quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Confiança

"Coragem, às vezes, é desapego.
É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta.
É permitir que voe sem que nos leve junto.
É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho.
É aceitar doer inteiro até florir de novo.
É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."

Confiança é base de tudo. Sempre.
Tanto faz o tipo de relação, se amor, amizade, trabalho, enfim.
Todo sentimento deve ter um mínimo de reciprocidade. Do contrário, deve ser revisto.
Não importa. Se não houver confiança, quebra-se o intuito dos laços.
E é sempre mais fácil destruir um castelo do lado de dentro.

Há quem enxergue apenas a casca, não vai a fundo, não demonstra interesse em conhecer a alma de alguém.
Ao mesmo tempo não se expõe e também não permite perder o controle da situação.
Porque na verdade não confia. E assim não abre espaço da sua vida para que alguém entre, conheça, passe a fazer parte ou alterar em nada sua rotina.
Feito soldados de castelos medievais, com armaduras, impenetráveis.
Ou semi-deuses de segundo caderno da atualidade: Sou assim e pronto. Quem quiser que se adapte.

Quando uma parte não confia, não adianta insistir. É perda de tempo. É perda de vida.
Perceber que a cada passo que se dê é preciso pensar em outros quatro de explicações para aquilo que não se faz a menor idéia que possa estar rondando os pensamentos por aí, é se preocupar demasiadamente com quem, talvez, não mereça tamanha prioridade, nem tantos cuidados.
Por mais que se faça, se demonstre, nunca será o suficiente, pois não há a confiança.
Por experiências negativas ou apenas medo, não importa. A isto chamamos “Pistantrofobia”.

E, o melhor a fazer é se afastar. Dar alimento ao coração apenas.
Não somos peças de quebra cabeças, que se encaixam na vida uns dos outros.
Somos elo, vontade, contato físico, querer estar perto. Carinho retribuído, saudade demonstrada.
Para o resto, para a vaidade alheia, para os egos que necessitam de massagem, para os comentários maldosos, para tudo o que abafa nosso riso, para as perguntas sem respostas, distância.

Não podemos julgar o que acontece dentro dos outros e tão pouco exigir que gostem da gente.
E nos damos conta disso, cedo ou tarde.

Enxergamos que todas as verdades que dissemos talvez não tenham sido levadas tão a sério.
O tempo que a gente teve para amar alguém ou que esse alguém esteve disposto a nos aceitar em sua vida, pouco importa. O que vai valer, verdadeiramente pra gente, ao final das contas, é todo aquele amor que investimos durante determinado tempo.

Chega um momento em que é preciso dar um basta nas insistências que nos deixam longe daquilo que nos faz bem de verdade.
Que nos embriagam, a ponto de visitar um mundo que não faz parte da vida da gente. Tudo para estar perto, para resgatar algum encantamento.
Ficamos paralisados em lugares indesejados tão somente para fazer parte um pouquinho da vida de alguém.

É, por fim, dar-se conta de que não merecemos ser apenas mais uma peça num gigantesco quebra cabeça. Iguais às demais. Nem mais, nem menos. É preciso querer ser bem mais.
Abrindo-se assim, imensas janelas dentro do peito, feito revelações para o nosso verdadeiro eu: boas e más. E as arquivaremos, no devido tempo, como experiência.

Mas a vida é tão mais que isso. Nossos rascunhos diários não são capítulos, é nosso livro mais precioso, mais importante. Nosso objetivo principal e toda razão de ser. Nossa existência maior.
Se a gente se preocupa tanto, se importa absurdamente com alguém e quer imensamente que seja parte da nossa trilha sonora, há que se permitir que entre em nossa vida de verdade, sem meio termo ou quando der.

Tem de ser confiando, de peito aberto, baixando a guarda, se permitindo verdadeiramente, por inteiro, não em intervalos.
Estou aqui porque gosto e quero e não porque preciso agradar alguém.

Que os laços não sejam improvisos, adaptações a uma situação já existente anteriormente.
Que sejam novos, especiais, presentes. Mas que sejam.



Ah, NADAR... Coisa melhor não há!

Cinco meses me afastaram do que mais gosto de fazer, que é nadar.
Adoro tudo, desde o cheiro do cloro, até a sensação de liberdade no contato com a água.
Poderia ter escrito poemas que traduzissem minha alma durante este tempo todo.
Ensaios tristes de uma longa trajetória. Dias intermináveis.
Momentos em que perdi um pouco o rumo, o foco, imaginando não mais conseguir ser igual.
Vários médicos, diversos diagnósticos e uma infinidade de medicamentos.

Eis que, através de uma ecografia, foi constatada lesão no ombro direito: tendinose do supra espinhal, para se usar o termo técnico.
A grosso modo, tendinite.

Além de muita fisioterapia, fizeram parte do tratamento exercícios para reforço muscular, reeducação da postura no trabalho e também ao dormir, gelo na região e uma boa dose de paciência também.

Contei com o apoio dos “meus” que sabem o quão importante é a natação na minha vida e também com o carinho da lua, que costumo admirar em algumas noites no céu. E senti meu coração, até então tão descrente, um pouco mais confortável.

Ainda não consigo me sentir 100%, confiante de que a dor não voltará.
Faz um mês que retornei.
Confesso que o primeiro dia foi o melhor e, ao mesmo tempo, o pior.
Dia de sol. De encontrar com borboletas, daquelas que chamam nossa atenção por tamanha beleza.
Um misto de sensações, de felicidade e muita ansiedade pelo retorno, indo diretamente de encontro ao imenso medo e receio de sentir dor, mínima que fosse.

Mas, sabia que a partir de então, seria necessário um pouco mais daquela paciência.
Para que a minha pressa em voltar ao ritmo normal não atrapalhasse todo o processo de recondicionamento ideal.
Era preciso dar tempo ao tempo, aos poucos, com muito treino aeróbico (de percurso, apenas nadado), reforçando a musculatura, “abrindo” os pulmões.
Para então passarmos à velocidade e aos testes de força e resistência.
E surgia então a sensação de ser levada a um jardim de flores (lindos lírios), num abraço único, carregado de cumplicidade: Da espera e do esforço afinados na mesma batida.

Nas primeiras duas semanas, senti desconforto no ombro, no local da lesão. Entretanto, conversando sobre isto com meu instrutor, ele me acalmou dizendo ser normal, pois passados cinco meses, estava recomeçando.
Tudo do zero nos exercícios de reestrutura muscular de todo corpo.
Mas então porque não senti um mínimo de desconforto no ombro esquerdo?
Não seria normal também?
- Não, me disse ele. Sentiria cansaço, talvez.
Mas não desconforto, dorzinha mínima que fosse, pois aquele ombro não estivera “doente” anteriormente.
Ele estava apenas sem ritmo, sem preparo.

Para que não sentisse mais desconforto, por orientação do mesmo, passei a utilizar mais tempo e cuidados nos alongamentos tanto pré, quanto pós treino.
Não em sobrecarga ao alongar, mas em segurar um pouco mais de tempo em cada exercício em relação ao ombro esquerdo.
Precisava de mais riso, mais tempero no corpo.
Esse tempero de gargalhar que nos faz tão bem.

A partir da terceira semana, não mais senti incômodo algum.
Era o corpo entrando no mesmo ritmo da mente.
Continuo rigorosamente com os alongamentos distintos e também com o gelo ao deitar.
E tem dado certo.
Já passamos aos exercícios de força e resistência e estou bem perto de chegar ao mesmo ritmo de quando parei, há seis meses.

Sei que tecnicamente, para meu instrutor, tenho um nado muito bom, tanto crawl, quanto costas. Com braçadas longas, de deslize nas águas, quase perfeito. Mas ainda não tenho segurança nas viradas, preciso reforçar estilos de peito e borboleta, assim como tenho enorme deficiência nas largadas. É preciso trabalhar bem mais.

Na velocidade das arrancadas nunca me dei bem, nunca gostei.
Gosto de percursos longos, teste dos pulmões, de fôlego.
Nunca fui fã das competições exatamente por isso. Porque tinha de correr atrás do prejuízo.
O que perdia na largada, recuperava no ritmo, no percurso.
Mas quando estes eram de “tiro” curto, acabava em desvantagem. Sem tempo de recuperação.

Competi uma única vez, aos 16 anos, onde fiquei em segundo lugar.
Depois disso, fugi de todas. Porque desde lá, percebi que não tinha muita paciência para trabalhar a minha velocidade. Meu objetivo era aprender a nadar. E nadar bem.
E sempre fui protegida pela harmonia do meu coração. Procurando a mesma freqüência e sintonia: eu e a água.

Até mesmo com colegas, independente do sexo, não entro em disputa.
Mas, internamente me esforço bem mais quando percebo alguém na raia ao lado nadando o mesmo estilo.
É um pouco de combustível ao motorzinho aqui, uma espécie de incentivo particular.
Minha maneira individual de competir.

Mas, apesar de não ser de competir, carrego comigo o espírito das disputas nas raias.
É engraçado porque tenho muita disciplina nadando. Ao mesmo tempo, me cobro muito, testo meu limite, exigindo meu melhor, sempre.
Nos treinos e em casa, onde anoto meu desempenho todos os dias.
Analiso rendimento e estabeleço meta para o próximo dia.
Dessas coisas que um dia ainda farão minha razão se enlouquecer toda para conseguir responder.

Plurais e afins


Ah, os plurais! Gosto muito.
Nos enfrentam a ponto de roubar-nos de nós mesmos
Dialogam com o silêncio mais profundo que nos habita
E nos levam de encontro às lacunas até então inacessíveis ou imperceptíveis
Visíveis apenas aos conhecedores do nosso verdadeiro raio-X emocional
Os raros, mas que sempre nos reconhecem ímpares, a olho nu.
Com a alma exposta, em branco e preto, nada mais.
Plurais que captam nossa singularidade mais particular

E as músicas? Definitivamente, as amo.
Algumas de versos tristes, outras repletas de ilusões: as necessárias.
Muitas dão nó nos sentimentos, desenterram sonhos.
Tantas mais alimentam o nosso invadir dos contos de fadas
Libertam-nos para o instante, tais quais testamentos, confissões em noites de lua.
Feito longas tardes de domingo ou invernos rigorosos que custam a passar
E nos deparamos tolerantes até mesmo com aquilo que não enxergamos.
Mas, que por vezes, nos acompanham bem mais com sua ausência consentida,
Do que qualquer presença indiferente, distante.
Aos olhos das estrelas, envolvem-nos em seus poemas, suas letras e rimas.
Músicas que nos embriagam de poesia, magia, som e encantamento.

As palavras... Adoro-as.
Que nos cativam em textos recheados de vírgulas, reticências,
Crases e pontos – Finais ou não.
Com letras e frases em linhas tortas
Presentes na medida do possível, por vezes em tempo indefinido,
Ou tão somente nas páginas em branco de nossas vidas
Deixando-nos mais à vontade entre desconhecidos ou aos que apenas nos lêem.
Muitas vezes tornam-se desencontradas entre interpretações equivocadas
Mas, sempre prontas para serem decifradas, escritas uma vez mais, à mão.
Revelando em poucos traços tudo aquilo que nossa voz silencia
E nosso peito abafa nas entrelinhas das tantas coisas não ditas
Ou bem ditas, feito letras de Zeca Baleiro:

“Palavras e silêncios que jamais se encontrarão”

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Pra Você




Você nem quis ouvir o que eu sentia

E é por isso que não deu pra te esperar.
Você não entendeu o que eu queria
Era te levar daqui pra nunca mais
Ouvir dizer que eu não servia pra te fazer feliz.

Fiz esse reggae pra você
Pra nunca mais se esquecer
Que eu ainda tô aqui
E que não tem porque fugir
E quando ouvir cê vai saber
Que nada foi em vão,
Foi tudo por você
Deixa acontecer...

Fiz esse reggae pra você
Pra nunca mais se esquecer
Que eu ainda tô aqui
E que não tem porque fugir

E quando ouvir cê vai saber
Que nada foi em vão,
Foi tudo por você



Musiquinha delícia de uma banda que "garimpei" ao acaso dia desses: Onze 20.
Som bacana. Bem bom mesmo e dá uma sensação de paz muito grande também.
To gostando ;-)

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...