quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Anavitória

Encantada com a musicalidade dessas meninas.
Timbres tão diferentes e que combinam tanto!
Que lindas! ♥♥♥


♪ Ah, eu só quero o leve da vida pra te levar
E o tempo para, ah
É a sorte de levar a hora pra passear...
Pra cá e pra lá, pra lá e pra cá
Quando aqui tu tá ♪

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Somos todos Chape

Eu que havia prometido a mim mesma tão cedo não escrever mais sobre futebol, estou aqui uma vez mais falando sobre este assunto que tanto sou apaixonada, que tanto mexe e me emociona profundamente. Há alguns dias, abrindo parênteses na minha pausa, escrevi sobre o Grêmio de Renato e a nossa final da Copa do Brasil. Hoje a embalagem não contém expectativas, tão pouco alegria alguma entre uma linha e outra deste texto. 

Está sendo muito difícil escrever qualquer coisa sobre esta semana tão absurda e cruel que tivemos. Mas é preciso. É uma válvula de escape que tenho e necessito. Feito puxar o ar bem fundo ao se respirar quando a voz embarga. Para tentar desfazer os nós que ficam presos pelas lágrimas que escorrem pela garganta.

Fui acordada bem cedo ainda da manhã do dia 29/11, através do Whats da minha sempre e eterna fiel escudeira do mundo futebolístico, Dani. Na mensagem ela me contava a triste notícia. O avião onde estava toda equipe da Chapecoense havia caído na Colômbia.
Não acreditei. Parecia que era um pesadelo. Não era possível. 

Liguei rádio e televisão, tudo ao mesmo tempo a fim de obter maiores informações sobre aquela tragédia gigantesca que acontecera. E meus olhos quase não conseguiam conceber o que viam. Fiquei em choque. E não demorou muito para que eu também me emocionasse com tudo que ouvia e assistia. Uma dor sem fim também me acometeu.

Chorei todos os dias desde então. A cada reportagem sobre o ocorrido, a cada matéria de homenagem a Chapecoense ou às vítimas que perderam a vida naquele desastre. Um torcedor da Chape, com a voz embargada ao falar que eles "perderam tudo e terão de começar do zero". E é fato: A Chapecoense recomeça literalmente do zero. Perderam 19 jogadores. 
É praticamente dois times de futebol, além de toda sua comissão técnica, do presidente ao técnico do clube. É realmente muita coisa. E enquanto escrevo aqui, meus olhos marejam constantemente também.

Difícil não se emocionar. Impossível não chorar junto diante da linda carta de Isabela Fernandez, esposa de Giovani Klein, jornalista que também morreu no avião da Chapecoense.

"A Arena do teu Grêmio tá verde... e a final da Copa do Brasil foi transferida pra dar tempo de tu te acomodar bem por aí na tua nova casa e assistir a conquista de um título tricolor como há anos tu esperavas"

A comovente Dona Alaíde, mãe do goleiro Danilo, confortando o repórter que a entrevistava quando este, desmoronou diante da pergunta surpresa dela: "Como vocês da imprensa estão se sentindo?" E num abraço cercado de bondade e cuidado com o próximo ela o acolheu em sua tristeza. Entre as vítimas, haviam também jornalistas da RBS, Fox, SPortv e Globo.

Não está sendo nada fácil. Durante toda esta semana não há cor, camisa ou clube. Somos todos Chapecoense. Na quarta, dia 30/11 (que seria a final da Copa do Brasil), entre um assunto e outro, confessei à Fernanda - minha parceira das caminhadas diárias da Osvaldo até a rótula da Carlos Gomes - que aquilo tudo havia mexido demais comigo. 

Por diversos momentos imaginei que pudesse ser o Grêmio de Renato ali, e pude me colocar no lugar daqueles torcedores, daquelas famílias todas, de jogadores, comissão técnica e também jornalistas, dos amigos de todos que estavam naquele maldito vôo - que posteriormente soubemos que foi um grande equívoco. Que deveria ter sido interrompido e jamais deveria ter acontecido daquela forma tão irresponsável. Tudo por conta da ganância do homem em não pensar além do seu próprio umbigo, em buscar levar vantagem sempre. 
Lamentável.

A mim foi um dia muito dificil. Nada substitui a perda. Nada ameniza tamanha dor. 
As dores apenas se confortam. Eu que sou tão apaixonada por futebol, ainda tô digerindo, aos pouquinhos...

Impossível também conter as lágrimas na noite do dia 30/11 - que também seria a primeira noite da final da Copa Sulamericana e a Chape era finalista diante do Atlético Nacional de Medelin -  este lindo time colombiano que nos ensinou a verdadeira grandiosidade de um clube.
Exemplo não só de solidariedade, mas principalmente, humanidade. 

No horário em que seria a partida, o momento mais emocionante daquela noite simplesmente mágica: Torcedores do Atlético Nacional, vestidos de branco foram até o estádio Atanasio Girardot. Uma torcida incrível, abrindo mão do seu tempo tão somente para homenagear um clube até então desconhecido de muitos, que seria seu adversário naquela noite e virou a partir de então, um coirmão. Virou para esta torcida e também para muitas outras torcidas do mundo inteiro, seu segundo clube do coração. 

Mais de 52 mil pessoas presentes dentro do estádio, e uma infinidade de gente ainda maior do lado de fora, com velas e flores numa atmosfera de generosidade sem tamanho, que atingiu a todos nós, sem exceção. Apaixonados por futebol ou não. Um evento de uma magnitude espetacular, capaz de nos fazer parar para repensar a vida, colocar nossos maiores valores em dúvida, questionarmos a verdadeira postura nas disputas esportivas. 

O nosso lado mais humano estava sendo exposto. E isso tudo vai muito além de futebol. 
Sem dúvida, foi uma noite de muita pureza em Medelin. Era a Colômbia nos ensinando sobre AMOR. 

O Atlético Nacional de Medelin, tem minha torcida mais fanática no Mundial de Clubes deste ano e para sempre.
Depois do Grêmio, é meu segundo time. Assim como a Chape, meu terceiro a partir de hoje. 

"Que lo escuchen
en todo el continente
Siempre recordaremos
Campeon al Chapecoense"

cantavam os torcedores do Atlético Nacional no estádio.

Que torcida, senhores! QUE torcida!!!

Em sua página na internet está escrito:

"A chapecoense veio para Medelin com um sonho e voltou como uma lenda"

QUE clube fantástico este de Medelin!!

No sábado 3/12, nem mesmo o céu se conteve e chorou torrencialmente em Chapecó. Lágrimas disfarçadas de chuva para lavar a alma e acalentar o coração de cada um. Num misto de silêncio profundo diante da dor e tristeza, intercalado entre palmas de reverência aos heróis que chegavam para serem velados na Arena Condá, em Chapecó/SC.

Que todos que se foram neste triste e estúpido acidente, estejam em paz diante de Deus e encontrem a luz para guiar seus caminhos neste novo plano, nesta nova morada. E que esta corrente forte de generosidade, amor e carinho, possa confortar o coração de todos os que perderam familiares, colegas e amigos. Que eles encontrem a força necessária para poder encontrar esperança e seguir adiante em suas vidas. Que todos nós aprendamos um pouco mais com a Colômbia que transbordou de amor nestes últimos dias e nos mostrou que o mundo pode ser melhor.

#SomosTodosChape
💙💙💙

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...