sábado, 3 de setembro de 2011

Um Brinquedo


Um brinquedo.
É como me sinto hoje. Como um simples brinquedo.
Não sei fingir que está tudo bem e de fato não está.
Ou como canta Jorge e Mateus "não vou sorrir pra esconder a dor, quando se perde um amor, se perde a direção”.

As fadas desapareceram daqueles dias que pareciam de eternos domingos, e tudo que fluía, tudo que conspirava para uma alegria sem igual, num estalar de dedos, de repente sumiu, ficando demasiado pesado.
E hoje estou me sentindo um nada, sem saber como agir e muito menos onde enfiar tudo o que sinto.

Fui a nocaute apenas com uma resposta.

Não há mais noites bem dormidas, pelo contrário, há apenas madrugadas que parecem intermináveis resultando em olhos inchados e olheiras de eternos zumbis pela face.

Tudo desregulado.

Os treinos não carregam mais energia de meta estabelecida, pelo simples fato de que não há mais entusiasmo, a tristeza me sugou o ânimo, a força, desviou meu foco por completo.

E tudo por um simples “sim” de resposta.

Quando um “sim” desestabiliza, quando uma resposta “positiva” muda as coisas a nossa volta, tudo se desestrutura, se desconcerta.

Não há mais fadas.

Não há nem mesmo mais noites de lua.

Ficou tudo tão escuro quanto um céu sem estrelas.

E os olhos embaçados de tão tristes, por lágrimas de saudades, mas, também de profundo lamento.

Nem o carinho e colo dos amigos conseguem neste momento estancar a dor que habita em minha alma.
Hoje me sinto um nada, sinto que não passei de um brinquedo, tamanha decepção da pessoa aqui.
Pelo menos é esta a sensação que domina meu peito neste momento.

De repente foi-se embora toda ternura do meu coração. Ele está seco. Os prantos que rolaram nos últimos dias, endureceram e deram um toque racional ao meu lado doce, ao meu coração de manteiga, à custa possivelmente de tamanha dor.

Dor de desolação, de tristeza, de revolta, mas também de amor.

Estou mais do que triste, estou profundamente decepcionada, paralisada diante daquilo que, pelas circunstâncias, hoje considero uma covardia. Talvez não seja, mas é o que sinto, infelizmente. E só posso falar sobre o que sinto. Nada mais.

Enquanto mantive o combinado de não causar interferências, não sabia e sequer imaginava que do outro lado tudo voltava ao normal.

E fiquei esperando o tempo passar, com o coração intacto, apenas respeitando e aguardando por respostas que só obtive por insistência nelas.

Mas a resposta simples e definitiva veio.

E, o que era para ser um “sim” de encantos, virou simplesmente um grande devastador de sonhos.
Todos foram jogados no lixo, junto com todas as esperanças e os pedaços do meu coração.

E desistir foi minha única alternativa, pois depois dos acontecimentos, aquele “sim” era um retrocesso, era motivo suficiente para dar adeus. Minha opinião, claro!

Mesmo sendo um grande amor, amor de sonhos, de contos de fadas, o único até então que me fez tremer, que me fez sentir o que até o momento não havia sentido por mais ninguém, que me fez mudar.
Ainda assim foi preciso abrir mão.
Pois estou só.
Acabei por entender que estou numa via de mão única.

Só eu sinto, ou pelo menos, sou quem de fato se declara, quem deixa o coração exposto na vitrine, entregue sem medo, quem não se importa com o que os outros pensam, quem dá de ombros aos comentários (que sempre existirão), quem quer apenas ser feliz e mais nada. Mas não foi possível.

E talvez também por isso seja a única pessoa nesta história toda a sofrer de fato.

E é exatamente por sentir tamanha decepção que optei por uns tempos de reclusão total, cortar laços, não ter mais notícias, não alimentar mais egos, não ser responsável por interferências.

Afinal, teoricamente o que os olhos não vêem o coração não sente, não é verdade?
E meus “amigos” cantam exatamente isso...

“... O que os olhos não vêem o coração não sente. Eu não vou conseguir fingir que estou contente. Vou precisar de um tempo pra te esquecer, por isto estou ausente..."

Algo desta vez teria de mudar, afinal.

Espero que também quando tudo passar consiga compreender que tudo o que fiz foi tão somente para ME PROTEGER, jamais para te castigar ou te magoar. Afinal, você não tem culpa. Victor e Léo me lembram disso “... como posso agora te culpar, fui eu quem quis te encontrar. Me joguei no escuro sem pensar. Errei, deixei me levar...”
Precisei muito fugir, sumir. Lamento, não tive alternativa.

Estou muito machucada para insistir. Um grande amigo meu e também conhecedor da minha alma, disse que “tudo ficou desgastado demais pelo tempo”, ou como a música mesmo diz “o meu coração está cansado de ser torturado e precisa de alguém”, por todo envolvimento intenso e entrega que somente eu tive. E é tão dolorido perceber isso. Terei de arrancar a “fórceps” tudo o que carrego dentro do peito.

Já havia confessado a amigos que somente duas razões àquela altura dos acontecimentos, me fariam desistir daquele amor, me faria ser capaz de “jogar a toalha”, entregar os pontos e não mais lutar.
E uma delas se concretizava a minha frente, naquele simples, direto e frio “sim”.
Como canta Léo Jaime “nesta novela eu não quero ser teu amigo”, então não há razão para manter contato.

Mas não serei eu a julgar ou condenar as escolhas ou opções afetivas de ninguém. Até porque, através dos textos, fui sempre quem mais bateu nesta mesma tecla. Então melhor pensar que talvez nunca tenha havido qualquer tipo de interesse ou, se houve, não há mais.
Simples assim.

O que importa agora? A escolha já foi feita e como diz minha “musa”, Martha Medeiros “quando se faz uma escolha está se dizendo sim para um lado e não para o outro, portanto algum sofrimento sempre vai haver”.
Vou sofrer ainda mais? Sim, muito provavelmente. E, possivelmente terei de esconder por uns tempos minhas dores no ‘quartinho dos fundos’, como diria minha “musa”.
Mas, afinal de contas, grandes amores e grandes realizações envolvem também grandes riscos, não é mesmo?

Torço para que tudo tenha sido feito com o coração e não com a razão apenas e que estejas feliz.

Nem quero mais questionar os motivos daquela resposta, seja qual for a razão, não importa, apenas aceito, sem mais justificativas. Quero apenas poder libertar meu coração, seguir em frente. Conseguir enfim gostar de alguém que não seja você.

É fato que nos reencontraremos qualquer dia desses e não conseguirei ser indiferente, pois do outro lado há alguém por demais especial e importante em minha vida e que, apesar de eu não compartilhar das suas escolhas (por razões óbvias), merecerá sempre meu respeito e consideração.

Mesmo tendo a certeza que sentirei tudo igual, e talvez, durante algum tempo ainda tudo permaneça intacto aqui dentro do peito, ainda assim, não hesitarei em dar um abraço apertado e carinhoso na pessoa que durante quase um ano iluminou e encantou meus dias, deixando-os como de uma eterna primavera.

Só a pessoa aqui tem a real dimensão do estrago que a decisão de me afastar causou aqui dentro, mas ainda assim, não é nem perto de todo o mal que, contraditoriamente, aquele “sim” fez ao meu coração.

Mas ando por demais cansada desse jogo, onde sempre o mesmo lado sai vencedor.
Cansei de ter que “ler amor nas entrelinhas”, de criar expectativas que jamais se concretizarão.

Então não há razão para insistir mais, perdi todas as minhas apostas.
Você não quis ou não foi capaz de perceber, entender e acompanhar as batidas do meu coração: Ok. Game over!

A vida continua e não espera até que se fique bem. De tudo se tira algo de bom.

O negócio agora é juntar os “caquinhos”.

Não quero mais ser apenas um brinquedo e cansei das brincadeiras feitas com meus sentimentos e, principalmente, com meu coração.

Inevitavelmente darei um período de recesso também ao meu filme preferido de “lírios”, da mesma forma que a voz doce de Roberta Campos dará um descanso aos meus ouvidos.
Para esquecer ou simplesmente, para não lembrar.

Tudo é parte do processo de desapego necessário para que as coisas voltem ao normal pelas bandas de cá também.

E tudo passa. Sempre passa.
E tudo cicatriza igual.

Por fim, deixo a música da primeira noite de “encantos” simbolizando aqui a última vez de textos sobre este mesmo tema. Ponto.


“... O Que é que eu vou fazer pra te lembrar? Como tantos que eu conheço e esqueço de amar. Em que espelho teu, sou eu que vou estar? Ao te ver sorrindo
Mais leve que o ar. Tão doce de olhar. Que nem um adeus vai apagar...”

(Pra te lembrar - Nei Lisboa)

2 comentários:

  1. De certezas só q o amanhã sempre vem, e que tudo há de passar! Saudades maninha, mande sinal de fumaça!

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  2. Adoro esta música. E acho que nós, cancerianas, insistimos demais!!! (Virei a página era um texto meu, que um dia tu comentaste...)

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Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...