esportivas. 

O nosso lado mais humano estava sendo exposto. E isso tudo vai muito além de futebol. 
Sem dúvida, foi uma noite de muita pureza em Medelin. Era a Colômbia nos ensinando sobre AMOR. 

O Atlético Nacional de Medelin, tem minha torcida mais fanática no Mundial de Clubes deste ano e para sempre.
Depois do Grêmio, é meu segundo time. Assim como a Chape, meu terceiro a partir de hoje. 

"Que lo escuchen
en todo el continente
Siempre recordaremos
Campeon al Chapecoense"

cantavam os torcedores do Atlético Nacional no estádio.

Que torcida, senhores! QUE torcida!!!

Em sua página na internet está escrito:

"A chapecoense veio para Medelin com um sonho e voltou como uma lenda"

QUE clube fantástico este de Medelin!!

No sábado 3/12, nem mesmo o céu se conteve e chorou torrencialmente em Chapecó. Lágrimas disfarçadas de chuva para lavar a alma e acalentar o coração de cada um. Num misto de silêncio profundo diante da dor e tristeza, intercalado entre palmas de reverência aos heróis que chegavam para serem velados na Arena Condá, em Chapecó/SC.

Que todos que se foram neste triste e estúpido acidente, estejam em paz diante de Deus e encontrem a luz para guiar seus caminhos neste novo plano, nesta nova morada. E que esta corrente forte de generosidade, amor e carinho, possa confortar o coração de todos os que perderam familiares, colegas e amigos. Que eles encontrem a força necessária para poder encontrar esperança e seguir adiante em suas vidas. Que todos nós aprendamos um pouco mais com a Colômbia que transbordou de amor nestes últimos dias e nos mostrou que o mundo pode ser melhor.

#SomosTodosChape
💙💙💙

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Sobre daqui a 4 dias...

Relutei em escrever qualquer coisa que fosse sobre a final da Copa do Brasil deste ano.
Aliás, desde a primeira despedida de Renato do Grêmio, aos prantos, naquele fatídico 30/06, decidi que não mais escreveria sobre futebol. Aí veio a inauguração da Arena e meu amor por André Lima falou mais alto e abri uma exceção. Desde então, não mais escrevi textos sobre esporte.

Entretanto, estando nestes últimos TRINTA dias (agora apenas QUATRO) que antecederam a final de um campeonato onde o Grêmio é finalista, fui acometida por uma sensação e emoção tão forte, de maneira tão visceral, tão à flor da pele em termos futebolísticos, que resolvi colocar um pouco 'para fora' todo este sentimento.

E eis eu aqui novamente. Na verdade queria ter escrito antes da primeira partida da final da Copa do Brasil, no último dia 23. Mas, faltou-me coragem e também um bocado de sangue frio para poder transpor minha opinião sem me contagiar pela emoção, sem me verter em lágrimas, sem me contagiar profundamente por toda esta mística tão envolvente do futebol na minha vida.

No último dia 23, antes da primeira partida da final, confessei a uma amiga (enquanto fazíamos nossa caminhada diária) que imaginava um Grêmio muito bem preparado para esta final, muito embora, cogitasse no máximo um empate diante do Atlético Mineiro, que jogava em seu estádio lotado e diante de uma torcida apaixonada, além de contar com um time muito qualificado (com Robinho, Pratto, etc).

Próximo da hora do jogo, conforme combinado com minha gêmea, fui a seu encontro para assistirmos ao jogo juntas (ainda que a casa fosse de um colorado doente feito papi).
E, para minha surpresa, logo nos primeiros minutos do jogo, o Grêmio dava claros indícios de que estava lá para fazer uma partida digna de uma final, com muita bravura e disputa até o fim. Renato e seus comandados, ao final do primeiro tempo, contabilizavam inúmeras chances de gol perdidas. Aquele 1x0 a favor dos visitantes havia ficado muito barato ao Atlético Mineiro.
O Grêmio simplesmente passeou no Mineirão. Só não ampliou o marcador nos primeiros 45 minutos pelo baixo aproveitamento nas finalizações do próprio Grêmio e também pela intervenção do excelente goleiro Victor (ex Grêmio e atualmente defendendo as cores do Atlético).

Mas o Grêmio tem Renato na casamata. O "cara" que sabe e entende a linguagem dos 'boleiros'. Que não só aproveitou a qualidade como aperfeiçoou o trabalho do técnico anterior - e também gremista, Roger. Renato veio, pela terceira vez como técnico do Grêmio, para levantar não somente o time, como para sagrar-se pela primeira vez, campeão comandando seu time do coração. Está escrito, senhores - Acreditem! E a Goethe será muito pequena para esta festa monumental!!! 💙💙💙

Renato assumiu o Grêmio diante do Atlético PR (do meu queridinho André Lima), nas quartas de final da Copa do Brasil. Havíamos vencido a partida de ida por 1x0 em Curitiba/PR. Entretanto, havia a partida de volta, na Arena, então sob novo comando, sob muita desconfiança da torcida que no jogo anterior, pelo campeonato brasileiro, havia levado uma surra da Ponte Preta (3x0 - e motivo da queda do até então técnico Roger)... Mas, era a estréia de Renato "o cara" e com ele toda mística e muito amor à camisa envolvido. Renato trazia a sua estrela mais particular: o AMOR ao Grêmio. E carregava toda torcida de volta à Arena.

Não que Roger não tenha amor ao Grêmio. Mas o perfil dele é muito diferente. Acredito que Roger tenha feito um excelente trabalho no Grêmio, muito embora já não tivesse mais voz de comando no vestiário, já não conseguisse tirar dos seus jogadores o máximo empenho, já não motivava o grupo a buscar aquele algo a mais de cada um, aquele ímpeto além daquilo do dia a dia. Não se enxergava no elenco do Grêmio vontade de vencer, brilho nos olhos a cada etapa ultrapassada, a cada vitória suada. Não se via entrega, raça, vontade e muito menos amor ao clube por parte dos jogadores.


A mim, pelo menos, incontáveis vezes durante este tempo me peguei lamentando não ter André Lima neste elenco. Mesmo tendo plena ciência da limitação da sua qualidade técnica, sempre encontrei nele a disciplina, dedicação e raça nos jogos do Grêmio. Vontade de superar, de brigar até o fim, de não ter bola perdida até o apito final e isso já não se via no time de Roger.

Sempre soube da qualidade de Douglas, de quem sou admiradora incontestável da sua habilidade e de toda genialidade de seu futebol. Entretanto, aquele Douglas que vi jogar, ainda na primeira passagem de Renato como técnico, já não surgia mais pelas bandas da Arena. Era apenas mais um jogador no elenco, com raros lampejos de toda sua genialidade. Mas aí, com Renato, ele ressurgiu. Virou o 'doga-10', nosso 'maestro pifador'. O melhor camisa 10 deste ano de 2016 no futebol brasileiro da atualidade. Ainda que com seus cabelos grisalhos e não mais com o fôlego de um 'guri', é incansável dentro de campo. Brigador, marcador, sem falar na genialidade absurda deste magnífico cérebro do meio campo do Grêmio.


Geromel, ahhhh Geromel, o monstro de zagueiro que o Grêmio possui - era uma andorinha fazendo verão na época de Roger. Procurando incansavelmente o parceiro ideal para aniquilar de vez o fantasma "da bola aérea na área do Grêmio". E foram inúmeras vezes esse filme de terror e o Grêmio acumulando derrotas ou cedendo empates por conta desta falha defensiva. Bressan, Fred, Kadu passaram por lá. E aí, com Renato, a oportunidade do argentino Kanneman, prevaleceu. Bem ao estilo Dinho de ser (kkkk) tornou-se, ao lado de Geromel, a consistência que faltava à zaga gremista. Aí Geromel virou GeroDeus, GeroMito, a muralha da zaga tricolor. Aquele que, feito um ponteiro direito, fez a jogada do terceiro gol diante do Atlético MG na última quarta.


Maicon, nosso capitão, simplesmente inexistia no meio campo, parecia perdido. Era constantemente questionada sua braçadeira de capitão. Neste jogo da primeira final, contra o Atlético MG, foi simplesmente GIGANTE! Foi dele o passe para o primeiro gol, inclusive. Maicon passou a ser voz ativa no vestiário, então começou a fazer jus à braçadeira e toda confiança atribuída a ele. Se tornou 'o capitão'. E, se confirmado nosso Penta, na próxima quarta, dia 30/11, erguerá a nossa tão esperada Taça, depois de 15 anos de espera.


Ramiro... Meu Deus... Quem era este rapaz antes de Renato? O execrado que colecionava erros de passe a meio metro de distância. E, no entanto, diante do Palmeiras, e sua estréia com Renato na Arena, marcou um golaço, abrindo o marcador e a vantagem na semifinal contra o atual líder e possível campeão deste ano do Campeonato Brasileiro. Nunca mais deixou a titularidade neste time de Renato. Substituiu Giuliano (vendido no meio do ano) não na qualidade, mas na volúpia e empenho dentro de campo. Tem a titularidade merecida hoje.


E Marcelo Oliveira então? Está para nascer quem não o vaiou este ano. Tamanha desigualdade técnica apresentada por este que é nosso atual lateral esquerdo desde sempre. Lembro que na época de Roger ele era constantemente vaiado antes, durante e após todos os jogos. E muito contestada sua titularidade tão absoluta por Roger. Hoje ele é a principal voz do vestiário do Grêmio. E mostrou em campo toda sua vontade de vencer, de brigar pela última bola, seu empenho absurdo em marcar, em proteger a sua zaga. Compensou a qualidade com imensa garra. Renato literalmente fez ressurgir este cara.


Luan - nosso camisa 7 também já foi chamado até de 'pipoqueiro', tamanha falta de comprometimento que demonstrava com o clube. Mas, sempre foi dotado de uma grande qualidade técnica, muito embora, por infinitas vezes, mais parecia querer provar o contrário. Eu mesma questionei infinitas vezes o Luan. Me irritava sua passividade e chute fraco quando tinha oportunidade diante do goleiro adversário. Cheguei a comentar por várias vezes que ele tinha muito mais tatuagens do que futebol no corpo. Hoje ele desfila sua habilidade diante dos nossos olhos com gols fantásticos, toda sua genialidade vibrando em campo.


Walace, o volante de seleção que, por inúmeras vezes foi tão displicente e infantil no time do Grêmio, hoje é a armadura ao lado de Maicon, da defesa gremista. O protetor da zaga. O último homem, como alguns chamam.


O próprio Marcelo Grohe falhou diversas vezes durante este tempo todo, inclusive na noite da reestreia de Renato, diante do Atlético PR pela Copa do Brasil. Grêmio 0 x 1 Atlético PR, com gol do meu queridinho André Lima. Mas, quis o destino diante da estrela de Renato, que nas cobranças de pênaltis, Marcelo se redimisse da sua falha e sagrasse o herói ao final da noite. E, com isso, o Grêmio fosse classificado às semifinais da Copa do Brasil.

A partir daí, veio de vez toda estrela de Renato e sua mística diante do torcedor. Renato desta vez não vinha sozinho, trazia consigo o grande campeão do Mundial de 83 e então seu técnico, Valdir Espinosa. Que até hoje o trata como um filho.

Há anos constatei que sou muito mais Portaluppiana que gremista. Senti na pele isso. Chorei feito criança em sua primeira despedida como treinador do Grêmio e de lá pra cá, me desassociei do Grêmio. Abandonei por completo. Mas, a cada reestréia sua, retornava também. E este ano não foi diferente. Estava lá na Arena na sua estréia (e também para prestigiar André Lima kkkk).

E, desde então, apenas o admiro ainda mais. Como ídolo eterno e agora como treinador do Grêmio.

O maior mérito do Renato deste ano no time gremista foi diagnosticar e aprimorar todo trabalho de Roger, até então técnico anterior. Na verdade, sua responsabilidade vai muito além disso. Renato teve a humildade de dar continuidade ao belíssimo trabalho feito por Roger, reconhecendo que o mesmo não poderia ser destruído. Além disso, Renato injetou uma boa dose de ânimo ao time até então apático de Roger. E, por isto, tem todo mérito de enfim, após duas tentativas como técnico, sagrar-se Campeão com o seu clube do coração. 💙💙💙

#QueremosACopa
#RumoAoPenta
#RenatoMito
#GeromelMonstro
#Descontroleeee
#MaestroPifador
#Doga10




sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Né?

"Talvez a gente se esbarre
e se conheça de novo
com o olhar mais maduro
e o coração mais decidido"

;-)

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Lia ♥

Minha preciosidade, 
chegou teu dia. O dia em que fecho os meus olhos e vejo aquele pianinho de brinquedo com todas as suas teclas carregadas de carinho me acolhendo desde a infância. E posso sentir a doce e suave melodia de todo teu amor. Gigante e tão terno que carrega contigo, pois não sabe ser outra coisa senão amor. E eu não poderia encontrar outra maneira de retribuir, senão te amando também. Soaria até injusto qualquer outro tipo de sentimento menor, quando se trata de ti, Liamara Martins! De tão linda e generosa, fez até cópias: Duda e Fran, que ao teu lado acariciam minha alma e me cobrem de afeto e cuidados. Que mais posso eu querer? 
Minha segunda mãe, minha primeira prima... Parabéns pelo teu dia! 
Que o “carinha lá de cima” te cubra de bênçãos e ternura, pois mereces. Agradeço todos os dias pela riqueza de tê-la tão presente em minha vida. 
Te amo! Te amo! Te amo!   
“Carpe Diem”
 ♥


“Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?”


sábado, 10 de setembro de 2016

Único jeito de esquecer alguém

Você não esquece virando as costas. 
Você não esquece fugindo. Você não esquece ninguém evitando encontros. 
Você não esquece apagando as fotos e excluindo os telefones. 
Você não esquece jogando fora os pertences. Você não esquece cortando o cabelo e os hábitos. Você não esquece trocando de personalidade e de emprego. 
Você não esquece mudando o percurso dentro da cidade, você não esquece nem mudando de país.

Você não esquece ninguém ao longe, distante, sem contato nenhum.

Você não esquece parando de pensar e de escrever. 
Você não esquece com paixões ou acumulando casos. 
Você não esquece desprezando conselhos. 
Você não esquece off-line. 
Você não esquece trocando a carência da saudade pela prepotência da mentira. 
Você não esquece omitindo nomes e recortando histórias. 
Você não esquece passando por cima da realidade e atropelando fatos. 
Você não esquece destilando ódio e rancor. 
Você não esquece arquitetando vingança e planejando respostas de conversas passadas. 
Você não esquece contando os dias de abstinência. 
Você não esquece fingindo desinteresse. 
Você não esquece dando de ombros, limpando os ombros, beijando os ombros. 
Você não esquece tomando ansiolítico e antidepressivo. 
Você não esquece fazendo greve de fome e de prazer. 
Você não esquece abandonando os amigos. 
Você não esquece forçando amizades. 
Você não esquece adotando outras religiões.

A culpa não ajuda a esquecer. 
A maldade não ajuda a esquecer. 
A indiferença não ajuda a esquecer.

O único e verdadeiro jeito de esquecer é vendo de novo e não sentindo mais nada.

Fabrício Carpinejar

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Orgulho da Dinda ♥

E então domingo último, minha afilhada me avisa sobre seu espetáculo de dança. 
Ela e suas colegas do Núcleo de Arte e Dança participariam neste mês do Festival Internacional de Dança - Copa Internacional de Dança Aeróbica (Vem Dançar Sudamerica). 
Sabia que seria em setembro, apenas ela ainda não havia me dito o dia certinho. 
O festival acontece de 06/09 a 11/09 no Clube do Professor Gaúcho, aqui em Porto Alegre.

Eis que a participação dela seria justamente na quinta, dia 08/09. Imaginei que fosse em um final de semana, por exemplo, o que não aconteceu. Lamentei por ser exatamente a noite de prestigiar o aniversário de uma amiga muito querida aqui da Uniodonto. 
Fiz uma correria para poder me dividir em duas nesta quinta, porém, devido ao grande atraso nas apresentações, não consegui. :/

Fiquei com dois corações nesta quinta. Queria muito ir ao aniversário da Fê, apesar de não ser tão adepta de pizza (e a comemoração seria em uma pizzaria). Para poder compartilhar daquela alegria com ela. Infelizmente não deu. E tive de escolher entre os dois eventos da noite. Cada escolha uma renúncia, afinal. 

Às vezes, nossa vontade maior tem de ficar em segundo plano. Que bom! 
Porque me sentiria infinitamente culpada se minha opção fosse outra. Sei o quanto represento pra Érica e que ela conta comigo. Apesar de também não ser muito fã de dança, não a decepcionaria.
E foi lindo! Só a emoção de vê-la dançar e percebê-la feliz já valeram muito à pena. Apesar de extremamente cansativa toda função (saímos por volta das 23h de lá), foi muito gratificante.

Mas aí hoje veio a recompensa. Meu coração quase saltou pela boca quando vi a postagem sobre os resultados de ontem.. Alegria e orgulho imenso desta minha pequena e linda "bailarina de caixinha de música". As meninas tiraram o 3º lugar Trio estilo livre do Festival. E Joana, uma das meninas, ficou em 2º lugar no solo Juvenil!!!! \o/ \o/

A felicidade hoje transborda do peito! Parabéns às meninas e também à prof. Teté Furtado!
Orgulho da Dinda! ♥


Núcleo de Arte e Dança!!! Trio Duda CunhaÉrica Lopes e Joana Rocha Cantarutti.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

De luto. Na luta.


31 de agosto de 2016, o dia da vergonha. Vergonha de ser brasileira.
O dia em que 61 senadores, em sua maioria, investigados e processados, corruptos, réus, jogaram no lixo o meu voto, assim como de outros 54 milhões de brasileiros.

Hoje silencio ainda mais, com a voz embargada e o coração aos pulos pelo dia todo em que fiquei acompanhando esta tristeza toda. Meu corpo todo dói, e dói no fundo da alma. 
A Constituição que foi rasgada diante dos nossos olhos. Vejo um retrocesso se aproximar. 
Com a extinção de muitos direitos e também a volta de tempos nublados.

Hoje não tenho força nem para ficar triste. Aqui dentro bate uma decepção tão grande por todo este coronelismo que impera atualmente no Brasil. Por perceber que somos sim ainda um povo muito preconceituoso e machista. 

Uma verdadeira injustiça. Mas como falar em justiça hoje em dia não é mesmo? Um Congresso Nacional que boicotou desde sempre este governo. Como entender que destituíram do cargo alguém pelos seus acertos e não por seus erros?

Nunca fui de ficar em cima do muro, sempre tomei partido, manifestei minha opinião e hoje não seria diferente. O que me conforta é saber que estou do lado certo da história.
Que diante deste crime contra a democracia, há uma mulher guerreira que não fugiu da luta, não se curvou diante dos seus algozes. Muito pelo contrário, os encarou nos olhos. Provou a todos que é melhor cair do que morrer de joelhos. E sai ainda mais forte de todo este turbilhão.

Que meu silêncio de hoje possa me trazer ainda alguma alegria. Que meu silêncio arranque toda possível mágoa que encobre meu riso. 

Hoje não sei nem bem o que dizer. Apenas peço que não faltem flores para devolver beleza e esperança ao meu coração.

De luto pela democracia. Na luta!

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Dedicação e paciência


No último 29 de agosto, passados quinze dias de tratamento à base de antibióticos contra a sinusite, voltei à Puc. Mais um recomeço. 

Nadar tem dessas coisas. Uma vez que a gente se afasta das águas, todo o trabalho de condicionamento e treinamento feitos até então, vão-se embora.

Dobra-se a paciência por mais um retorno devagar, a passos lentos. Reaprendendo a respirar nos intervalos, readquirindo fôlego, aquecendo os brônquios, ajudando os pulmões a voltar ao seu treino normal no longo prazo.

Sem dúvida esta é a parte mais chata de todo processo. Passado todo período em aceitar o afastamento em prol da saúde, vem o segundo passo: o assimilar que durante este tempo “off”, perdeu-se sobretudo a elasticidade e o volume dos pulmões.

É tudo do zero novamente. O recomeço de todo um trabalho respiratório na água, de fortalecimento da musculatura torácica e também cardíaca. Literalmente, um dia de cada vez.

É o compreender também que as planilhas anteriormente anotadas das práticas de exercícios, juntamente com as metas propostas para o ano (mania da pessoa aqui rsrs) serão apenas utilizadas para fins de comparação, nada mais.

É tudo novo, de novo. Todo trabalho de ampliar o fôlego e resistência passam a ser também um processo bacana pois há a possiblidade de se aperfeiçoar melhor a técnica do nado. O que se perde em termos de focar apenas em atividades mais aeróbicas, buscando resistência e preparo físico, ganha-se em termos de qualidade do nado.

Então, bora lá... Nados de crawl e costas apenas, até poder ter condições de voltar com tudo acrescentando velocidade e força nos nados de peito e borboleta também.

Enfim. Algumas semanas ainda de muita dedicação e paciência. Faz parte. ;-)

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Apaixone-se por alguém que adore a sua companhia

Outro dia li uma frase que dizia mais ou menos assim: “Não trate como prioridade quem só te trata como opção”, e fiquei pensando nos amores rasos que de vez em quando vejo por aí.

Tenho visto muita relação desigual, e por mais que um dos lados viva de esperanças, na expectativa infantil de que tudo pode mudar num piscar de olhos, é preciso enxergar os fatos como eles são.

Já ouvi muito a história: “A gente não escolhe quem vai amar”, mas será que é isso mesmo? Será que não podemos escolher o que fazer de nós mesmos quando estamos amando?

Nem sempre o coração está certo, e podemos entrar numa “canoa furada” pela simples dificuldade de sermos amorosos com nós mesmos.

Amor nenhum deveria doer. Amor nenhum deveria impor angústia e sofrimento. Amor nenhum deveria fazer você duvidar se o outro sente amor e alegria na sua companhia.

Acredito sim que a gente escolhe quem amar. E muitas vezes repetimos erros porque não aprendemos a ser gentis e generosos com aqueles que deveríamos colocar em primeiro lugar: nós mesmos.

Apaixone-se por alguém que adore a sua companhia e escolha estar com você sob o sol forte ou embaixo de uma chuva fria. Alguém que sinta a sua falta e demonstre que precisa do seu abraço a qualquer hora do dia.

Apaixone-se por alguém que goste do seu cheiro, que aprecia suas ideias e admira suas atitudes. Alguém que não titubeie ao andar ao seu lado nem tenha a intenção de guarda-la só para si.

Apaixone-se por alguém que assuma que lhe ama, alguém que tenha orgulho de ter sido cativado por você.

Apaixone-se por alguém que valorize seus gestos e escute sua opinião. Alguém que lhe queira sempre por perto, e que sinta saudades se você demora.

Apaixone-se por alguém que lhe dê segurança, alguém cujas atitudes dizem mais que mil “eu te amo” recitados da boca pra fora; alguém que faça valer a pena, pois sabe que não é todo dia que é possível encontrar alguém como você.

Apaixone-se por alguém que ame a sua risada e queira ter consigo todas as suas manias; alguém que lhe enxergue como uma pessoa especial e não vacile na hora de ter você como companhia.

Apaixone-se por alguém que releve suas variações de humor e se divirta com sua euforia; alguém que segure forte a sua mão numa turbulência e comemore as vitórias com alegria.

Apaixone-se por alguém que não tenha medo de se comprometer e amar; alguém que não tenha dívidas nem dúvidas, e que esteja disposto a fazer do encontro de vocês uma história especial.

Apaixone-se por alguém que não desista de você quando faltar grana, quando a receita daquela torta der errado, quando você passar mal, quando uma briga boba afastar vocês dois.

Apaixone-se por alguém com quem você não precise insistir para ficar; alguém que deseje estar ao seu lado por vontade e prazer; alguém que tenha a definitiva certeza de que fez a escolha certa ao querer você…

Fabíola Simões

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Das coisas...


Das coisas que sinto e não digo, mas demonstro
Das coisas que consigo ignorar por completo, porém dão uma preguiça danada
Das coisas que, nas entrelinhas todas das minhas emoções, sussurro uma mensagem

Das coisas que me deixam sem escrita, sem ar e inundam a alma
Das cosias que acredito, que me sensibilizam, me deixam à vontade
Das coisas que me silenciam, me carregam no colo e me abraçam de sorrisos

Das coisas que me fazem buscar calma na alma, me embriagam o peito, me transbordam
Das coisas que não adio, que me recuso a silenciar ou esquecer
Das coisas que escondo, que engulo a seco, que desmoronam tudo aqui dentro

Das coisas que me surpreendem e me cativam, me entorpecem os sentidos e deixam meus olhos risonhos
Das coisas que me lembram o tempo todo a ser melhor, a buscar o equilíbrio e a paz
Das coisas que me transmitem sinais, que expõem oportunidades diante dos olhos

Das coisas que me deixam mais disposta e feliz, que envolvem meu coração com saudades gostosas
Das coisas que mudam minhas atitudes, me fazem ir em busca de novas emoções ou revisitar lembranças antigas 
Das coisas que fecham feridas, que espalham sementes, que me apresentam infinitos buquês de carinhos

Das coisas que, independente de todo desgaste, ao final valem todo esforço, me acolhem, me despertam para o momento 
De todas estas coisas citadas e outras tantas que também, por vezes, encobrem meu riso,
Mas me fortalecem, me aconchegam no vazio, me transportam, me fazem ir desocupando abraços, admirando belezas cada vez mais escondidas todos os dias

terça-feira, 23 de agosto de 2016

A diferença entre "ser amado" e "ser útil"

Você ter utilidade pra alguém é uma coisa muito cansativa. 
Ta certo, realiza. Humanamente falando é interessante você saber fazer as coisas, mas eu acredito que a utilidade é um território muito perigoso, porque muitas vezes a gente acha que o outro gosta da gente, mas não. 

Ele ta interessado naquilo que a gente faz por ele. 
E é por isso que a velhice é esse tempo que passa a utilidade e aí fica só o seu significado como pessoa. Eu acho que é um momento que a gente purifica, né? É o momento em que a gente vai ter a oportunidade de saber quem nos ama de verdade. 

Porque só nos ama / só vai ficar até o fim, aquele que depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. Por isso eu sempre peço a Deus, sabe? Sempre faço à Ele, a oração D’Ele. Poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem. 

Aquelas pessoas que possam me proporcionar a tranquilidade, né... 
De ser inútil, mas ao mesmo tempo, sem perder o valor. 

Quando eu viver aquela fase na vida: põe o Pe. Fábio no sol… Tira o Pe. Fábio do sol… 
Aí eu peço à Deus sempre a graça de ter quem me coloque ao sol, mas sobretudo, alguém que venha me tirar depois. 

Alguém que saiba acolher a minha inutilidade. Alguém que olhe pra mim assim, que sabe / que possa saber que eu não sirvo pra muita coisa, mas que eu continuo tendo meu valor. 

Porque a vida é assim, minha gente, fique esperto, viu? Se você quiser saber se o outro te ama de verdade, é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade. 

Quer saber se você ama alguém? pergunte a si mesmo: quem nessa vida já pode ficar inútil pra você, sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora? 
É assim que descobrimos o significado do amor. 
Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim. 

Por isso eu digo: feliz aquele que tem ao final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e ouvir a fala que diz: “você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você”.

Pe. Fábio de Mello

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Amor também é desistir

Deixa eu te dizer uma coisa. Nem tudo que a gente quer ter, quer dizer que é realmente bom pra gente. Às vezes a gente tem uma mania de querer empurrar coisas que não fazem mais sentido na vida da gente por medo de encarar a realidade. Às vezes a gente acha que colocar toda sujeira pra debaixo do tapete e continuar em algo que não vale mais a pena, é o melhor caminho. 

A gente erra ao pensar que o amor é permanecer, é suportar absolutamente tudo e ficar independente de qualquer coisa. Mas a verdade é que o amor é, também, cair fora quando o outro não te respeita. É ir embora por que o sentimento não é recíproco, é deixar pra trás aquilo que não te acolhe mais, aquilo que só te machuca. Amor é saber abandonar o barco quando você estiver remando sozinho, é desatar os laços que se transformaram em nós apertados.

Amor é entender que nem sempre a gente fica com o amor das nossas vidas, que amar alguém pode durar uma semana ou uma vida inteira, mas que o amor deixa de fazer sentido quando só um está disposto, quando só um quer fazer valer. Amor é saber seguir em frente sozinho, é se virar com a dor da saudade e aceitar que um dia ela para de doer e você volta a agradecer pelo que foi embora. Amor é ter a consciência de que, se você se doou por inteiro e mesmo assim, o outro não enxergou a tua entrega, quem perdeu não foi você.

Amor é ter que abrir mão de alguém que você gosta pra caralho, porque você, por mais que tente, não consegue enxergar mais razões pra permanecer ali. Amor é ter coragem de dizer: ''chega'', de virar as costas, de se desligar de alguém que nunca está disponível pra você. Amor também é ter coragem de pôr um fim ao invés de adiar algo que já acabou faz tempo só porque você não consegue aceitar.

Até que ponto vale a pena ficar com alguém que não te traz paz, alguém que te tira do sério, alguém que estraga o teu dia, por amor? Uma hora a gente entende que amar alguém requer esforço dos dois lados. Que o amor não é uma disputa de quem alcança a linha de chegada primeiro, amor é caminhar lado a lado. E que amar a dois pode ser prazeroso quando se tem reciprocidade, mas quando isso não existe, se amar já é o suficiente. 

Dizem que a gente deve insistir, persistir e jamais desistir de algo que a gente quer muito. Mas a gente só deve insistir naquilo que realmente vale a pena, persistir no que faz bem e nunca desistir de quem quer ver a gente bem. Amor também é expulsar tudo aquilo que só te traz caos, porque o amor não deve ser um problema e sim, a solução. 

Iandê Albuquerque

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Felicidade necessária

Eu queria ser feliz e mal sabia que a tão urgente e excitante felicidade, em papel fotográfico colorido era um milagre, um nó que aguardava um expert para desatar. E o eterno gosto incômodo de buscar a aurora boreal como saída para a minha sobrevida me encurralava nas coisas mais comuns. A memorável, inesquecível e poderosa felicidade, existia apenas na casa ao lado, na próxima esquina, no botequim de sexta-feira. Era como buscar o centro do mundo no buraco mais frívolo do asfalto. Custou, mas entendi o direcionamento que a vida estava emoldurando, pelo menos para mim.

A felicidade não é aquele prêmio escroto cheia de improbabilidades, colocada bem no topo da prateleira, onde quase ninguém consegue alcançar.

De brava sofredora, passei a ser espiã dos minúsculos bocejos de alegria e enchi minha agenda com todas as badalações felizes. Suportei também o peso dos meus dias vazios, e por fim passei a comemorar minha vida, sem franzir a testa. Acabaram as frustrações. Felicidade era toda a situação libertadora que eu estava acostumada a viver e nem me dava conta disso.

É o leite quente logo cedo. O café que não entornou no fogo. O meu cãozinho lambendo meus pés, de pura alegria pela minha chegada. O meu chocolate predileto. Um dia de descanso depois do trânsito maluco. A comemoração do primeiro beijo. O tênis confortável. O perdão por um erro sem intenção. É visitar o passado borbulhante de boas lembranças e reler pilhas de bilhetes sem a dor da amargura. É saber cuidar do que ficou depois que ele se foi. Ser hospitaleiro quando os sentimentos baterem à porta. A felicidade pode ter uma forma imensa ou apenas o tamanho da palma da mão. Isso tanto faz, pois o resultado possui a mesma dimensão.

Felicidade assim é absolutamente imprescindível. Necessária e insubstituível. Faz parte da ala de sobrevivência, pois não projeta objetivos inalcançáveis. Felicidade necessária que eu, tu, ele e todos os outros necessitam.

Hoje, eu deito e rolo nas misturas simplificadas, pequenas e com um pouco de cor, incluindo as informalidades deliciosas que trazem a simples felicidade, tal como um cafezinho quente nos dias frios.

Felicidade é isso, aquilo e aquilo outro. É a verdade esquecida sobre mim mesma. Posso correr para todos os lados, sempre com a impressão de que se houver uma razão pequena que me arranque um alívio, um suspiro, um sorriso, convenço-me de que é a felicidade necessária.

Ela é divertida, transitória, passageira, rápida, para dar lugar à outra situação simples, comum, mas imperfeita e feliz.

Agora, conforme a demanda do momento, posso ficar feliz com um simples bom dia acompanhado de um sorriso iluminador ou com um abraço inesperado. Estar feliz minimiza o efeito da insegurança, da confusão afetiva e de outras tiranias. Esse sentimento de pertencimento à felicidade parece que nasceu junto com a minha impressão digital e entre as minhas prioridades, estar feliz é quase um código de conduta, uma senha obrigatória. É conferir de perto o arranjo feito entre o acorde e a partitura. Eu entendi isso, e agora aceito todos os imprevistos felizes. Aceito ter como hóspede, a tal felicidade necessária de cada dia, amém.

Ita Portugal

terça-feira, 9 de agosto de 2016

...


Não existe explicação para ser tomado de amor, alegria e gratidão. Um dia, simplesmente, as coisas fazem sentido, principalmente situações aparentemente desagradáveis do passado. Então você percebe que quando não conseguia andar, é porque estava aprendendo a ficar parado pra pensar mais, observar mais, cuidar de outras coisas que estavam sendo negligenciadas pela sua falta de tempo. A gente corre demais o tempo todo, mas isto não faz o nosso dia maior, isto só faz o nosso dia ser mais cansativo e nos empobrece. Por isso as pessoas perdem a beleza da segunda-feira porque passam as horas todas da semana esperando a sexta. E pouco se dão de prazer quando chega o fim de semana, porque além de tudo, se deprimem no domingo. 

Há tanto a ser vivido de maneira mais leve, mesmo dentro desse turbilhão de trabalho e estudo e correria para ver quem acumula mais bens materiais. E todos esquecem que o corpo pede um olhar mais minucioso, os dias pedem mais admiração, as pessoas são mais importantes que as coisas e os acontecimentos são aprendizados, eternos aprendizados. As pessoas estão esquecendo que têm o direito à escolha e que cada um tem que passar por todas as estações do ano. 

Tenham sensibilidade para que a arte, por exemplo, penetre verdadeiramente o coração de vocês. Tenham consciência de que a espiritualidade é um ato de amor e liberdade. Tenham vontade de alegrias cotidianas se dando um pouco mais de mordomia emocional quando tudo está dando "errado". E exerçam o autoamor: ao se colocar nos 5 primeiros lugares você vai se fortalecer a ponto de poder, um dia, ajudar verdadeiramente alguém, ou amar sem posse, ou estar feliz sozinho, ou......(complete a frase). 

Marla de Queiroz

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Socorro, alguém me dê um coração, que esse já não bate, nem apanha

Depois de um longo relacionamento e de ter conhecido algumas pessoas que não me agradaram tanto pelo modo que elas agiam, quanto pelo simples fato de não fazerem absolutamente nada. Hoje, é dentro do meu limbo que eu encontro paz e me sinto satisfeito.

Ando com preguiça de me dispor e me despir pra alguém pela milésima vez, preguiça de começar do zero e ter que contar toda a minha historia outra vez, ter que voltar pro grande jogo das conquistas e planejar encontros. Ando com preguiça de conhecer alguém, enviar uma mensagem e ficar grudado no celular esperando por uma resposta que demora pra chegar e às vezes nunca chega, preguiça de reservar algumas horas da minha vida pra sair com alguém e no outro dia, ter que lidar com o sumiço da pessoa. Não tenho esperado mais resposta de ninguém e tenho tido pavor de responder alguém que não sejam os meus amigos.

Dizem que ninguém consegue ficar sozinho por muito tempo, que viver ao lado de alguém, ter alguém pra cuidar de você é essencial na vida. Mas eu estou ótimo me cuidando sozinho e não acho que ficar sozinho seja o fim do mundo se você está sempre disposto a descobrir coisas novas pra manter o teu mundo maior e tua vida bem mais interessante. Eu não preciso de alguém pra me fazer rir, pra me dar um cafuné antes de dormir, pra me trazer café na cama e pra me apresentar bandas que eu nunca ouvi. Dizem que uma hora chega sua vez, uma dia o cupido acerta a flecha, em algum um momento o amor esbarra na gente e quando isso acontece, não tem pra onde correr.

Não sei se fiquei desinteressante ou se me tornei mais exigente e maduro. Não sei se está cada vez difícil encontrar uma parceria real numa época em que os aplicativos de pegação, a falta de interesse somada a falta de tempo tem transformado as pessoas em seres totalmente desinteressantes pela apatia. O fato é que cheguei num momento que cansei de estar sempre disponível pras pessoas que cada vez mais parecem estar indispostas, cansei de tentar e de pensar em tentar mas acabar não tentando porque o interesse acabou antes disso. Cheguei no momento só meu – e talvez, você que esteja lendo isso também tenha chegado – isso não deve ser ruim se você se sente bem consigo mesmo e confortável pra fazer o que quiser, quando e onde quiser.

Chega um momento que as pessoas vem e vão, vem em vão. Nada contagia, parece que nada é bom o suficiente pra ficar. Ninguém é capaz de te devolver aquele brilho no olhar que todo apaixonado carrega consigo, ninguém é tão bacana o suficiente pra te puxar do limbo. A gente passa por cada coisa, recebe tantas pedradas ao longo do caminho, coleciona mais algumas decepções e tapas na cara que quando a gente amadurece, a gente passa a exigir mais do outro sem nem saber se o outro já passou pelas mesmas estradas que a gente percorreu. E então aquela frase do Arnaldo Antunes passa a fazer todo sentido pra gente: ”Socorro, alguém me dê um coração, que esse já não bate, nem apanha”.

Iandê Albuquerque

terça-feira, 26 de julho de 2016

Poderia ter sido eu...


Era meu caminho habitual. Fosse um dia de chuva, estaria passando por baixo daquela marquise, como de costume. De repente olhei para o lado esquerdo e tudo desabava. Só pensei em ir em direção à moça que vi caída com o braço esquerdo por debaixo dos pedaços de concreto. Larguei a mochila e, junto com dois caras que correram em direção à moça, tentamos levantar o tal concreto. Era demasiadamente pesado e a lateral da viga de sustentação, balançava. Por uns minutos tentamos em vão pois nada se mexia. Foi quando chegou mais um rapaz. Me afastei quando percebi que havia outra moça alguns metros dali também caída, porém de bruços e desacordada. Talvez já estivesse morta. Naquele momento só me veio à cabeça, ligar para pedir ajuda. O Samu só dava ocupado. Foi quando outra moça passou por mim e disse que já haviam chamado socorro e que o melhor era nos afastarmos daquela marquise antes que mais pedaços caíssem sobre aqueles que tentavam ajudar.

Soube mais tarde, ainda pela manhã, que a moça loira que estava desacordada havia falecido. Passei o dia inteiro no trabalho péssima, num misto de sentimentos. Por uns instantes me caiu a ficha: poderia ter sido eu. À noite fui à PUC nadar e tentar abstrair, esquecer todos pensamentos ruins daquela quinta-feira. Saí ainda mais tensa. Como se carregasse na água um peso imenso sobre os ombros. Não consegui me concentrar, não relaxei. Era como se as luzes apagassem e as cortinas se fechassem de repente. Me sentia zonza, impotente, visivelmente triste. Haviam me roubado naquele momento a capacidade do encanto.

Ao chegar em casa, já na cama, desabei a chorar tal qual uma criança, feito um escritor sem seus parágrafos a escrever ou relendo coisas escritas que naquele momento não faziam sentido algum. Meus bichos sem entender nada, me acariciavam como se pudessem enxergar todo meu cansaço, toda minha tristeza. Faltam-me palavras para descrever a loucura que foi aquele dia. Deitava minha cabeça no travesseiro e tudo parecia rodopiar, incansavelmente, encobrindo meu sorriso.

Sexta não conseguia levantar da cama. Meu corpo estava em frangalhos e minha alma divagando por lugares desconhecidos. Olhar fixo para um nada e a música abafada dentro do peito. Ao ligar a televisão, soube então que a outra moça também havia falecido. E um desespero tomou conta do meu coração, a voz embargou. Fiquei pensando que poderia ter sido eu. E não havia feito tudo que gostaria de fazer, não havia sequer dito a algumas pessoas o quanto elas me são especiais, o quanto cresci e aprendi junto delas. Não agradeci por todas as que passaram pela minha vida e que, se não permaneceram, pelo menos me ajudaram de alguma maneira a ser uma pessoa melhor, em algum instante me proporcionaram felicidade ou estiveram presentes em momentos importantes da minha vida e contribuíram para meu amadurecimento, minha maneira de enxergar a vida atualmente.

Poderia ter sido eu naquele dia. E não me despedi dos que amo. Não deixei um pedido a quem ficar com meus filhotes, a quem proteger e cuidar da minha afilhada, quem acalentaria meus pais e minhas preciosidades. A verdade é que ainda não me desliguei daquele dia trágico. Uns me disseram hoje que estou estranha e não discordo. Um turbilhão de coisas passa pela minha cabeça desde então, faltam-me as poesias dos afetos a contagiar meus dias.

Como escreveu Adélia Prado: “De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.” E é por aí mesmo. Ainda me pego com os olhos embaçados, um tanto quieta, com poucos movimentos e me entristeço ao lembrar do meu casaco sujo da poeira do concreto. Pequenas coisas que fazem afrouxar um pouco o riso, mas também que me relembram constantemente da oportunidade valiosa que é a vida. Este momento mágico e instantâneo. E que pode desaparecer numa fração de segundos, num piscar de olhos. Ando procurando arejar um pouco a alma. Tentando fazer florescer o sorriso bom de paz e leveza aos meus olhos. Esquecer da confusão toda daquele dia tão escuro.

Poderia ter sido eu. E não amei o suficiente, não brinquei, não ri, não nadei tudo que gostaria de nadar, não alegrei as pessoas que adoro, não sorri como poderia, não agradeci como deveria.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Tão importante quanto seguir em frente, é saber deixar pra trás

Tenho um tio muito querido que é um nostálgico compulsivo. Adora tomar seu vinho ao som de Nat King Cole, Billie Holiday e Frank Sinatra, enquanto nos remete aos idos de nossa infância e à lembrança de um tempo bom. Estar ao seu lado é uma festa saudosa, que invariavelmente traz de volta um pouquinho do que éramos e de como nos sentíamos juntos.

Porém, outro dia, conversando com uma amiga, falávamos sobre a necessidade de seguir em frente. E sobre o quanto isso implica deixar certas coisas, lugares, pessoas e momentos para trás.

Porque não basta abrir as portas para o novo tempo. É preciso fechar algumas janelas também. E talvez fechar algumas janelas seja a parte mais difícil de seguir em frente…

Como deixar partir fragmentos do que fomos ao trancarmos nossas janelas?

Talvez a resposta esteja na vivência do luto. É preciso respeitar a dor do fim de um tempo, mesmo que novas portas (muito melhores) estejam se abrindo à nossa frente.

É preciso deixar partir a infância dos filhos, o fim de um relacionamento que parecia perfeito, as amizades que não tinham vínculos muito sólidos, as palavras de amor que não vingaram, a própria juventude, o corpo perfeito, o tempo bom de faculdade, a saúde de nossos pais.

Diante da finitude, temos que aprender a seguir em frente sem olhar pra trás com saudosismo ou sofrimento.É preciso coragem para queimar cartas antigas que perderam espaço em nossa memória afetiva, deixar abrigos conhecidos onde não nos refugiamos mais, dar chances à novas possibilidades de felicidade.

Nem tudo resiste ao tempo. Agarrar-se ao que não existe mais não permite que novas chances se revelem.

O ouvido se habituará a novos sons se a gente deixar que ele escute novas canções. Assim também aprenderemos a aceitar o novo tempo se facilitarmos o começo de novas possibilidades e entendermos que não há mais o que se esperar daquilo que já passou.

Não há o que se esperar do passado. Ele aconteceu, foi bom, ficou vivo dentro da gente, nos fez feliz… mas passou.

Que permaneçam as boas lembranças, não o desejo de perpetuar vapores de um tempo que não floresceu.

Que os álbuns de fotografia em sépia sirvam para nos lembrar os sorrisos e sonhos que tínhamos, mas não substituam a alegria de nos relacionarmos com quem está ao nosso lado aqui e agora.

É preciso aprender a partir. A abandonar nossos lugares no mundo e de dentro das pessoas.

Descobrir que, tão importante quanto seguir em frente, é saber deixar pra trás.

Vivendo um luto de cada vez, aprendendo a desistir um tanto do que éramos para abrir espaço para quem nos tornamos; acreditando que uma vida abriga inúmeras fases, e para vive-las com sabedoria é preciso resgatar o novo e abandonar o velho; sendo tolerante com alegrias novas que querem chegar, e permitindo que nos mostrem o que podem fazer por nós.

Nem sempre é fácil reconhecer que um tempo chegou ao fim. Insistimos em reviver antigos papéis, trazer à tona emoções que se esgotaram, resgatar pessoas que já partiram há muito tempo de nós.

Cada um encerra seus ciclos de forma diferente, e é preciso respeitar o tempo de cada um.

O presente te escolheu. Tenha a sabedoria de escolhê-lo também…

Fabíola Simões

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...