domingo, 26 de agosto de 2012

Palavras...






Acho que ninguém...por vezes, nem eu mesma. 
Isso talvez explique os momentos em que silencio, que é o que de melhor sei fazer quando as palavras tornam-se inúteis...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Lento

Certa vez escrevi num e-mail sobre eu não ser alguém de certezas estáticas, de procurar aquilo que é politicamente correto. Sempre agi no impulso, diante daquilo que me move e emociona ou, como mesma citei, me guiando tão somente por "este imbecil e ingênuo que me rende sempre às avessas de tudo o que seria mais fácil e óbvio". E é verdade.

Entretanto, há momentos em que necessito parar, olhar para dentro, me procurar entre tantos desencontros surgidos pelo caminho e que me fizeram perder um pouco o foco, o tino, a paz. Não ajusto nada, apenas observo as transformações dos sentimentos. Uns perdendo-se totalmente com o passar do tempo, outros resistindo bravamente. Uns evoluindo de patamar, se ajustando, outros tantos desaparecendo e desvalorizando por completo. Assim é o efeito do tempo.

Nestas horas a conversa é outra. É da gente. Somente nós e mais ninguém. Eu e a imagem que se reflete no espelho. E a gente acaba se entendendo. Te conto coisas absurdas para o momento e você me acena com algumas possibilidades bastante atrativas. Te digo do meu foco atual no trabalho e tão somente nele e você me abre os braços para mostrar que a alegria e encantamento podem surgir também de outras fontes. De onde a gente até então não enxergava ou não queria ver com estes mesmos olhos.

Quem sabe você esteja com a razão e a pessoa aqui deva esquecer um pouco esse mundinho perfeito de conto de fadas, essa ânsia por segurança, por manter o freio de mão sempre junto de si e deva chutar o balde de vez, arriscar novamente, se jogar e ver no que vai dar. Será? 

Mas aí a gente se desentende. Sem meu consentimento você conta aquilo que nem sei direito, que mal revelei a mim mesma. E com toda empáfia do mundo diz que apenas deu um empurrãozinho naquilo que já estava por acontecer, que contribuiu para trazer aquele sorriso de volta aqui pra dentro por inteiro. E a tríade da felicidade (segundo a musa Martha Medeiros) parece estar querendo dar o ar da graça pra você novamente: Saúde, trabalho e alguma relação afetiva (não necessariamente nesta mesma ordem).

Ótimo se tudo fosse assim, tão automático e instantâneo. Se a imagem refletida naquele espelho de sempre não tivesse mudado em nada nos últimos tempos, possivelmente apostaria que aquele mesmo coração, por vezes tão descompassado, pudesse agir como sempre agiu: no ímpeto e na vontade de estar diante daquilo que desperta interesse e faz um barulhinho bom sem se importar em se jogar de olhos fechados. Mas não. Por mais desejo que se tenha de arriscar e tentar, ver onde tudo vai dar, há em contra partida o medo de algo maior se perder nisso tudo. De se atropelar etapas, de se perder entre imagens desfocadas, de não haver a mesma sintonia, de não corresponder, assim como de não ser correspondida, enfim.

Algo ficou blindado pelas bandas de cá. E aquilo que hoje parece andar lentamente é tão somente cautela de alguém que não quer errar novamente e se confundir uma vez mais. Tudo tem seu tempo e cada um tem o seu.

Como também escrevi tempos atrás, ando buscando encontrar maneiras para cuidar novamente do meu coração, com todo o carinho que ele merece. E isso demanda tempo e paciência. Uns possuem, outros não. Uns querem, outros não. Uns podem, outros não.



(Lento - Julieta Venegas)

Meg Ryan 🐈💓

“Há quem não mencione a palavra amor e fale sobre ele em cada gesto que diz” Falar algo diferente de AMOR INCONDICIONAL pela guriazi...